Neste ano, vamos completar sete anos de Encontro com a Direção! Construímos, juntos, um espaço qualificado para a reflexão e diálogo sobre temas complexos e desafiadores para a educação de crianças e jovens, nossos filhos e alunos.
Podem acreditar que muitas das reflexões compartilhadas durante os encontros estão refletidas em ações e projetos que acontecem nos espaços do nosso Rio Branco, nossa escola em metamorfose.
Para iniciar as discussões do ano, trouxemos o tema “Educar filhos e alunos”, tendo como ponto de partida o artigo que traz o mesmo nome no título e foi escrito pela diretora-geral, Esther Carvalho.]A partir do artigo, levantamos algumas questões que permearam nossas reflexões
Processo de socialização
No processo de socialização, a família é responsável pela chamada socialização primária, processo em que a criança, desde muito pequena, vai diferenciando-se como indivíduo, percebendo a existência de outras pessoas, construindo regras e valores basilares, a partir da convivência familiar, vivendo os primeiros conflitos entre “o que eu quero, o que eu devo e o que eu posso fazer”.
A escola, por sua vez, é o primeiro espaço social em que a criança passa a interagir, cotidianamente, com um universo mais amplo de relações, assumindo novos papéis sociais. A escola é responsável, portanto, pela chamada socialização secundária, pois tem, na sua razão de ser, a formação não só de indivíduos, mas, essencialmente, de cidadãos.
Papéis de pais e de filhos
Muitas vezes, temos o sonho e o desejo verdadeiro de sermos os melhores amigos de nossos filhos. Mas eles precisam é de pai e mãe, uma vez que os amigos têm a idade deles. Nós, adultos, precisamos nos posicionar com amor e coerência, dando limites e sendo as referências para nossas crianças e jovens.
Conflitos
Para enfrentar os conflitos do cotidiano,é preciso ter claro que conflitos fazem parte do desenvolvimento de crianças e jovens. Outro aspecto abordado na reflexão é a interferência de adultos nos conflitos dos filhos. Temos que saber qual é o nosso papel diante de determinadas situações para que possamos fortalecer as crianças e jovens.
Apresentando exemplos, falamos de muitas situações cotidianas no espaço escolar que chegam aos pais em ligações imediatas dos filhos, por meio do celular, antes mesmo da atuação dos educadores. Ao receberem essa ligação, os pais acionam a escola no anseio de resolver um possível conflito, sem perceberem que a visão de cada filho diante de uma situação de divergência é sempre parcial e os educadores são os responsáveis por avaliar os cenários e atuar.
Diamante ou cristal
Usando metáforas, trouxemos que crianças e jovens não são cristais. São diamantes, que necessitam ser lapidados pelas experiências entre seus pares, entre adultos, em diferentes contextos. Portanto, viver consequências de seus próprios atos, experimentar novos relacionamentos, procurar gerenciar seus conflitos e superar dificuldades são elementos essenciais para se formar pessoas fortalecidas, que possam lidar com o mundo adulto de forma assertiva.
Não se cresce no conforto. Nesse sentido, conflitos e frustrações são elementos essenciais para o desenvolvimento das pessoas. Nossos filhos e alunos são muito mais fortes do que imaginamos.
No meu tempo...
O tempo de nossos filhos também é o nosso tempo, que traz oportunidades e desafios em um mundo que muda exponencialmente. É neste cenário que precisamos, como pais e educadores, viver as permanências e mudanças de nosso tempo, sem o saudosismo de um passado, mas trazendo o legado, os valores e as experiências que nos constituem hoje e nos desenhará amanhã.
Expectativas das famílias e projeto da escola
A formação de crianças e jovens é uma ação compartilhada. Traz as expectativas e valores da família, o perfil da criança ou do jovem com sua personalidade e, também, a escola com seus valores e sua proposta de formação.
Essa parceria deve estar fundamentada na confiança de que família e escola estão do mesmo lado e fazem o melhor, em um espaço que sabemos que há gente formando gente!