Rafael Leite, professor de Letramento Digital do Colégio Rio Branco, destaca a necessidade de formar cidadãos críticos, aptos a compreender e refletir sobre os conteúdos virtuais
No século XXI, a sociedade é digital. Os smartphones já fazem parte do dia a dia de todos, seja para se conectar com os amigos, acompanhar celebridades, estudar, ou, simplesmente, acessar o cardápio de um restaurante. Essa vivência virtual, no entanto, deve ser acompanhada de orientações claras para as crianças e adolescentes, que necessitam saber interpretar os conteúdos de aplicativos e páginas da internet, acessados, na maioria das vezes, sem filtros de segurança ou credibilidade.
Esses novos meios de comunicação, conhecidos como TICs (tecnologias da informação e comunicação), avançam mais a cada instante e, por isso, as diferentes gerações devem estar preparadas para manuseá-los com responsabilidade. Buscando evitar os riscos ao psicológico e cognitivo dos mais novos, o Colégio Rio Branco realiza um trabalho intenso de “letramento digital”, desde a infância até a adolescência.
Como funciona o letramento digital?
Rafael Leite, professor de Letramento Digital do Colégio Rio Branco, para os alunos do Ensino Fundamental, explica esse processo: “O letramento digital consiste em preparar o estudante para esse mundo extremamente conectado, desenvolvendo habilidades para a leitura, a compreensão, a interação crítica, reflexiva, ética e responsável na utilização das tecnologias digitais emergentes como na manipulação de dispositivos digitais, ambientes e plataformas virtuais.”
Logo, desenvolver as habilidades em letramento digital possibilita que o estudante esteja atualizado quanto às principais ferramentas e abordagens do meio virtual, que também serão úteis em sala de aula, para explorar distintas áreas do conhecimento. Com isso, ele tem condições de avaliar, refletir e pensar de forma crítica sobre as possíveis ameaças e armadilhas virtuais.
O letramento digital no Colégio Rio Branco
Na disciplina de letramento digital, os trabalhos são voltados para os principais assuntos envolvendo tecnologia. Alguns exemplos são:
- segurança na internet
- cyberbullying
- comportamento online
- jogos virtuais
- privacidade
- rastros digitais
- fake news
“Para trabalharmos esses temas em nossas aulas, utilizamos as principais ferramentas e ambientes virtuais de cunho educacional, como o Google For Education. As produções variam de vídeos ao estilo TikTok (edição e efeitos simples), HQs (Google Apresentações), Criação de desenhos (Google Desenhos) e edição de imagens (Canva)”, explica Leite.
Os formatos variados de trabalho também aumentam o engajamento das turmas, que aprendem de maneira leve e natural. No trabalho sobre “cyberbullying”, por exemplo, os estudantes desenvolveram cartazes com dicas e orientações para combater esse tipo de situação.
Qual o papel da escola e da família na jornada de letramento digital?
“A tríade, escola, família e letramento digital, devem caminhar juntas, pois uma precisa acompanhar a evolução e desenvolvimento da outra. As aulas de letramento digital, transcendem os muros da escola, onde o conhecimento adquirido pelos alunos, poderá ser compartilhado de forma colaborativa, chegando a toda comunidade”, afirma Rafael Leite.
No geral, é essencial que a escola forneça um ambiente tecnológico permeado pelas principais metodologias ativas, contemplando as mais variadas tecnologias educacionais. A família, por sua vez, deve acompanhar a vida acadêmica do estudante, compreendendo que, dentro do colégio, existem debates sobre os conteúdos e temas virtuais que preocupam os pais — o que pode gerar diálogos enriquecedores entre os educadores e as crianças e adolescentes.