Fortalecimento de nossos filhos e alunos para lidar com a questão do uso de drogas lícitas e ilícitas

by Colégio Rio Branco 14. setembro 2017 15:24

Frente aos desafios da prevenção ao uso de drogas, o Colégio Rio Branco promove um ciclo de reflexões sobre o tema, envolvendo toda a comunidade escolar. A ação teve início no Encontro com a Direção realizado nos dias 12 e 14 de setembro, em uma conversa com os pais sobre as ações da escola e o papel dos educadores e das famílias diante do uso de drogas lícitas e ilícitas.

Confira o vídeo sobre o Encontro com a Direção.

Para dar continuidade às reflexões, o Colégio Rio Branco convidou uma referência na área de prevenção ao uso de drogas, o Dr. Anthony Wong, médico pediatra, professor de Toxicologia Clínica e de Farmacovigilância e Chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Saiba mais sobre as palestras com o Dr. Anthony Wong.

A sexualidade na infância e adolescência

by Colégio Rio Branco 22. agosto 2016 11:30

Queridos pais,

Parece brincadeira, mas se passaram quatro anos desde que decidimos, escola e família, criar esse canal de interlocução sobre a formação de nossas crianças e jovens: o Encontro com a Direção. Momentos especiais em que temas complexos são abordados e compartilhados, sem a pretensão de esgotá-los e sim de ampliá-los.

Mais do que uma conversa entre pais e diretoras, o grande segredo que esse espaço traz são as oportunidades de reflexão entre os próprios pais, que, com suas diferentes experiências de vida, têm muito a compartilhar. Com certeza, a cada encontro, saímos com algo a mais em nossas mentes e corações. Obrigada por essa oportunidade!

Nesse mês de aniversário, queremos trazer um tema que há algum tempo não abordamos: A sexualidade na infância e adolescência. Tema importante e desafiador, que envolve valores, autoestima, relação entre público e privado, redes sociais, erotização, informação de qualidade, respeito, enfim, esses e muitos outros aspectos!

Para nossa reflexão, sugerimos dois vídeos de profissionais que abordam alguns aspectos do desenvolvimento da sexualidade infantil e da adolescência:

Sexualidade | Psicóloga Infantil Daniella Freixo de Faria

Sexualidade Infantil - Saúde em Prática - TV Unesp

Esse é apenas um aquecimento para nossa conversa! Até lá!

24/08 – Unidade Granja Vianna (das 7h30 às 9h15) – Prédio das Faculdades Integradas Rio Branco

25/08 – Unidade Higienópolis (das 7h30 às 9h15) – Sala 101 – 1º andar

Grande abraço,

Esther Carvalho

Diretora-Geral

Área temática: Sexualidade

O trabalho de prevenção às drogas na família e na escola

by Colégio Rio Branco 2. outubro 2015 17:54

Como falar sobre drogas com crianças e jovens? O que leva os jovens a usarem drogas? Como lidar com a pressão do grupo?

Essas e muitas outras reflexões nortearam nossa conversa durante o Encontro com a Direção do mês de setembro, nos dias 24 e 30, nas unidades Higienópolis e Granja Vianna. Nosso objetivo foi discutir medidas de prevenção e propor formas de diálogo com nossas crianças e jovens, reforçando a valorização da vida e o amor incondicional.

O tema “O trabalho de prevenção às drogas na família e na escola” já havia sido tratado em nossos encontros anteriormente, mas, como faz parte de nossa atenção contínua, consideramos relevante compartilhar e aprofundar as experiências que fortalecem nossos filhos e alunos, para construírem seu projeto de vida de maneira saudável e harmoniosa.

Durante o encontro, foi apresentado o vídeo “O que dizer do uso de drogas”, do psiquiatra Flávio Gikovate, que fala sobre drogas lícitas e ilícitas, muitas vezes usadas de maneira recreacional ou com a finalidade de atenuar sensações desagradáveis ligadas à existência. Segundo o médico, as drogas hoje são muito voltadas para a mocidade, inclusive a bebida alcoólica, ingerida por meninos e meninas. A questão da dependência química e psicológica também é tratada. Assista ao vídeo.

Reflexões conjuntas

O uso de drogas está presente na sociedade. A escola e a família devem atuar para fortalecer as crianças e jovens, buscando estratégias para lidar com as dificuldades da vida, desenvolvendo medidas de proteção.

  • Diálogo e negociação para a vida: os adultos precisam criar oportunidades de diálogo com filhos e alunos.
  • Papel da família: os valores apoiam os jovens em suas escolhas e a escola tem o papel de reforçar os valores coletivos. Os pais são exemplos para os filhos e devem colocar limite, dizendo não sempre que necessário.
  • Autoestima: é preciso fortalecer os jovens para que aprendam a lidar com as frustações e para que saibam resistir às pressões sociais.
  • Projeto de vida: os jovens precisam construir projetos de vida, que os façam buscar realizações, pois as drogas podem ocupar o vazio existencial, o lugar da dor, da ausência e até do tédio.
  • Valores: estimular a espiritualidade e a gratidão em nossos filhos é um caminho para o equilíbrio interior e respeito mútuo.

Ações da escola

O trabalho do Colégio Rio Branco é feito sempre em parceria com as famílias. Acreditamos no respeito aos valores, às famílias e as pessoas, estimulamos e valorizamos as boas escolhas e projetos de vida de nossas crianças e jovens.

Professores e orientadores acompanham o desenvolvimento dos alunos em diversos aspectos e ao notarmos mudanças de comportamento e outras características, alertamos as famílias. Escola e família, juntas, são andaimes e não muletas para o crescimento de nossas crianças e jovens. São o apoio essencial para vencerem as etapas de desenvolvimento de suas vidas.

Dentre as diversas ações do Colégio Rio Branco, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental participam do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), promovido pela Polícia Militar. Leia mais.

Os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, todos os anos, refletem sobre diversos temas da adolescência e participam de uma atividade de sensibilização sobre a prevenção ao uso de drogas, a partir de uma obra literária. Os professores de Ciências e de Língua Portuguesa debatem e orientam sobre dúvidas que surgem no processo.

Neste ano, durante o Festival do Livro em Família, pais e alunos conversaram com o autor da coleção “Curto a Vida”, Rafael Rodrigues, sobre as escolhas para uma vida saudável e a prevenção ao uso indevido de drogas.

A partir do próximo ano, os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental terão a oportunidade de trabalhar com o livro “Doces Venenos – Conversas e Desconversas sobre drogas”, de Lidia Aratangy, que trata de diversos aspectos sobre o uso de drogas e seus efeitos.

Educar filhos e alunos para a perseverança e resiliência

by Colégio Rio Branco 11. março 2015 11:25

Ficamos muito felizes com o primeiro Encontro com a Direção de 2015, que reuniu mais de 50 pais em cada uma das unidades, nos dias 25 e 26 de fevereiro. Foi um momento especial para reafirmarmos nossa crença de que o trabalho conjunto entre família e escola é o caminho para educar melhor nossas crianças e jovens.

Neste encontro, discutimos o tema “Educar filhos e alunos para a perseverança e resiliência”. Tema interessante e desafiador, que trouxe excelentes oportunidades de trocas de ideias, crescimento para todos nós e aprimoramento da escola.

“Para fazermos a diferença no mundo, temos que honrar todos os nossos sonhos”

Thiago Feijão

Para inspirar as nossas discussões, assistimos a um trecho do vídeo-depoimento de Thiago Feijão, um jovem empreendedor, ex-aluno do ITA e idealizador da Plataforma QMágico.

Neste depoimento, dado para o TED, uma fundação americana que tem o objetivo de disseminar boas ideias em vídeos na internet, Thiago Feijão fala sobre sonhos, ideais, desafios e escolhas.

Thiago Feijão é um apaixonado por educação, que descobriu sua vocação ao ensinar pessoas. Seu trabalho, que começou em ONGs, impactando poucas pessoas, hoje atinge milhares de pessoas por meio de sua plataforma de aprendizagem online. Ele acredita que assim pode retribuir para a sociedade todas as oportunidades que teve de estudar e se formar em uma faculdade de excelência.

Confira o depoimento na íntegra.

Humildade, vontade, perseverança, resiliência, compaixão, empreendedorismo, decisão, segurança, visão, criatividade, liderança, pragmatismo, espírito de equipe, cidadania, consciência de seu entorno. Essas são algumas das características que apreendemos das palavras de Thiago Feijão.

Precisamos pensar como trabalhamos essas e outras características em nossas crianças e jovens, na escola e na família. O trabalho do  Colégio Rio Branco está voltado para  que os alunos não somente tornem-se pessoas plenas e felizes, mas que, essencialmente, façam a diferença no mundo, transformando positivamente a sociedade.

Desenvolvendo a perseverança e a resiliência

Os pais foram divididos em grupos e discutiram o tema a partir de oito palavras norteadoras e sua relação com o desenvolvimento da perseverança e da resiliência. Confira alguns detalhes dos debates abaixo.

Limites

Os pais são de uma geração em que havia muitos limites e hoje precisamos coloca-los, também, para as crianças e jovens. Quando há limites desde cedo, os filhos se adaptam. Por isso, não podemos iniciar esse processo apenas na adolescência. Assim, é preciso pensar nos limites a partir das seguintes perspectivas: saber negociar, saber ouvir, estabelecer limites pela razão e não pelo medo, dar carinho físico, elogiar e reconhecer as boas atitudes.

Disciplina

Parece uma palavra negativa, mas é algo necessário desde que a criança nasce, tão importante como saber negociar com os filhos e colocar limites. Trabalhar a disciplina é algo que deve começar em casa, com um trabalho diário dos pais. Os filhos vão burlar os limites e precisam saber que os atos têm consequências e que é necessário lidar com o ‘não’. Outro aspecto importante é que a disciplina gera autonomia, quando bem trabalhada.

Desafios

Hoje, o que não faltam na vida de todos nós são os desafios e sabemos que lidar com situações pouco desafiadoras pode desestimular, assim como excesso de desafio pode imobilizar ou frustrar. Assim, como pais, devemos ajudar nossos filhos a lidarem com os desafios, sem protege-los demasiadamente. Somos exemplos, ou seja, precisamos saber lidar com nossos próprios desafios no dia a dia, para que nossos filhos tenham a quem seguir. Da mesma forma que devemos ser persistentes e resilientes dando o exemplo, mesmo sabendo que hoje a vida é mais complexa do que foi para as gerações anteriores.

Superproteção

Pais precisam estar atentos para não negligenciar e nem superproteger os filhos. Oferecer às crianças e jovens uma rotina, disciplina e limites é dar proteção e segurança, pois nossos filhos precisam ter referências. Mas é essencial dar a oportunidade para que a criança se desafie ou seja desafiada. É preciso confiar na educação que damos e não superproteger, acreditando que nossos filhos serão desafiados e podem ter sucesso.

Tolerância

Cada família tem seus próprios limites e trabalha a tolerância de forma diferente. Mas hoje, o que é visto é um excesso de tolerância e a dificuldade dos pais em colocar limites. Essa questão precisa ser trabalhada, pois os pais são o principal exemplo.

Frustração

Frustração faz parte do processo de crescimento. Privar os filhos de frustração é algo que não favorece o desenvolvimento da resiliência. Valorizar o esforço, incentivar a continuidade do trabalho e gerenciar o sentimento de frustração são caminhos para que crianças e jovens se fortaleçam.  E é importante saber que frustrações vão ocorrer, mas que nossos filhos precisam lidar com essas situações.

Autoestima

Devemos apoiar nossas crianças e jovens na construção da autoestima. O autoconhecimento leva à autoestima, ou seja, nossos filhos devem aprender a perceber o que os diferencia, quais são suas habilidades e competências e saber se valorizar e reconhecer pequenas conquistas, pois muitas vezes o reconhecimento não virá de outras pessoas. Crianças e jovens devem, também, conhecer seus desafios e pontos de aprimoramento. Assim como a autoestima positiva é fundamental para a resiliência, o excesso de autoestima pode ser ameaçador no sentido que desenvolve a arrogância, a falta de humildade e dificulta o crescimento dessas competências.

Trabalho duro

As crianças e jovens precisam do exemplo dos pais para mostrar os valores de se esforçar para conquistar os objetivos. Atualmente, os jovens têm muitos atrativos que desviam o foco do que é o trabalho duro. Assim, é necessário, em primeiro lugar, tirar a ideia de que tudo tem que ser prazeroso e mostrar que há rotinas, limites e responsabilidades, com tarefas até mesmo dentro de casa, para que nossos filhos aprendam o valor do esforço e de suas conquistas.

Uso do celular

O uso do celular, embora pareça estranho ao contexto da discussão, está intimamente ligado ao desenvolvimento da resiliência e da autoestima. Como uma ferramenta poderosa, pode estar a serviço da aprendizagem e da comunicação. Entretanto, é considerado, também, como o "prolongamento do cordão umbilical", pois com frequência, faz com que as crianças e jovens acionem seus pais em momentos de conflitos ou desafios que eles poderiam solucionar sozinhos.  Nesse sentido, não favorece a autonomia.  Precisamos aprender a lidar com essa ferramenta que está tão presente no ambiente escolar e familiar. É importante ter regras para o uso do celular e os adultos também devem ficar atentos com o seu uso excessivo. Vale destacar que na escola, o celular pode ser uma ferramenta educacional em determinados contextos pedagógicos. Fora desses momentos, o celular só é permitido no intervalo de aula.

Foi muito interessante ver como os temas são interligados, ficando muito difícil uma análise isolada. A apresentação de cada um dos representantes dos grupos foi muito interessante e enriquecedora. Entendemos que o conflito faz parte da vida de todos, adultos, jovens e crianças, e com eles aprendemos a ser resilientes e perseverantes.

Adultos são mais do que um porto seguro para os filhos, são exemplos. Escola e família têm o desafio de fazer dessas crianças pessoas resilientes, perseverantes e autônomas.

Sexualidade: conceitos e reflexões - Finalizando nossos debates

by blogAdmin 2. setembro 2013 17:18

Em importantes oportunidades discutimos, juntos, escola e família, o tema “Sexualidade”, nos dias 28 de agosto na Unidade Granja Vianna e 29 de agosto na Unidade Higienópolis. Nesses momentos conseguimos concluir esse ciclo de debates, iniciado em abril, e enriquecido muito com a excelente palestra da Prof.ª Dr.ª Carmita Abdo, especialista em Sexualidade.

Encerramos este tema comemorando um ano dos “Encontros com a Direção”, este espaço tão importante para a construção conjunta de ideias, de troca de experiências e compartilhamento de vivências. Sabemos que ainda temos ainda muito a evoluir nesta experiência, mas a escola tem crescido muito e os pais também têm sentido essa experiência especial. Este é um momento em que pensamos, de verdade, sobre diversos assuntos que, muitas vezes, nos angustiam no dia a dia.

Assim, vamos retomar o que foi abordado nas palestras da Carmita Abdo:

            Tivemos a grande oportunidade de conversar sobre sexualidade com uma das mais importantes especialistas na área do Brasil. Foi um bate papo que surpreendeu a todos pela forma de tratar o assunto. Pudemos abrir nossas cabeças e corações para este tema que, muitas vezes, pode parecer bastante complicado de ser tratado, mas que deve ser encarado com transparência, verdade e, claro, delicadeza.

Para falar sobre o tema, primeiramente, a palestrante destacou que qualquer pessoa está atrelada a atividade sexual, pois sexo é algo muito importante, sendo o polo principal de estruturação e formação da identidade das pessoas e fazendo parte de todas as culturas.

            Para Carmita Abdo, a grande questão em tratar o assunto com nossos filhos é: responda sempre, mas responda somente o que foi perguntado. 

As pessoas apresentam diversas motivações para tornarem-se sexualmente ativas: relacionamento (intimidade e cumplicidade), identidade (sentir-se homem ou mulher), prazer (sentir-se desejável) e reprodução (desejo de engravidar). Além disso, ao lado do trabalho, da vida familiar e do lazer, a atividade sexual faz parte da qualidade de vida, segundo a Organização Mundial da Saúde. Com isso, é importante lembrar: Sexo com satisfação é algo construído ao longo da vida, a partir de uma vivência positiva!

            Entramos em contato com diversos dados e informações, que podem nos oferecer um panorama de como muitos jovens iniciam suas vidas sexuais:

  • A média de início da vida sexual ocorre em torno dos 15 anos de idade.
  • A vida com múltiplos parceiros é uma realidade.
  • Gravidez é primeira causa de internações (66%) em moças entre 10 e 19 anos na rede SUS.
  • Partos: ¼ do total no SUS são de adolescentes (10 a 19 anos).
  • O uso de preservativo é muito baixo e a vida sexual é muito livre. Muitas meninas não usam, pois suas amigas também não, e elas ficam receosas de os garotos preferirem fazer sexo com outras pessoas. Já os meninos se cuidam mais, mas quando percebem que a garota não tem sexo diversificado ele não se protege.
  • Algo que essa geração mostrou é que se faz sexo sem compromisso, pois inverteram a ordem das coisas e primeiro há o sexo e depois o relacionamento.
  • Redes Sociais: hoje tornaram a vida íntima das pessoas cada vez mais pública. O sexo é um meio de mostrar que você é moderno, descolado e livre para fazer o que bem entende. A privacidade está exposta de uma forma brutal.
  • Homossexualidade: viver uma fase de experimentação não quer dizer que é homossexualidade. Ninguém opta por ser homossexual ou heterossexual e nem deixa de ser, mas hoje se permite uma liberdade sexual que as gerações anteriores não se permitiam. Existe um lado positivo, pois isso é mais natural e pode evitar o preconceito, que gera perversões.
  • Se os jovens serão mais ou menos felizes em relação ao sexo depende de como os pais lidam com o assunto.

Vale lembrar que sexo saudável, primordialmente, é aquele que não prejudica você, nem o parceiro e nem a terceiros. Assim, não podemos normatizar o sexo de ninguém, mas é claro que existem regras para quem começa uma vida sexual e que, seguindo a tendência atual, fará sexo com múltiplos parceiros. Nossas avós começaram suas vidas sexuais com 15, que é a mesma idade de hoje. A diferença é que elas iniciaram já casadas e, hoje, as meninas começam aos 15 e vão se casar aos 30. Terão 15 anos de vida sexual múltipla. Isso é bom ou ruim? Depende de como serão esses parceiros, se eles vão se proteger e se eles terão maturidade para fazer aquilo a que se propõem. 

Por isso, educação sexual também é ensinar os jovens a saber se estarão prontos para fazer o que estão se propondo a fazer. Hoje, compromisso e sexo não têm, necessariamente, uma relação. É com isso que temos que lidar? Vamos ser a favor ou contra? Podemos ficar nos perguntando isso ou podemos ensinar nossas crianças e jovens a lidarem com essa situação!!!

Conversas entre pais e filhos sobre o tema podem fazer a diferença na vida e no futuro das crianças e jovens. Se queremos que os filhos façam sexo responsável e adiem a iniciação, precisamos oferecer educação sexual, conversando sobre essas questões. O mundo que se apresenta, sexualmente falando, é esse e é onde os jovens vivem, por isso, precisamos educar, orientar e dar conhecimento para que crianças e jovens tenham discernimento para se preparar quando as coisas acontecerem em suas vidas.

Após a palestra da Prof.ª Dr.ª Carmita Abdo, pudemos, juntos, refletir sobre todas os conteúdos, nossas atitudes e posturas na família e na escola.

Quais valores devemos passar e quais valores passamos de fato? Essa é uma importante reflexão para encontrarmos as repostas que queremos ao trabalhar o tema da sexualidade. Percebemos que a melhor forma é sabermos os valores e limites que temos em nossas casas, em nossas famílias e na escola e, mantermos sempre um canal direto para o diálogo.

Sobre o diálogo, nós, adultos, precisamos saber que os filhos não precisam contar tudo. Nós mesmos não contávamos tudo para os nossos pais. O ponto certo é estarmos abertos e preparados para perceber necessidades de informação, momentos de interferir e de responder às perguntas. Nosso papel é ser o contraponto para tudo que as nossas crianças e jovens têm acesso e que, muitas vezes, não é saudável, dando informações consistentes e de qualidade, ou seja, fazermos o contra discurso.

Neste mesmo sentido, precisamos mostrar aos nossos filhos que devemos ser responsáveis por nossos atos e essa responsabilidade está ligada às consequências. Precisamos avaliar se privamos demasiadamente nossas crianças e filhos das consequências de seus atos. Não é punir, é oferecer uma visão real de que atos implicam em consequências.

Neste encontro levantamos diversas ações e possibilidades que podem ajudar escola e família a trabalharem esse tema:

  • Reforçar, ainda mais, o tema como matéria em sala de aula, além de palestras e atividade que já são promovidas. Os temas drogas, internet e sexualidade já são trabalhados, mas vamos criar um programa contínuo e mais consistente.
  • A escola deve reforçar mais frequentemente as regras internas, como a da proibição do beijo em ambiente escolar.
  • Trabalhar com os alunos questões das redes sociais, da privacidade e da ideia de público e de privado.
  • Unir o papel da escola, da família e dos profissionais da saúde na abordagem do tema Sexualidade. Um profissional da saúde é o canal de informação consistente para nossos filhos.
  • Pesquisa: realizar no Colégio Rio Branco um levantamento sobre o conhecimento dos alunos sobre o tema sexualidade, o que possibilitaria verificar mais assertivamente as ações que devem ser feitas.

 


Saiba mais

Se quiser saber mais sobre o trabalho da Prof.ª Dr.ª Carmita Abdo, acesse o site do ProSex, Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. A especialista coordenou o “Estudo da Vida Sexual do Brasileiro”, considerado o maior do gênero já realizado no Brasil, e escreveu o livro “O descobrimento sexual do Brasil”, pela Summos Editorial. Vale a pena conferir o Portal da Sexualidade, que, a partir de um cadastro, oferece artigos sobre o tema segmentado para os mais diversos públicos; e o Museu do Sexo, que conta a história da sexualidade na humanidade.

Sexualidade: conceitos e reflexões

by blogAdmin 12. junho 2013 16:49

Demos continuidade às nossas reflexões sobre o tema “Sexualidade” nos encontros dos dias 22 e 23 de maio, resgatando importantes questionamentos do primeiro encontro, realizado em abril, sobre o assunto: a importância dos valores familiares; a questão da precocidade, resultado dos muitos estímulos a que nossas crianças e jovens estão expostos; a diversidade sexual; entre tantos outros que vamos explorar neste post.

O principal aspecto que deve estar claro para as famílias é a questão dos valores. Sempre ouvimos de nossos filhos que a mãe ou o pai do colega é mais legal, mas sabemos que a convivência intensa e árdua da família somos nós quem temos e, por isso, somos nós quem devemos trabalhar os valores com nossos filhos. Esses valores, certos ou errados, devem ser coerentes com nossas posturas e isso não quer dizer que não possam ser transformados.

As informações sobre sexualidade dos filhos estão profundamente ligadas aos valores das famílias. Portanto, é importante que tenhamos posicionamentos claros diante de alguns temas que envolvem a orientação e educação sexual de nossas crianças e jovens:

Autoestima Positiva: deve estar presente na educação da criança. Devemos fazer com nossos filhos a seguinte reflexão: “o corpo é seu e ele deve ser preservado e cuidado, para que quando você decida compartilhá-lo com alguém, possa ser uma experiência positiva”. Muitas vezes, sem perceber, acabamos repercutindo uma cultura do preconceito, propagando modelos pré-estabelecidos pela sociedade. A reflexão sobre esse tema deve, ainda, ser feita para além das questões relacionadas ao corpo, como gostar e respeitar a si mesmo, com todas as suas características.

Limites: somos nós, adultos, quem colocamos os limites para nossos filhos. Nós somos responsáveis por decidir as condutas que adotaremos em questões como televisão, internet, horários e, inclusive, no apoio às crianças e jovens na descoberta do corpo.

Diálogo: quando é o momento de começar a falar sobre sexualidade? Como não antecipar esse assunto? Como conduzimos essa conversa? Dizer a verdade sempre é a principal orientação, pois não temos controle sobre o conjunto de informações que os jovens têm acesso. É preciso manter um canal de diálogo aberto, sabendo que não podemos ter a expectativa de sermos, além de pais, os melhores amigos de nossos filhos em todos os momentos.

Maturidade: é uma construção e está ligada ao conceito de autonomia. Vivemos um mundo em que a precocidade está presente na vida de nossos filhos, por isso temos a necessidade de trabalhar alguns temas cada vez mais cedo. Sabemos que, muitas vezes, o corpo parece estar preparado, mas como ficam a cabeça, o coração e a autoestima?

Em grupos, os pais puderam explorar esses quatro tópicos ainda mais e levantar outros aspectos interessantes, enriquecer o debate e promover uma troca verdadeira de experiências.

O grupo que discutiu a Autoestima Positiva, destacou que a questão da aparência é delicada, pois muitas vezes há um exagero com academia e com o culto ao corpo, e, por mais que haja uma filosofia em casa, existe uma pressão grande que vem de fora. Os pais refletiram, ainda, sobre a importância de trabalhar o tema de forma correta, pois, muitas vezes, os adultos usam as formas e as palavras erradas. Assim, vale repensar a abordagem da ‘beleza’: a beleza é uma questão relativa e precisamos valorizar – e ensinar nossas crianças e jovens a valorizarem - o nosso corpo da forma como ele é; dicas abordadas: valorizar o que a criança tem de melhor e, em seguida, destacar as atitudes erradas e mostrar para nossos filhos que quando lembramos de uma pessoa da qual gostamos, lembramos de coisas boas e não de características de beleza. Em contrapartida, na discussão surgiu a necessidade de cuidado com o excesso de autoestima que pode gerar arrogância. Precisamos saber lidar com o tema da Autoestima Positiva, com todos os desafios. Na cultura ocidental, existe a ideia de que envelhecer é feio e isso não é verdade. Veja esta campanha da Dove, “Retratos da Real Beleza”, que mostra como as pessoas se enxergam de formas diferentes do que elas realmente são, sem valorizarem suas próprias belezas.


O grupo que abordou o tema Limites ressaltou o fato de que ele está ligado aos valores de cada família ao mesmo tempo em que há os valores básicos que devem ser compartilhados por todos. A questão do ‘não’ e do ‘sim’ foi bastante explorada e todos concordaram que é essencial fazer com que essas duas palavras tenham e façam sentido quando utilizadas, para que sejam coerentes, tenham força e desenhem, de fato, o limite. Os pais falaram em AMOR (com letras grandes), pois as crianças aprendem que quando falamos ‘não’ estamos as amando, por mais que não gostem. Quando alguém fala ‘sim’ e, em seguida, fala ‘não’, e vice versa, isso gera frustração.

No tópico Diálogo, os pais falaram sobre a necessidade de abrir estratégias para conversar com os filhos, criando espaços eficientes e verdadeiros. Para dialogar é necessário saber ouvir e nem sempre os pais estão prontos para ouvir seus filhos. Em divergências, vale saber que quando todos os argumentos se esgotam, é necessário que os adultos coloquem os limites. Há regras que precisam ser seguidas, como o respeito a si mesmo, respeito aos outros e responsabilidade sobre os próprios atos. A troca de ideias entre os pais também foi destacada pelo grupo, como um recurso a mais para fortalecer as atitudes dos adultos com relação aos seus filhos. Com situações semelhantes e diferentes pontos de vista, os pais ampliam sua visão sobre esses desafios e sentem-se mais seguros para tomar decisões.

Para abordar o tema Maturidade, o grupo de pais colocou em pauta a questão da autonomia e da precocidade. Para os pais, a maturidade está relacionada a um conjunto de fatores, dentre eles os abordados anteriormente. Informação, autoestima positiva, limites e diálogo são a via segura para que nossos filhos construam sua autonomia moral, emocional e cognitiva e estejam prontos, ou seja, maduros para viver as diferentes experiências no decorrer de suas vidas. Autonomia e maturidade se constroem com os exemplos e limites dos pais. É necessário, também, fazer com que nossas crianças e jovens tenham consciência da consequência de seus atos e que tenham noção de futuro para além do ‘imediato’, trabalhando questões como: o que é a iniciação sexual; para quem me entrego; qual o impacto e as consequências dessa decisão. No momento em que nossas crianças têm acesso a informações e experiências de maneira precoce, não estando prontas para experimentá-las, temos que acompanhar e orientar nossos filhos com limites e exemplos.

Juntos, pudemos destacar importantes aspectos sobre o tema “Sexualidade”, compartilhando nossas dúvidas e medos na busca por atitudes assertivas. Sabemos que devemos, a partir dos valores de nossa família, trabalhar a autoestima positiva, estabelecer limites, criar espaços para o diálogo e valorizar e trabalhar a maturidade, mas as situações e vivências estão, de fato, muito mais complexas do que poderíamos acreditar. Por isso, continuamente, devemos suscitar em nossos jovens a reflexão e a autocrítica.

Tendo em vista essa complexidade, o tema “Sexualidade” ainda será abordado em mais um “Encontro com a Direção”, no dia 26 de junho na Unidade Granja Vianna e dia 27 de junho na Unidade Higienópolis, quando poderemos fazer um fechamento do assunto e apresentar aos pais como a escola trabalha todas essas questões, dentro do Projeto Político Pedagógico.


Dicas de livros, sites e novidades


Com uma linguagem descontraída e direta, o médico e educador Jairo Bouer dialoga com o jovem sobre diversos temas relacionados à Sexualidade. Em seu site é possível ter acesso a informações atuais e tirar dúvidas com o médico. Assista, também, a entrevista com a jornalista Marilia Gabriela, para o programa “De Frente com Gabi, de 13 de junho de 2012.

Livros
Sexo e Cia. - Publifolha
O Corpo das Garotas - Editora Original 
Álcool, Cigarro e Drogas - Editora Original 
O Corpo dos Garotos - Editora Original 
Primeira Vez - Editora Original
“Filhos – adolescentes de 10 a 20 anos de idade” - Sociedade Brasileira de Pediatria - Editora Manole