Comunicação familiar demanda interações diárias e escuta ativa

Ambiente doméstico precisa ser harmônico para fortalecer os vínculos afetivos e permitir que todos se expressem de forma autêntica e respeitosa

A família é o primeiro contato da criança com o mundo. Um ambiente familiar nocivo e distante pode trazer prejuízos na autoestima, na confiança e na expressão dos sentimentos desse ser humano em formação.

A Organização das Nações Unidas (ONU) destaca que, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade, as crianças devem crescer em um ambiente familiar e em uma atmosfera de felicidade, amor e compreensão.

Assim, a comunicação em casa não deve ser apenas aprimorada na relação entre pais e filhos, mas também entre os irmãos, o casal, os avós e outros membros. O ambiente doméstico precisa ser harmônico e aberto, com um diálogo claro e respeitoso.

Como melhorar a comunicação em casa?

Káthia Kobal, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental no Colégio Rio Branco, Unidade Granja Vianna, acredita que a comunicação é o primeiro grande pilar de qualquer instituição. “A família se inclui nela, sendo a primeira grande base do ser humano, a maior referência de vida”.

Para que isso ocorra, segundo a especialista, é necessário ter um olhar sensível para o outro e perceber as necessidades do todo, ou seja, da família e de cada um na sua essência e necessidade. Algumas boas práticas são:

  1. Comunicar-se sempre: transformar a comunicação em uma rotina no cotidiano familiar, mesmo na correria e nos desafios dos horários de todos.
  2. Sentar-se à mesa: todos juntos, em ao menos uma refeição no dia, seja no café da manhã, no jantar ou no lanche da noite.
  3. Estabelecer o convívio: o “olho no olho” e o bom papo são importantes, prazerosos e tornam-se uma comunicação afetiva sem os aparelhos eletrônicos.
  4. Alinhar pontos importantes: nos dias mais tranquilos, como nos fins de semana, chegar a um consenso sobre questões da família, como a divisão de tarefas domésticas.
  5. Praticar a escuta ativa: em que cada um tenha seu momento de fala e de escuta para encontrar um consenso sobre o que é debatido.
  6. Informar-se internamente: estar a par do dia a dia de cada um é motivo para criar assunto, não como um check-list obrigatório, mas como parceiros na comunicação.
  7. Atualizar-se externamente: trazer assuntos da atualidade e notícias pode proporcionar um excelente momento de conversa sobre os valores da família.

A importância de uma comunicação saudável

Káthia diz que, quando não há comunicação entre a família, o efeito é negativo. “Ficamos com pessoas conhecidas, mas ‘estranhas’, dentro do mesmo teto”. Se as relações não forem conquistadas no futuro, a médio ou a longo prazo, o vínculo social torna-se uma obrigação por serem membros familiares, sem a afetividade envolvida.

“Estabelecer uma rotina de comunicação é maravilhoso, pois a nossa maior riqueza é a família”, continua a coordenadora pedagógica. “O retorno da comunicação positiva, diária e respeitosa é a parceria e a cumplicidade entre os membros. Isso se estende para sempre, principalmente na adolescência ou nas fases mais desafiadoras dos filhos”.



Káthia Kobal é pedadoga, psicopedagoga, graduada em Letras, Mestre em Letras pela USP e pós-graduada em Didática do Ensino Superior e Comunicação e Letras, com mais de 30 anos de atuação na área de Educação.

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