Tecnologia. Autonomia. Hiperatividade. Controle. Cidadania Digital. Todos esses temas surgem quando pensamos nos desafios que as tecnologias da informação e da comunicação nos apresentam.
Costumamos falar: “no meu tempo era assim” ou “na minha época isso era diferente”. Mas, é necessário saber que o tempo de agora é o tempo de todos: crianças, jovens e adultos.
Precisamos refletir sobre aspectos positivos e negativos da realidade em que a sociedade vive, com imensas possibilidades de tecnologia, informações e estímulos, pensando em que medida a família e a escola podem contribuir para que crianças e jovens desenvolvam atitudes de criticidade e autonomia para viver nesse contexto.
Assim, nos dias 29 e 30 de abril, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, nos reunimos para trocar ideias sobre esses temas.
Inspirações
Em entrevista, o médico, psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury fala da imensa exposição das crianças e jovens a informações de todos os tipos. Esse excesso tem causado o que ele identificou como Síndrome do Pensamento Acelerado, que causa, entre outros sintomas, agitação, irritação e dificuldade de concentração. Assista.
Confira, também, o vídeo “Desconectar para Conectar”, que ilustra como os eletrônicos fazem parte de nossa vida e como, muitas vezes, estamos desconectados da realidade.
Contexto
As questões que vivenciamos hoje acerca de temas como controle, limites e transgressão, são semelhantes às vividas antigamente, porém com mais intensidade e abrangência. Por exemplo, há menos de duas décadas, falávamos sobre os possíveis efeitos nocivos da televisão para as crianças.
Com as tecnologias da informação e da comunicação, já identificamos inúmeros benefícios, como estar em contato com pessoas de todo o mundo ou ter muito mais agilidade no acesso a informações.
Por outro lado, ainda não podemos prever todos os reais impactos e resultados dessas ações. Por exemplo, já existem estudos que demonstram que o perfil e a qualidade do sono foram afetados com todos esses aparelhos ligados ao nosso redor - TV, telefone, celular e Wi-Fi.
Precisamos pensar se nossas crianças e jovens estão preparados para ter acesso a todas as informações disponíveis. Após as redes sociais, já sabemos que muitos conflitos e questões são antecipadas levando nossos filhos e alunos a uma precocidade: o que acontecia na faculdade, agora acontece no Ensino médio; o que acontecia no Ensino Médio, passa a acontecer no Ensino Fundamental II; o que acontecia no Fundamental II, hoje acontece no Ensino Fundamental I.
Celular
Em nosso encontro, dedicamos uma especial atenção à questão da utilização de celulares. Esse equipamento está presente em todos os momentos e locais e isso acarreta em diversas questões.
São inegáveis os benefícios da telefonia móvel. Mas, por outro lado, os celulares estão tão presentes na vida da grande maioria das pessoas, que não sabemos mais ficar sem fazer nada. Com o celular, muitos estímulos são criados a todo o tempo – ligações, jogos, Whats App, Facebook – e acabamos entrando em contato com a hiperatividade.
Ao darmos um celular para nossos filhos, é preciso estabelecer claramente os limites, respeitando as características de cada família. A opção de não dar celular até determinada idade, também deve ser uma decisão da família. Por isso, o fato de algumas crianças não terem celular deve ser encarado com naturalidade.
Celular na escola
O Colégio Rio Branco tem buscado, ao longo dos anos, junto aos professores, novos conceitos de aulas, que possam manter a atenção e construir ricos processos de aprendizagem. Nesse sentido, o uso do celular pode ser recomendado para algumas aulas devidamente planejadas. Nos demais momentos de aula o celular deve estar guardado. Nos intervalos o celular é permitido, entretanto incentivamos que as crianças brinquem e interajam presencialmente, com os colegas. Na gestão de conflitos o celular tem um papel importante pois possibilita a criança e o jovem acessar seus pais para tratar de coisas que poderiam ser resolvidas no contexto escolar, sendo os pais acessados se fosse necessário. Mas a questão é tão complexa, que muitas vezes os pais ligam para os filhos no celular durante o intervalo, estendendo as relações de dependência com as famílias.
Criando autonomia e criticidade
Nós, adultos, na escola e na família, precisamos tomar consciência da realidade em que vivemos em relação às tecnologias da informação e da comunicação, criando visão do que é correto ou não, pois o maior risco é a banalização das atitudes, dos valores. Só assim conseguiremos oferecer às crianças e jovens orientações seguras. No Colégio Rio Branco, investimos na Cidadania Digital visando a aproveitar todas as oportunidades que as Tecnologias da Informação e da Comunicação oferecem e desenvolver autonomia e criticidade quanto ao seu uso.
Saiba mais
O Common Sense é um site que tem o objetivo de apoiar crianças, pais e professores com informações e ferramentas para a utilização segura e produtiva da mídia e da tecnologia.
Confira o artigo "Estímulo demais, concentração de menos. Estamos enlouquecendo nossas crianças", de Fabiana Vajman, postado no Blog Pais que Educam, da pedagoga Pamela Greco.
Selecionamos algumas sugestões de leitura com orientações para o uso de Internet e aparelhos móveis por crianças, disponibilizadas pela Central de Proteção e Segurança da Microsoft.
Proteção para a Família
Como ajudar seus filhos a usar sites sociais com maior segurança
Orientações por faixa etária para uso da Internet por crianças
Ensine às crianças os fundamentos de segurança online
Ensine as crianças sobre o ódio e as informações incorretas na Internet
Ajude a proteger seus filhos contra bullying online
Segurança em celulares para crianças