Atenção, estímulos e comportamento: desafios das tecnologias da informação e da comunicação

by Colégio Rio Branco 22. maio 2015 14:49

Tecnologia. Autonomia. Hiperatividade. Controle. Cidadania Digital. Todos esses temas surgem quando pensamos nos desafios que as tecnologias da informação e da comunicação nos apresentam.

Costumamos falar: “no meu tempo era assim” ou “na minha época isso era diferente”. Mas, é necessário saber que o tempo de agora é o tempo de todos: crianças, jovens e adultos.

Precisamos refletir sobre aspectos positivos e negativos da realidade em que a sociedade vive, com imensas possibilidades de tecnologia, informações e estímulos, pensando em que medida a família e a escola podem contribuir para que crianças e jovens desenvolvam atitudes de criticidade e autonomia para viver nesse contexto.

Assim, nos dias 29 e 30 de abril, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, nos reunimos para trocar ideias sobre esses temas.

Inspirações

Em entrevista, o médico, psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury fala da imensa exposição das crianças e jovens a informações de todos os tipos. Esse excesso tem causado o que ele identificou como Síndrome do Pensamento Acelerado, que causa, entre outros sintomas, agitação, irritação e dificuldade de concentração. Assista.

Confira, também, o vídeo “Desconectar para Conectar”, que ilustra como os eletrônicos fazem parte de nossa vida e como, muitas vezes, estamos desconectados da realidade.

Contexto

As questões que vivenciamos hoje acerca de temas como controle, limites e transgressão, são semelhantes às vividas antigamente, porém com mais intensidade e abrangência. Por exemplo, há menos de duas décadas, falávamos sobre os possíveis efeitos nocivos da televisão para as crianças.

Com as tecnologias da informação e da comunicação, já identificamos inúmeros benefícios, como estar em contato com pessoas de todo o mundo ou ter muito mais agilidade no acesso a informações.

Por outro lado, ainda não podemos prever todos os reais impactos e resultados dessas ações. Por exemplo, já existem estudos que demonstram que o perfil e a qualidade do sono foram afetados com todos esses aparelhos ligados ao nosso redor - TV, telefone, celular e Wi-Fi.

Precisamos pensar se nossas crianças e jovens estão preparados para ter acesso a todas as informações disponíveis. Após as redes sociais, já sabemos que muitos conflitos e questões são antecipadas levando nossos filhos e alunos a uma precocidade: o que acontecia na faculdade, agora acontece no Ensino médio; o que acontecia no Ensino Médio, passa a acontecer no Ensino Fundamental II; o que acontecia no Fundamental II, hoje acontece no Ensino Fundamental I.

Celular

Em nosso encontro, dedicamos uma especial atenção à questão da utilização de celulares. Esse equipamento está presente em todos os momentos e locais e isso acarreta em diversas questões.

São inegáveis os benefícios da telefonia móvel. Mas, por outro lado, os celulares estão tão presentes na vida da grande maioria das pessoas, que não sabemos mais ficar sem fazer nada. Com o celular, muitos estímulos são criados a todo o tempo – ligações, jogos, Whats App, Facebook – e acabamos entrando em contato com a hiperatividade.

Ao darmos um celular para nossos filhos, é preciso estabelecer claramente os limites, respeitando as características de cada família. A opção de não dar celular até determinada idade, também deve ser uma decisão da família. Por isso, o fato de algumas crianças não terem celular deve ser encarado com naturalidade.

Celular na escola

O Colégio Rio Branco tem buscado, ao longo dos anos, junto aos professores, novos conceitos de aulas, que possam manter a atenção e construir  ricos processos  de aprendizagem. Nesse sentido, o uso do celular pode ser recomendado para algumas aulas devidamente planejadas. Nos demais momentos de aula  o celular deve estar guardado. Nos intervalos o celular é permitido, entretanto incentivamos que as crianças  brinquem e interajam presencialmente,  com os colegas. Na gestão de conflitos o celular tem um papel importante pois possibilita a criança e o jovem acessar seus pais para tratar de coisas que poderiam ser resolvidas no contexto escolar, sendo os pais acessados se fosse necessário.  Mas a questão é tão complexa, que muitas vezes os pais ligam para os filhos no celular durante o intervalo, estendendo as relações de dependência com as famílias.

Criando autonomia e criticidade

Nós, adultos, na escola e na família, precisamos tomar consciência da realidade em que vivemos em relação às tecnologias da informação e da comunicação, criando visão do que é correto ou não, pois o maior risco é a banalização das atitudes, dos valores. Só assim conseguiremos oferecer às crianças e jovens orientações seguras. No Colégio Rio Branco, investimos na  Cidadania Digital visando a aproveitar todas as oportunidades que as Tecnologias da Informação e da Comunicação oferecem  e desenvolver  autonomia e criticidade quanto ao seu uso.

Saiba mais

O Common Sense é um site que tem o objetivo de apoiar crianças, pais e professores com informações e ferramentas para a utilização segura e produtiva da mídia e da tecnologia.

Confira o artigo "Estímulo demais, concentração de menos. Estamos enlouquecendo nossas crianças", de Fabiana Vajman, postado no Blog Pais que Educam, da pedagoga Pamela Greco.

Selecionamos algumas sugestões de leitura com orientações para o uso de Internet e aparelhos móveis por crianças, disponibilizadas pela Central de Proteção e Segurança da Microsoft.

Proteção para a Família

Como ajudar seus filhos a usar sites sociais com maior segurança

Orientações por faixa etária para uso da Internet por crianças

Ensine às crianças os fundamentos de segurança online

Ensine as crianças sobre o ódio e as informações incorretas na Internet 

Ajude a proteger seus filhos contra bullying online

Segurança em celulares para crianças

O impacto das redes sociais

by blogAdmin 26. junho 2014 11:25

A reflexão sobre os impactos das redes sociais na vida de nossos alunos e filhos deve ser constante, por ser um assunto complexo e que surpreende em sua dinâmica. Assim, os Encontros com a Direção, realizados nos dias 28 e 29 de maio, retomaram o tema, já tratado em 2013.

Redes Sociais: aspectos desafiadores e, ao mesmo tempo, positivos

O que é rede social? Segundo o site Infopédia, rede social é: um conjunto de relações entre pessoas ou organizações que partilham interesses, conhecimentos e valores comuns, por meio da internet / site ou página da internet onde se estabelece esse tipo de relação, através da publicação de comentários, fotos, links etc.

Assim, antes considerávamos Rede Social o contato do dia a dia e, hoje, já estendemos esse aspecto via online. 

Juntos pensamos, ainda, em diversos aspectos sobre o tema:

as redes sociais são o super organismo global, funcionando como o grande cérebro do mundo, e cada pessoa é um neurônio. Dessa forma, podemos dar o caminho que quisermos para essa rede, podemos deixar um legado para nossos filhos.

a internet é um meio incrível, que une as pessoas. Quando mal usada pode acabar com uma família, com uma criança, com um jovem. Então, é preciso uma lei para poder regrar esse ambiente.

Vivendo nas redes sociais – segurança, reputação e ética

Hoje, o mundo real e o mundo virtual estão conectados. Se pensarmos nas orientações de nossos pais quando éramos crianças e jovens, elas são as mesmas que devemos dar aos nossos filhos no mundo virtual: não se exponha, não fale com estranhos, tenha uma postura cuidadosa com a sua intimidade e com a de seus familiares e amigos, saiba que suas atitudes têm consequências, entre outros tantos conselhos. É essencial que falemos de reputação no meio digital, para que nossos alunos e filhos entendam que tudo o que registramos no mundo virtual não se apaga.

Confira esse trecho do artigo da professora Esther Carvalho, publicado no site do Colégio Rio Branco: “Um dos desafios que a rede apresenta é a tomada de consciência por parte do usuário do tamanho da comunidade da qual passa a fazer parte e o poder real de disseminação de informações que esse ambiente possui: aquilo que se registra na rede, seja em imagens ou palavras, atinge pessoas conhecidas e desconhecidas, em velocidade inimaginável e incontrolável; uma vez registrado, não se apaga, por mais que se busquem mecanismos para isso. Logo, algo que se publica, comenta-se ou registra-se numa determinada fase da vida permanecerá na rede por toda nossa existência (e depois dela). A percepção de crianças, jovens e até mesmo adultos sobre esse assunto é bastante frágil. Urge, portanto, trazer à tona, cada vez mais, a discussão sobre ética no ambiente virtual”.

Para reforçar as dicas de segurança no mundo virtual, indicamos a leitura da cartilha “Ética e Segurança Digital”, do Instituto iStart, que foi criado, em 2010, pela advogada especialista em Direito Digital, Dra. Patricia Peck Pinheiro, com a missão levar mais educação em Ética e Segurança Digital para as famílias brasileiras. A cartilha oferece orientações para crianças, jovens e adultos sobre senhas, downloads, pirataria, contato com pessoas desconhecidas, cyberbullying, entre outros temas.

Como trabalhamos o tema

Na Unidade Higienópolis, os pais foram divididos em dois grupos - um com Educação Infantil e Ensino Fundamental e outro com Ensino Médio -, para a discussão das reflexões norteadoras:

Como educar esta nova geração para fazer uso ético e seguro das ferramentas tecnológicas e das informações?

Como ser um pai/mãe mais presente digitalmente na vida dos filhos?

O primeiro grupo destacou a questão da carência afetiva de algumas pessoas, que buscam preencher essas lacunas na internet. Outro aspecto foi a diferença entre as gerações dos pais e dos filhos e que, nesse contexto, os adultos devem ser parceiros dos filhos no mundo virtual, mas sem assumir uma postura fiscalizadora. Os pais dos alunos do Ensino Médio reforçaram a importância da preservação da reputação, com atenção no conteúdo do que se publica. Assim, os jovens devem ter responsabilidade sobre o que fazem, também, no mundo virtual, ou seja, existe o desafio de disseminar o conceito de responsabilidade virtual.

Na Unidade Granja Vianna, as discussões também focaram a cartilha “Ética e Segurança Digital”, do Instituto iStart e foram compartilhadas experiências vividas na escola e na família.

Em grupos, os pais discutiram as principais questões relacionadas aos impactos das redes sociais e fizeram uma reflexão sobre o papel dos adultos na vida virtual dos filhos. Os pais tiveram a oportunidade de compartilhar ideias sobre como devem enfrentar essas situações e orientar os filhos

A conversa foi baseada na lista de indicadores, disponível na cartilha, que possibilita aos pais avaliarem se conhecem seu filho no mundo digital. Confira esses indicadores clicando aqui, na página 18.

Mais indicações

Confira alguns vídeos para crianças.

Nesse site, há uma análise mais ampla sobre diferentes tipos de mídia. Está em Inglês, mas vale a pena conferir.

Redes Sociais e seu impacto na formação de nossas crianças e jovens

by blogAdmin 8. abril 2013 11:50

O tema que dá início às discussões no blog “Encontros com a Direção – família e escola: reflexões, desafios e conquistas” é presente no cotidiano da escola e da maioria dos lares, gera muitas dúvidas sobre seus aspectos positivos e negativos e, mais que isso, faz com que tenhamos que refletir e buscar respostas: “Redes Sociais e seu impacto na formação de nossas crianças e jovens”. 

Este tema foi abordado com pais e responsáveis de alunos de todas as idades, nos dias 26 e 27 de março, nas unidades Higienópolis e Granja Vianna. A ideia foi discutir esse assunto e explorá-lo para, assim, podermos oferecer orientações aos nossos filhos.

Para dar início ao nosso debate, os pais levantaram os pontos positivos e os negativos sobre o universo digital.

Pontos positivos: a internet é um mundo riquíssimo, que permite às pessoas interferirem na realidade social de suas comunidades, possibilita a interação entre pessoas de diferentes lugares do planeta e oferece informações de todos os tipos, em todos os tempos.

Pontos negativos: o mundo digital trás consigo questões como insegurança, falta de privacidade, direito de autoria, acesso a conteúdos inadequados. 

Diante dessa complexidade, precisamos saber como trabalhar essas questões nas diversas faixas etárias.

A partir desta reflexão inicial, falamos sobre os desafios de educar nossos filhos no ambiente virtual, principalmente diante da grande diferença entre a nossa geração e a de nossas crianças e jovens: nós, adultos, tivemos que aprender a lidar com a tecnologia, enquanto nossos filhos e alunos já nasceram neste mundo digital. Este vídeo, que é uma propaganda do Banco Itaú, demonstra este fato de forma muito sensível e clara.

Os participantes se dividiram em dois grupos de discussão: pais de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I falaram sobre o acesso a conteúdos e os pais dos alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio conversaram sobre privacidade no mundo virtual.

Acesso a conteúdos - Neste grupo, os pais citaram a sensação de impotência, mesmo com os filhos pequenos, quanto ao fácil acesso à conteúdos inadequados na internet, tendo em vista que, muitas vezes, as crianças acessam esses conteúdos antes mesmo de os pais conseguirem impedir. Além disso, a dificuldade dos pais em explicar que determinados conteúdos não são adequados à idade de seus filhos. Mesmo assim, os pais tentam colocar os limites da forma mais clara e aberta possível, para que os filhos ainda sintam-se a vontade de mostrar conteúdos que vierem a ter contato. Paralelo a isso, é muito difícil controlar o tempo todo o que os filhos estão acessando a internet.

Privacidade no ambiente virtual - Sobre esse assunto, os pais levantaram diversos aspectos: o mundo virtual é o oposto do que se considera privacidade e esta falta de privacidade pode mostrar a imaturidade dos nossos filhos. A internet é um ambiente que oferece uma falsa ideia de proteção e segurança, quando, na verdade, sabemos que os riscos e perigos foram ampliados. Essa falsa sensação estimula nos jovens uma liberdade para falar, escrever e propor ações que nem sempre seriam realizadas pessoalmente. Assim, muitas vezes, ocorrem erros de postura moral, ética e de comportamento, tanto em adultos como crianças, como forma de autopromoção. A conectividade constante das pessoas atrapalha a comunicação fora do mundo vitual; há uma imensa sensação de vulnerabilidade, pois não conhecemos os amigos virtuais dos filhos; há, também, um sentimento de impotência, por não conseguirmos acompanhar com rapidez esse processo e suas novidades. Embora todos reconheçam que a internet permite aos jovens a comunicação com culturas de todo o mundo, em uma troca bastante rica, o desafio está na necessidade de colocarmos os limites e aprendermos a orientá-los sobre como utilizar as ferramentas, as máquinas e as tecnologias.

Onde chegamos?

Juntos, pudemos perceber que os desafios são diversos, complexos e diferentes para cada faixa etária. Ao mesmo tempo em que a internet oferece possibilidades fantásticas, expõe nossas crianças e jovens a conteúdos, muitas vezes, inadequados.

A privacidade é outra questão importante, pois o jovem criou um estilo público, em que, por exemplo, existem padrões de fotos já estabelecidos e aceitos no meio, postagens para gerar ‘curtidas’, entre outras formas próprias desta comunicação dos jovens no ambiente virtual.

Outro cuidado importante que nós, educadores e pais, precisamos ter, é que o universo virtual não está restrito às nossas crianças e jovens. Também fazemos parte deste ambiente e precisamos avaliar quais são as referências que estamos dando aos nossos filhos em nossa rotina. É nosso papel fazer com que o jovem saiba maneiras seguras de comunicar-se por meio da internet e das redes sociais, porque os conteúdos online jamais serão apagados efetivamente, nunca desaparecerão. Precisamos dar a correta dimensão de que os conteúdos da internet ficarão eternamente disponíveis, como um registro de tudo que postamos. É necessário levantarmos algumas questões para nossos filhos e alunos sobre o que é adequado ou não: “Você faria isso na frente de alguém? Você contaria isso para os seus pais?” Muitos jovens ainda acreditam que seus conteúdos ainda estão restritos a um grupo de pessoas. 

O caminho mais adequado está no trabalho entre família e escola, que, juntas, podem promover e fortalecer o que chamamos de Cidadania Digital, que nada mais é que  estender nossos ensinamentos dos bons valores, que já transmitimos no dia a dia, também para o ambiente virtual.


Dicas de sites e novidades

O Movimento Criança mais Segura na Internet, idealizado pela advogada Patrícia Peck Pinheiro, referência na área do Direito Digital, é uma ação de responsabilidade social digital, que forma usuários, pais, filhos e escolas, para que tenham posturas digitalmente corretas. Vale a pena conferir e compartilhar com nossos filhos os vídeos e cartilhas! 

A Common Sense Media é uma organização que se dedica a oferecer informações seguras sobre o mundo da tecnologia para pais, filhos e educadores, tendo em vista que, atualmente, passamos grande parte de nossos dias conectados, o que gera impacto no desenvolvimento social, emocional e físico.

Durante as discussões, falamos sobre o "I-doser". Segundo o site de pesquisa Wikipedia, é um programa de computador que produz “doses” de ondas sonoras, que procuram interferir nas ondas cerebrais do usuário, simulando o efeito de várias drogas reais em seres humanos.