Redes Sociais e seu impacto na formação de nossas crianças e jovens

by blogAdmin 8. abril 2013 11:50

O tema que dá início às discussões no blog “Encontros com a Direção – família e escola: reflexões, desafios e conquistas” é presente no cotidiano da escola e da maioria dos lares, gera muitas dúvidas sobre seus aspectos positivos e negativos e, mais que isso, faz com que tenhamos que refletir e buscar respostas: “Redes Sociais e seu impacto na formação de nossas crianças e jovens”. 

Este tema foi abordado com pais e responsáveis de alunos de todas as idades, nos dias 26 e 27 de março, nas unidades Higienópolis e Granja Vianna. A ideia foi discutir esse assunto e explorá-lo para, assim, podermos oferecer orientações aos nossos filhos.

Para dar início ao nosso debate, os pais levantaram os pontos positivos e os negativos sobre o universo digital.

Pontos positivos: a internet é um mundo riquíssimo, que permite às pessoas interferirem na realidade social de suas comunidades, possibilita a interação entre pessoas de diferentes lugares do planeta e oferece informações de todos os tipos, em todos os tempos.

Pontos negativos: o mundo digital trás consigo questões como insegurança, falta de privacidade, direito de autoria, acesso a conteúdos inadequados. 

Diante dessa complexidade, precisamos saber como trabalhar essas questões nas diversas faixas etárias.

A partir desta reflexão inicial, falamos sobre os desafios de educar nossos filhos no ambiente virtual, principalmente diante da grande diferença entre a nossa geração e a de nossas crianças e jovens: nós, adultos, tivemos que aprender a lidar com a tecnologia, enquanto nossos filhos e alunos já nasceram neste mundo digital. Este vídeo, que é uma propaganda do Banco Itaú, demonstra este fato de forma muito sensível e clara.

Os participantes se dividiram em dois grupos de discussão: pais de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I falaram sobre o acesso a conteúdos e os pais dos alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio conversaram sobre privacidade no mundo virtual.

Acesso a conteúdos - Neste grupo, os pais citaram a sensação de impotência, mesmo com os filhos pequenos, quanto ao fácil acesso à conteúdos inadequados na internet, tendo em vista que, muitas vezes, as crianças acessam esses conteúdos antes mesmo de os pais conseguirem impedir. Além disso, a dificuldade dos pais em explicar que determinados conteúdos não são adequados à idade de seus filhos. Mesmo assim, os pais tentam colocar os limites da forma mais clara e aberta possível, para que os filhos ainda sintam-se a vontade de mostrar conteúdos que vierem a ter contato. Paralelo a isso, é muito difícil controlar o tempo todo o que os filhos estão acessando a internet.

Privacidade no ambiente virtual - Sobre esse assunto, os pais levantaram diversos aspectos: o mundo virtual é o oposto do que se considera privacidade e esta falta de privacidade pode mostrar a imaturidade dos nossos filhos. A internet é um ambiente que oferece uma falsa ideia de proteção e segurança, quando, na verdade, sabemos que os riscos e perigos foram ampliados. Essa falsa sensação estimula nos jovens uma liberdade para falar, escrever e propor ações que nem sempre seriam realizadas pessoalmente. Assim, muitas vezes, ocorrem erros de postura moral, ética e de comportamento, tanto em adultos como crianças, como forma de autopromoção. A conectividade constante das pessoas atrapalha a comunicação fora do mundo vitual; há uma imensa sensação de vulnerabilidade, pois não conhecemos os amigos virtuais dos filhos; há, também, um sentimento de impotência, por não conseguirmos acompanhar com rapidez esse processo e suas novidades. Embora todos reconheçam que a internet permite aos jovens a comunicação com culturas de todo o mundo, em uma troca bastante rica, o desafio está na necessidade de colocarmos os limites e aprendermos a orientá-los sobre como utilizar as ferramentas, as máquinas e as tecnologias.

Onde chegamos?

Juntos, pudemos perceber que os desafios são diversos, complexos e diferentes para cada faixa etária. Ao mesmo tempo em que a internet oferece possibilidades fantásticas, expõe nossas crianças e jovens a conteúdos, muitas vezes, inadequados.

A privacidade é outra questão importante, pois o jovem criou um estilo público, em que, por exemplo, existem padrões de fotos já estabelecidos e aceitos no meio, postagens para gerar ‘curtidas’, entre outras formas próprias desta comunicação dos jovens no ambiente virtual.

Outro cuidado importante que nós, educadores e pais, precisamos ter, é que o universo virtual não está restrito às nossas crianças e jovens. Também fazemos parte deste ambiente e precisamos avaliar quais são as referências que estamos dando aos nossos filhos em nossa rotina. É nosso papel fazer com que o jovem saiba maneiras seguras de comunicar-se por meio da internet e das redes sociais, porque os conteúdos online jamais serão apagados efetivamente, nunca desaparecerão. Precisamos dar a correta dimensão de que os conteúdos da internet ficarão eternamente disponíveis, como um registro de tudo que postamos. É necessário levantarmos algumas questões para nossos filhos e alunos sobre o que é adequado ou não: “Você faria isso na frente de alguém? Você contaria isso para os seus pais?” Muitos jovens ainda acreditam que seus conteúdos ainda estão restritos a um grupo de pessoas. 

O caminho mais adequado está no trabalho entre família e escola, que, juntas, podem promover e fortalecer o que chamamos de Cidadania Digital, que nada mais é que  estender nossos ensinamentos dos bons valores, que já transmitimos no dia a dia, também para o ambiente virtual.


Dicas de sites e novidades

O Movimento Criança mais Segura na Internet, idealizado pela advogada Patrícia Peck Pinheiro, referência na área do Direito Digital, é uma ação de responsabilidade social digital, que forma usuários, pais, filhos e escolas, para que tenham posturas digitalmente corretas. Vale a pena conferir e compartilhar com nossos filhos os vídeos e cartilhas! 

A Common Sense Media é uma organização que se dedica a oferecer informações seguras sobre o mundo da tecnologia para pais, filhos e educadores, tendo em vista que, atualmente, passamos grande parte de nossos dias conectados, o que gera impacto no desenvolvimento social, emocional e físico.

Durante as discussões, falamos sobre o "I-doser". Segundo o site de pesquisa Wikipedia, é um programa de computador que produz “doses” de ondas sonoras, que procuram interferir nas ondas cerebrais do usuário, simulando o efeito de várias drogas reais em seres humanos.