Programa Saúde Mental: mais uma iniciativa em prol da nossa comunidade escolar

Por Juliana de Oliveira Góis Barcia

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) “saúde mental” corresponde um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades e consegue encontrar recursos para lidar com os estresses do cotidiano. Trata-se de um conceito interessante, visto que desmistifica a ideia de que uma boa saúde mental é sinônimo de ausência de transtornos mentais e nem de um estado contínuo de felicidade. 

Alegria, tristeza e medo, por exemplo, são emoções que fazem parte do dia-dia de todos, são reações diante do que é experienciado, são os tons que colorem nossos dias. De toda forma, é fundamental nos atentarmos a forma como vivemos, a maneira como lidamos com as adversidades, conflitos e frustrações inerentes a qualquer percurso, o que engloba a capacidade de percebermos e reconhecermos os potenciais e os limites de cada um, a habilidade nos colocarmos no lugar do outro, bem como os recursos para  buscarmos satisfação a despeito das pedras pelo caminho que inevitavelmente encontramos, observamos, desviamos, tropeçamos ou até mesmo que decidimos levá-las conosco dentro do bolso. 

A importância de nos atentarmos à saúde mental não é novidade, contudo é evidente que  a pandemia colocou isto em evidência e deu voz a um nó que já estava na garganta de muitos. Uma enquete realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela organização da sociedade civil Viração Educomunicação em maio deste ano com mais 7,7 mil adolescentes e jovens de todo o Brasil  revelou que metade deles sentiram necessidade de pedir ajuda sobre saúde mental e que nos dias anteriores ao levantamento 35% deles se consideram ansiosos. 11% preocupados consigo e 8% deprimidos. A verdade é que desde 2019 até os dias atuais, nos deparamos com diversas pesquisas e notícias que apontam o aumento dos níveis de ansiedade, estresse e sintomas depressivos nas diferentes faixas etárias. 

Diante dessa realidade, como mais uma forma de acolher e cuidar da nossa comunidade, vimos como uma ação primordial a abertura em nosso colégio de um espaço para colaboradores e famílias refletirem sobre este cenário e seus desdobramentos. Esta iniciativa, dentre outras, se iniciou em 2020 e teve continuidade no decorrer dos últimos dois meses. Neste ano foram realizados um total de onze encontros: entre rodas de conversas com educadores, palestras com foco no autocuidado para colaboradores, palestra sobre a saúde mental de crianças e dos adolescentes, tanto para educadores quanto para pais e mães, conduzidos por profissionais convidados.

Em 2022, além do Dr. Gustavo Mechereffe Estanislau, psiquiatra da Infância e Adolescência, contamos com a participação de Danielle Rossini, psicóloga  com ênfase em neuropsicologia, de Eduardo Romano Ottolia, psicólogo e psicanalista, e de Rafaela Gualdi, psicóloga e terapeuta cognitivo comportamental. 

Os momentos foram muito ricos, permeados pela em troca de experiências e informações. Acreditamos que iniciativas como essa são fundamentais para a conscientização da importância da saúde mental, para o acesso à informações claras acerca do seu impacto na vida em todas as idades, para o incentivo a adoção de hábitos de autocuidado, para acolher, identificar e, se necessário, buscar tratamento especializado para dores e transtornos do campo psíquico. 

Em 10 de outubro, celebramos o Dia Mundial da Saúde Mental e o tema da campanha deste ano é “Faça a saúde mental e o bem-estar de todos uma prioridade global”. Nesse sentido, trazemos à tona a relevância de ações como essa como algo contínuo e destacamos a necessidade do autocuidado e da busca pelo bem-estar. Sim, assim como é crescente a busca por hábitos para uma melhor saúde física devemos nos atentar e cuidar da saúde mental nossa e daqueles que amamos. Por fim, a boa notícia é que pequenas ações podem fazer grande diferença e muitas delas já são conhecidas de longa data. 

Seguem algumas ideias que você pode começar a colocar em prática ainda hoje:

  • Inclua no seu dia momentos “offline”: desconecte-se de telas por um período (televisão, celular, computador); 
  • Insira pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias;
  • Estabeleça hábitos de sono regulares: busque dormir e acordar no mesmo horário e garantir um mínimo de horas de sono que sejam suficientes para que você consiga descansar;
  • Realize atividades que lhe são prazerosas: ler um livro, conversar com um amigo, tocar um instrumento;
  • Busque realizar uma atividade de cada vez, estabeleça prioridades;
  • Busque uma alimentação saudável;
  • Evite conflitos desnecessários, faça escolhas em relação às brigas pelas quais vale a pena lutar; 
  • Atente-se para o que te faz sentir bem - e o contrário também. O autoconhecimento é uma ferramenta muito valiosa;
  • Faça uma lista com as coisas pelas quais você grato;
  • Pratique técnicas de respiração e relaxamento: elas são uma boa estratégia para ajudar a lidar com as adversidades do dia a dia.

 

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