Como proteger a família e os filhos na Internet

by Colégio Rio Branco 17. maio 2018 14:04

Estar na Internet é estar na maior rua do planeta, com cinco bilhões de pessoas! Essa reflexão é de Patrícia Peck, advogada e uma das principais referências quando o assunto é direito digital e proteção na internet. Ela esteve no Colégio Rio Branco nos dias 15 e 17 de maio para apresentar a palestra “Como proteger a família e os filhos na Internet”, complementando as discussões realizadas nos Encontros com a Direção dos dias 10 e 11 de maio.

 

 

O tema é inquietante e desafiador para as famílias e escolas. Assim, o espaço do Encontro com a Direção já trouxe essa discussão com os pais em diversas oportunidades para o aprendizado e a troca de vivências.

Dessa forma, antes da palestra com a Patrícia Peck, levantamos aspectos importantes, como:

  • A forma como nos colocamos no ambiente digital;
  • As personas na Internet;
  • Como surgem os fenômenos digitais;
  • Noções de privacidade no ambiente digital;
  • Segurança na Internet.

Em sua palestra, Patrícia Peck destacou a importância do uso ético e seguro da Internet. “Precisamos, como família e responsáveis legais, saber onde estão os problemas e agir de forma preventiva, além de saber atuar caso haja necessidade”, destacou.

Os pais e educadores enfrentam uma sociedade com novas regras, diferentes das que existiam quando os adultos de hoje eram crianças. Dando exemplos dessas mudanças, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, e a lei anti-bullying, de 2015. Nesse complexo contexto, está a internet e seus desafios, podendo ser vista como um recurso ou como uma arma, segundo a palestrante.

Assim, Patrícia Peck alerta para a necessidade de desenvolver a Cultura do Cuidado, em relação aos riscos digitais de nosso comportamento e de nossos filhos. Orientações básicas do mundo presencial, como não falar com estranhos e não abrir as portas sem saber quem é, deveriam ser aplicadas também no ambiente digital, atualizando o repertório de proteção para crianças e adolescentes.

Criança na internet é criança na rua

Na Internet, as crianças também estão expostas a perigos e os responsáveis têm o dever legal, pelo artigo 932 do Código Civil, a protegê-las e atuar com vigilância ostensiva. Segundo a lei, são consideradas crianças pessoas de até 12 anos de idade.

Os riscos mais comuns na internet são:

  • 0 a 6 anos: acessar conteúdo inadequado;
  • 6 a 9 anos: assédio moral ou sexual pela abordagem de adultos desconhecidos;
  • 9 a 12 anos: exposição da intimidade e problemas de bullying e cyberbullying.

Patrícia Peck lembrou aos pais que celular não é brinquedo, não é algo de propriedade do filho e, por ter um chip ligado a um CPF, os pais são os responsáveis pela utilização.

Assim, nos dias de hoje, os pais precisam decidir se controlam ou não controlam a utilização da internet pelos filhos, lembrando sempre seu dever legal, e destacando algumas informações importantes:

  • Idade mínima para Facebook, Instagram, Twitter, Google e Snapchat: 13 anos;
  • Idade mínima para Youtube (criação de canal), Vimeo e WhatsApp: 13 anos com consentimento dos pais;
  • Idade mínima para Youtube (curadoria) e Tinder: 18 anos.

Por isso, é de extrema importância ler os termos de privacidade e de utilização de redes sociais, aplicativos e programas. Quando a criança é mais nova do que as idades permitidas, o caminho deve ser a criação de um perfil com os dados dos pais compartilhando com os filhos. Este pode ser um caminho para a segurança digital, pois as regras precisam ser ensinadas e aprendidas, lembrando que pais que fazem perfis falsos para seus filhos, mentindo a idade, estão ensinando os filhos a mentir.

Além do controle pela idade mínima para a utilização das plataformas e da compreensão dos termos de uso, os responsáveis devem avaliar como as crianças e adolescentes lidam com os recursos e seus impactos, como queda de rendimento escolar, isolamento, entre outros.

Riscos dos jogos online

O ambiente dos jogos online representa a maior população conectada, após as redes sociais, e é o de maior risco de assédio moral e sexual. Não é um espaço de ampla vigilância e permite a criação de muitos perfis falsos.

Vício tecnológico

Patrícia Peck apresentou dados importantes sobre os hábitos de utilização de celular entre os brasileiros, podendo indicar a necessidade de avaliação e controle para crianças e jovens:

  • A média mundial de idade para ter o primeiro celular é 12 anos, mas no Brasil é de 8 anos;
  • Na média, nossos adolescentes recebem 1600 mensagens por dia.

Dicas para segurança dos filhos na Internet

  • Após nosso Encontro com a Direção e da palestra da advogada Patrícia Peck, deixamos aqui algumas orientações aos pais e responsáveis:
  • Ler termos de uso de todos os aplicativos e sites;
  • Adotar um processo participativo ao criar perfis em redes sociais para os filhos acima de 13 anos;
  • Caso entenda ser necessário, buscar um sistema de monitoramento do celular dos filhos, por meio de aplicativos (OurPact, Norton family Parental Control, Secure Teen Parental Control, My Mobile Watchdog Free Trial, Kid Safe Mode & Child Lock, Family Safety, McAfee Family Protection);
  • Conversar com os pais dos amigos dos filhos para saber como é o controle de uso da internet e redes sociais na casa deles em caso de visitas.

 

Família, escola e WhatsApp

by Colégio Rio Branco 31. maio 2016 10:31

Em nosso Encontro com a Direção de maio, conversamos novamente sobre o desafio de educar na era digital. Mas, agora, sob outra perspectiva, mais específica: o WhatsApp.

O uso de tecnologias tem permitido rapidez e eficiência na comunicação com a utilização de várias mídias entre pares ou grupos. Aplicativos como o WhatsApp passam a fazer parte do dia a dia das pessoas, gerando novas possibilidades e, também, diversos desafios.

No âmbito escolar, tem sido prática, por parte de alguns pais de alunos de uma mesma série, o uso de WhatsApp como forma de interação que, embora agilize alguns aspectos da rotina escolar ou social das crianças, traz novas dinâmicas que nem sempre são construtivas, seja para os filhos, seja para a maioria dos pais envolvidos ou até mesmo para a escola.

Como toda oportunidade de interação entre pessoas, esse recurso deve proporcionar um ambiente respeitoso, gratificante e proveitoso, na direção da melhor formação de nossas crianças e jovens.

Para refletirmos sobre esse tema, assistimos ao vídeo da advogada e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro, sobre pais e mães em grupos no WhatsApp. É preciso ter alguns cuidados ao trocar mensagens sobre o dia a dia escolar dos filhos:

  • Tudo que é escrito no WhatsApp está documentado, podendo ser considerado uma prova jurídica;
  • O que está no WhatsApp é público;
  • Não se deve expor, jamais, um menor.

A especialista nos leva a refletir sobre nossas próprias posturas. Quando tratamos algo a respeito de nosso filho com a escola, não fazemos isso em público. Isso se aplica a todas as crianças. E isso deve ser estendido ao mundo digital, sempre. Grupos de pais e mães no WhatsApp podem ser muito úteis, mas não devemos esquecer que existem os canais oficiais da escola para tratar determinados assuntos.

Embora os grupos de WhatsApp surjam com um objetivo específico, na maioria das vezes, acabam se transformando num espaço de múltiplos interesses, perdendo sua proposta original.

A escola e seus profissionais não fazem parte de grupos de pais no WhatsApp. Em algumas oportunidades alguns conteúdos chegam até nós por meio de pais que ficam incomodados ou angustiados com o teor e a forma como certos assuntos estão sendo tratados. Assuntos que se fossem tratados de outra forma, talvez tivessem melhores resultados.

Assim, precisamos ter sempre em mente qual o objetivo do grupo, por que fazemos parte e qual o nosso papel. É importante nos posicionar sempre quando não concordarmos com algum conteúdo, como exposição de crianças e até comentários que podem não ser verdadeiros. Na vida, no dia a dia, cobramos de nossas crianças e jovens o posicionamento e, nesse mesmo sentido, devemos adotar essa postura.

No mundo digital tudo ficou mais rápido, sem dúvida, e até mesmo mais fácil em alguns aspectos. Mas será que estamos deixando de lado o contato direto, por meio de uma ligação ou um encontro?

Temos pressa para resolver as questões, queremos tudo rápido, e abrimos mão do contato humano. Hoje, as crianças já sofrem esse efeito e têm muita dificuldade de avaliar ambientes e entender os sentimentos pessoais e das outras pessoas.

Não há tecnologia que substitua o lugar dos pais e da escola! Nós somos os responsáveis por levar aos nossos filhos os valores e a ética.

Na prática

Vale destacar alguns exemplos práticos de como assuntos devem ser tratados no mundo digital, incluindo o WhatsApp:

  • Compartilhamento de assuntos pessoais referentes ao próprio filho: manter a privacidade dos assuntos, dos alunos e seus familiares continua sendo o melhor caminho para tratar dos desafios que surgem na educação de nossas crianças e jovens;
  • Compartilhamento de assuntos referentes a outras crianças e/ou seus familiares: cada família tem sua dinâmica, seus valores, sua rotina, suas expectativas com relação à escola. São relacionamentos únicos que se estabelecem e que precisam ser respeitados e preservados;
  • Compartilhamento de informações sobre acontecimentos na escola: questões às vezes simples, que deveriam ser resolvidas no âmbito da escola, têm se tornado mais complexas, em função de ruídos de comunicação que muitas vezes surgem nesses grupos. Informações desencontradas ou equivocadas, recortadas de um contexto, circulam com rapidez e despendem uma imensa energia, traduzindo-se em pouco ou nenhum benefício aos envolvidos;
  • Compartilhamento de percepções sobre decisões da escola: A escola é um lugar em que há gente formando gente! Sua rotina complexa e multifacetada necessita ser analisada de maneira cuidadosa para orientar decisões e procedimentos. É fundamental que dúvidas, inquietações e possíveis divergências retornem diretamente para a escola para que possam ser trabalhadas de forma assertiva;
  • Compartilhamento sobre lições e atividades de responsabilidade dos filhos: faz parte da construção da autonomia das crianças e jovens, que eles registrem e tenham responsabilidade sobre seus compromissos. É preciso que pais tenham cuidado para não acabar assumindo papéis que são de seus filhos como estudantes;
  • Uso de palavras inadequadas entre adultos: divergências de opiniões, múltiplas ideias são saudáveis e fazem parte de qualquer grupo. Em alguns momentos surgem conflitos entre pais e percebe-se o desrespeito às regras de civilidade. Formas de tratamento inadequadas acabam ocupando o espaço virtual sendo que, provavelmente, não ocorreriam se as pessoas estivessem conversando frente à frente.

Ideia

Pensando em como poderiam colaborar para que os grupos de WhatsApp pudessem ser melhor aproveitados, várias sugestões de procedimentos foram feitas e surgiu a ideia de pais fazerem um comunicado para os demais pais de nossa escola para sugerir regras de conduta para esses grupos. Pretendemos desenvolver essa ideia!

Ao integrar grupos, devemos sempre pensar sobre qual o benefício que pode trazer para o aluno e a família. Devemos viver, plenamente, a cidadania digital, colocando a tecnologia a serviço da Educação. Afinal, somos nós, os adultos, as grandes referências de nossos filhos e alunos!

A privacidade dos filhos e o cuidado dos pais

by Colégio Rio Branco 30. maio 2015 11:19

Devo mexer nas coisas do meu filho? Eu tenho o direito de abrir a mochila do meu filho?Meu filho pode mexer nas minhas coisas? Como lidar com os segredos? O que é privacidade no ambiente virtual?

Quando pensamos sobre privacidade – nossa e de nossos filhos e alunos – somos tomados por diversas dúvidas e angústias. Estivemos reunidos, nos dias 27 e 28 de maio de 2015, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, para trocar ideias e reflexões sobre o tema, que é complexo, desafiador e inesgotável.

A grande novidade deste post é a contribuição de dois pais, Marcos Salvucci e Lúcia Helena S. Onelli, por meio de um depoimento, que pode ser lido no final desse texto.

Privacidade no contexto atual

Digite seu nome completo no Google e faça uma busca por você mesmo.

Ao pensar sobre o contexto atual, é preciso entender que, com a tecnologia e nossa íntima relação com ela, somos invadidos o tempo todo, via telefone ou internet, e nossas ações são amplamente monitoradas e registradas. Além disso, tudo o que fazemos online pode alcançar um número grande de pessoas – muitas vezes por que queremos e outras sem que percebamos, assim vivemos com a sensação de que não estamos anônimos.

Quando éramos crianças, nossas fotos viviam em álbuns de família só vistos pelos mais próximos, hoje as crianças já nascem sendo expostas nas redes sociais pelos adultos que a cercam.

Hoje, fala-se de uma “Adultescência” para demonstrar como os adultos se comportam na Internet, ou de um “jeito Facebook de viver”, em que as pessoas mostram a imagem que querem sobre a sua realidade nas redes sociais.

Privacidade em nossas famílias

Para trabalhar as questões que envolvem privacidade, é preciso ter clareza dos valores e crenças praticadas em nossas famílias, para garantir a coerência interna e dar segurança para as crianças e jovens.

O acompanhamento dos adultos, fazendo o contra discurso e estabelecendo as regras, faz toda a diferença na formação das crianças e jovens, pois nossos filhos irão transgredir, como parte do processo de crescimento e amadurecimento.

Conversar e educar crianças e jovens é o melhor caminho, construindo diálogo e colocando regras e limites.

Mas o conflito se amplia quando precisamos tomar decisões, como: olhar ou não o diário, abrir ou não a mochila, permitir ou não que o filho tenha a chave do quarto. Todas essas dúvidas são permeadas pelo reconhecimento da importância de se preservar a intimidade dos filhos, ainda mais quando se tornam adolescentes.

O direito de mexer ou não nas coisas de nossos filhos, por exemplo, se estabelece pela responsabilidade dos pais de cuidar. Ou seja, se existe a necessidade de preservar e proteger seu filho, é importante agir, dentro da dinâmica de cada família. Não existe uma fórmula, mas existe a certeza de que devemos fazer o que é melhor para nossos filhos.

Depoimentos

Novamente, o Encontro com a Direção produziu resultados muito satisfatórios e úteis para todos os que tiveram presentes. O tema abordado foi a Privacidade dos filhos X As ações da família e os cuidados necessários.

A grande preocupação externada pela maioria dos presentes esteve relacionada com as mídias sociais e suas diversas utilizações, tanto as boas, como as que são prejudiciais. Ficou claro que esse recurso é extremamente útil para pesquisas, atualização de informações e inclusive integração social do adolescente. Por outro lado, a grande preocupação está relacionada ao número de horas em que se utilizam esses meios, que podem atingir períodos muito longos e prejudicar, inclusive, o desempenho escolar.

Além disso, todos se preocupam muito com a facilidade que se tem para obter informações pessoais dos adolescentes, sendo que eles não estão preparados para lidar com pessoas mal intencionadas. Um dos participantes, inclusive, alertou que os marginais, estão utilizando esses meios para organizar sequestros, roubos e prostituição, sempre se aproveitando da inexperiência dos pequenos internautas.

Foi bem discutido, também, a exposição dos adolescentes nas redes sociais, onde eles acabam incluindo fotos e outras informações, sem se preocuparem que, em algum momento, presente ou futuro, isso poderá ser alvo de pesquisas e macular sua imagem. É importante alertar que, uma vez postada, a informação fica para a eternidade nas redes, mesmo que se apague a publicação. Caso alguém tenha acessado e guardado a mesma, isso poderá ser replicado indefinidamente. Temos casos recentes que levaram jovens ao suicídio por não suportarem a pressão desta exposição. Exposição essa que tem levado os jovens a sofrerem uma grande pressão com a preocupação de serem alguém nas redes, baseando-se no número de seguidores que tem.

Após os presentes abordarem com profundidade o tema, chegamos a conclusão de que apesar de toda a tecnologia envolvida nas redes sociais, a boa e velha conversa é o melhor caminho para atingir um bom termo de utilização das redes. Ficou muito claro que somente definindo limites e regras de utilização e acesso, acordadas entre ambos, é possível gerar uma utilização segura e preservar a privacidade na vida dos adolescentes. Chegamos novamente ao ponto em que a grande responsabilidade de educar e formar as crianças está com os pais, que, em algum momento, é quem deve definir as regras de atuação dentro das suas residências.

Saio muito satisfeito desse encontro, exatamente como tenho saído dos anteriores, com a satisfação de termos produzido muita informação e caminhos que podem ajudar a escola e os presentes no dia a dia com os nossos filhos. Tenho um grande amigo que usa uma expressão que traduz os encontros: “Perdeu quem não esteve presente!”.

Marcos Salvucci

Além dos limites e "puxões de orelhas", nós, pais, devemos tentar nos aproximar dos filhos, mantendo espaço para um diálogo aberto, mostrando interesse em conhecer os gostos e anseios, aumentando sua autoestima e nosso vínculo, gerando confiança mútua.

Lúcia Helena S. Onelli

Saiba mais

Leia o artigo da revista Scientific American Brasil, que traz reflexões sobre privacidade.

Why do you put photos of your children on Facebook? - Artigo de Jeremy Goldkorn.

Por que eu apaguei fotos e vídeos dos meus filhos da internet - artigo de Ryan McLaughlin.

Atenção, estímulos e comportamento: desafios das tecnologias da informação e da comunicação

by Colégio Rio Branco 22. maio 2015 14:49

Tecnologia. Autonomia. Hiperatividade. Controle. Cidadania Digital. Todos esses temas surgem quando pensamos nos desafios que as tecnologias da informação e da comunicação nos apresentam.

Costumamos falar: “no meu tempo era assim” ou “na minha época isso era diferente”. Mas, é necessário saber que o tempo de agora é o tempo de todos: crianças, jovens e adultos.

Precisamos refletir sobre aspectos positivos e negativos da realidade em que a sociedade vive, com imensas possibilidades de tecnologia, informações e estímulos, pensando em que medida a família e a escola podem contribuir para que crianças e jovens desenvolvam atitudes de criticidade e autonomia para viver nesse contexto.

Assim, nos dias 29 e 30 de abril, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, nos reunimos para trocar ideias sobre esses temas.

Inspirações

Em entrevista, o médico, psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury fala da imensa exposição das crianças e jovens a informações de todos os tipos. Esse excesso tem causado o que ele identificou como Síndrome do Pensamento Acelerado, que causa, entre outros sintomas, agitação, irritação e dificuldade de concentração. Assista.

Confira, também, o vídeo “Desconectar para Conectar”, que ilustra como os eletrônicos fazem parte de nossa vida e como, muitas vezes, estamos desconectados da realidade.

Contexto

As questões que vivenciamos hoje acerca de temas como controle, limites e transgressão, são semelhantes às vividas antigamente, porém com mais intensidade e abrangência. Por exemplo, há menos de duas décadas, falávamos sobre os possíveis efeitos nocivos da televisão para as crianças.

Com as tecnologias da informação e da comunicação, já identificamos inúmeros benefícios, como estar em contato com pessoas de todo o mundo ou ter muito mais agilidade no acesso a informações.

Por outro lado, ainda não podemos prever todos os reais impactos e resultados dessas ações. Por exemplo, já existem estudos que demonstram que o perfil e a qualidade do sono foram afetados com todos esses aparelhos ligados ao nosso redor - TV, telefone, celular e Wi-Fi.

Precisamos pensar se nossas crianças e jovens estão preparados para ter acesso a todas as informações disponíveis. Após as redes sociais, já sabemos que muitos conflitos e questões são antecipadas levando nossos filhos e alunos a uma precocidade: o que acontecia na faculdade, agora acontece no Ensino médio; o que acontecia no Ensino Médio, passa a acontecer no Ensino Fundamental II; o que acontecia no Fundamental II, hoje acontece no Ensino Fundamental I.

Celular

Em nosso encontro, dedicamos uma especial atenção à questão da utilização de celulares. Esse equipamento está presente em todos os momentos e locais e isso acarreta em diversas questões.

São inegáveis os benefícios da telefonia móvel. Mas, por outro lado, os celulares estão tão presentes na vida da grande maioria das pessoas, que não sabemos mais ficar sem fazer nada. Com o celular, muitos estímulos são criados a todo o tempo – ligações, jogos, Whats App, Facebook – e acabamos entrando em contato com a hiperatividade.

Ao darmos um celular para nossos filhos, é preciso estabelecer claramente os limites, respeitando as características de cada família. A opção de não dar celular até determinada idade, também deve ser uma decisão da família. Por isso, o fato de algumas crianças não terem celular deve ser encarado com naturalidade.

Celular na escola

O Colégio Rio Branco tem buscado, ao longo dos anos, junto aos professores, novos conceitos de aulas, que possam manter a atenção e construir  ricos processos  de aprendizagem. Nesse sentido, o uso do celular pode ser recomendado para algumas aulas devidamente planejadas. Nos demais momentos de aula  o celular deve estar guardado. Nos intervalos o celular é permitido, entretanto incentivamos que as crianças  brinquem e interajam presencialmente,  com os colegas. Na gestão de conflitos o celular tem um papel importante pois possibilita a criança e o jovem acessar seus pais para tratar de coisas que poderiam ser resolvidas no contexto escolar, sendo os pais acessados se fosse necessário.  Mas a questão é tão complexa, que muitas vezes os pais ligam para os filhos no celular durante o intervalo, estendendo as relações de dependência com as famílias.

Criando autonomia e criticidade

Nós, adultos, na escola e na família, precisamos tomar consciência da realidade em que vivemos em relação às tecnologias da informação e da comunicação, criando visão do que é correto ou não, pois o maior risco é a banalização das atitudes, dos valores. Só assim conseguiremos oferecer às crianças e jovens orientações seguras. No Colégio Rio Branco, investimos na  Cidadania Digital visando a aproveitar todas as oportunidades que as Tecnologias da Informação e da Comunicação oferecem  e desenvolver  autonomia e criticidade quanto ao seu uso.

Saiba mais

O Common Sense é um site que tem o objetivo de apoiar crianças, pais e professores com informações e ferramentas para a utilização segura e produtiva da mídia e da tecnologia.

Confira o artigo "Estímulo demais, concentração de menos. Estamos enlouquecendo nossas crianças", de Fabiana Vajman, postado no Blog Pais que Educam, da pedagoga Pamela Greco.

Selecionamos algumas sugestões de leitura com orientações para o uso de Internet e aparelhos móveis por crianças, disponibilizadas pela Central de Proteção e Segurança da Microsoft.

Proteção para a Família

Como ajudar seus filhos a usar sites sociais com maior segurança

Orientações por faixa etária para uso da Internet por crianças

Ensine às crianças os fundamentos de segurança online

Ensine as crianças sobre o ódio e as informações incorretas na Internet 

Ajude a proteger seus filhos contra bullying online

Segurança em celulares para crianças

O impacto das redes sociais

by blogAdmin 26. junho 2014 11:25

A reflexão sobre os impactos das redes sociais na vida de nossos alunos e filhos deve ser constante, por ser um assunto complexo e que surpreende em sua dinâmica. Assim, os Encontros com a Direção, realizados nos dias 28 e 29 de maio, retomaram o tema, já tratado em 2013.

Redes Sociais: aspectos desafiadores e, ao mesmo tempo, positivos

O que é rede social? Segundo o site Infopédia, rede social é: um conjunto de relações entre pessoas ou organizações que partilham interesses, conhecimentos e valores comuns, por meio da internet / site ou página da internet onde se estabelece esse tipo de relação, através da publicação de comentários, fotos, links etc.

Assim, antes considerávamos Rede Social o contato do dia a dia e, hoje, já estendemos esse aspecto via online. 

Juntos pensamos, ainda, em diversos aspectos sobre o tema:

as redes sociais são o super organismo global, funcionando como o grande cérebro do mundo, e cada pessoa é um neurônio. Dessa forma, podemos dar o caminho que quisermos para essa rede, podemos deixar um legado para nossos filhos.

a internet é um meio incrível, que une as pessoas. Quando mal usada pode acabar com uma família, com uma criança, com um jovem. Então, é preciso uma lei para poder regrar esse ambiente.

Vivendo nas redes sociais – segurança, reputação e ética

Hoje, o mundo real e o mundo virtual estão conectados. Se pensarmos nas orientações de nossos pais quando éramos crianças e jovens, elas são as mesmas que devemos dar aos nossos filhos no mundo virtual: não se exponha, não fale com estranhos, tenha uma postura cuidadosa com a sua intimidade e com a de seus familiares e amigos, saiba que suas atitudes têm consequências, entre outros tantos conselhos. É essencial que falemos de reputação no meio digital, para que nossos alunos e filhos entendam que tudo o que registramos no mundo virtual não se apaga.

Confira esse trecho do artigo da professora Esther Carvalho, publicado no site do Colégio Rio Branco: “Um dos desafios que a rede apresenta é a tomada de consciência por parte do usuário do tamanho da comunidade da qual passa a fazer parte e o poder real de disseminação de informações que esse ambiente possui: aquilo que se registra na rede, seja em imagens ou palavras, atinge pessoas conhecidas e desconhecidas, em velocidade inimaginável e incontrolável; uma vez registrado, não se apaga, por mais que se busquem mecanismos para isso. Logo, algo que se publica, comenta-se ou registra-se numa determinada fase da vida permanecerá na rede por toda nossa existência (e depois dela). A percepção de crianças, jovens e até mesmo adultos sobre esse assunto é bastante frágil. Urge, portanto, trazer à tona, cada vez mais, a discussão sobre ética no ambiente virtual”.

Para reforçar as dicas de segurança no mundo virtual, indicamos a leitura da cartilha “Ética e Segurança Digital”, do Instituto iStart, que foi criado, em 2010, pela advogada especialista em Direito Digital, Dra. Patricia Peck Pinheiro, com a missão levar mais educação em Ética e Segurança Digital para as famílias brasileiras. A cartilha oferece orientações para crianças, jovens e adultos sobre senhas, downloads, pirataria, contato com pessoas desconhecidas, cyberbullying, entre outros temas.

Como trabalhamos o tema

Na Unidade Higienópolis, os pais foram divididos em dois grupos - um com Educação Infantil e Ensino Fundamental e outro com Ensino Médio -, para a discussão das reflexões norteadoras:

Como educar esta nova geração para fazer uso ético e seguro das ferramentas tecnológicas e das informações?

Como ser um pai/mãe mais presente digitalmente na vida dos filhos?

O primeiro grupo destacou a questão da carência afetiva de algumas pessoas, que buscam preencher essas lacunas na internet. Outro aspecto foi a diferença entre as gerações dos pais e dos filhos e que, nesse contexto, os adultos devem ser parceiros dos filhos no mundo virtual, mas sem assumir uma postura fiscalizadora. Os pais dos alunos do Ensino Médio reforçaram a importância da preservação da reputação, com atenção no conteúdo do que se publica. Assim, os jovens devem ter responsabilidade sobre o que fazem, também, no mundo virtual, ou seja, existe o desafio de disseminar o conceito de responsabilidade virtual.

Na Unidade Granja Vianna, as discussões também focaram a cartilha “Ética e Segurança Digital”, do Instituto iStart e foram compartilhadas experiências vividas na escola e na família.

Em grupos, os pais discutiram as principais questões relacionadas aos impactos das redes sociais e fizeram uma reflexão sobre o papel dos adultos na vida virtual dos filhos. Os pais tiveram a oportunidade de compartilhar ideias sobre como devem enfrentar essas situações e orientar os filhos

A conversa foi baseada na lista de indicadores, disponível na cartilha, que possibilita aos pais avaliarem se conhecem seu filho no mundo digital. Confira esses indicadores clicando aqui, na página 18.

Mais indicações

Confira alguns vídeos para crianças.

Nesse site, há uma análise mais ampla sobre diferentes tipos de mídia. Está em Inglês, mas vale a pena conferir.

Redes Sociais e seu impacto na formação de nossas crianças e jovens

by blogAdmin 8. abril 2013 11:50

O tema que dá início às discussões no blog “Encontros com a Direção – família e escola: reflexões, desafios e conquistas” é presente no cotidiano da escola e da maioria dos lares, gera muitas dúvidas sobre seus aspectos positivos e negativos e, mais que isso, faz com que tenhamos que refletir e buscar respostas: “Redes Sociais e seu impacto na formação de nossas crianças e jovens”. 

Este tema foi abordado com pais e responsáveis de alunos de todas as idades, nos dias 26 e 27 de março, nas unidades Higienópolis e Granja Vianna. A ideia foi discutir esse assunto e explorá-lo para, assim, podermos oferecer orientações aos nossos filhos.

Para dar início ao nosso debate, os pais levantaram os pontos positivos e os negativos sobre o universo digital.

Pontos positivos: a internet é um mundo riquíssimo, que permite às pessoas interferirem na realidade social de suas comunidades, possibilita a interação entre pessoas de diferentes lugares do planeta e oferece informações de todos os tipos, em todos os tempos.

Pontos negativos: o mundo digital trás consigo questões como insegurança, falta de privacidade, direito de autoria, acesso a conteúdos inadequados. 

Diante dessa complexidade, precisamos saber como trabalhar essas questões nas diversas faixas etárias.

A partir desta reflexão inicial, falamos sobre os desafios de educar nossos filhos no ambiente virtual, principalmente diante da grande diferença entre a nossa geração e a de nossas crianças e jovens: nós, adultos, tivemos que aprender a lidar com a tecnologia, enquanto nossos filhos e alunos já nasceram neste mundo digital. Este vídeo, que é uma propaganda do Banco Itaú, demonstra este fato de forma muito sensível e clara.

Os participantes se dividiram em dois grupos de discussão: pais de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I falaram sobre o acesso a conteúdos e os pais dos alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio conversaram sobre privacidade no mundo virtual.

Acesso a conteúdos - Neste grupo, os pais citaram a sensação de impotência, mesmo com os filhos pequenos, quanto ao fácil acesso à conteúdos inadequados na internet, tendo em vista que, muitas vezes, as crianças acessam esses conteúdos antes mesmo de os pais conseguirem impedir. Além disso, a dificuldade dos pais em explicar que determinados conteúdos não são adequados à idade de seus filhos. Mesmo assim, os pais tentam colocar os limites da forma mais clara e aberta possível, para que os filhos ainda sintam-se a vontade de mostrar conteúdos que vierem a ter contato. Paralelo a isso, é muito difícil controlar o tempo todo o que os filhos estão acessando a internet.

Privacidade no ambiente virtual - Sobre esse assunto, os pais levantaram diversos aspectos: o mundo virtual é o oposto do que se considera privacidade e esta falta de privacidade pode mostrar a imaturidade dos nossos filhos. A internet é um ambiente que oferece uma falsa ideia de proteção e segurança, quando, na verdade, sabemos que os riscos e perigos foram ampliados. Essa falsa sensação estimula nos jovens uma liberdade para falar, escrever e propor ações que nem sempre seriam realizadas pessoalmente. Assim, muitas vezes, ocorrem erros de postura moral, ética e de comportamento, tanto em adultos como crianças, como forma de autopromoção. A conectividade constante das pessoas atrapalha a comunicação fora do mundo vitual; há uma imensa sensação de vulnerabilidade, pois não conhecemos os amigos virtuais dos filhos; há, também, um sentimento de impotência, por não conseguirmos acompanhar com rapidez esse processo e suas novidades. Embora todos reconheçam que a internet permite aos jovens a comunicação com culturas de todo o mundo, em uma troca bastante rica, o desafio está na necessidade de colocarmos os limites e aprendermos a orientá-los sobre como utilizar as ferramentas, as máquinas e as tecnologias.

Onde chegamos?

Juntos, pudemos perceber que os desafios são diversos, complexos e diferentes para cada faixa etária. Ao mesmo tempo em que a internet oferece possibilidades fantásticas, expõe nossas crianças e jovens a conteúdos, muitas vezes, inadequados.

A privacidade é outra questão importante, pois o jovem criou um estilo público, em que, por exemplo, existem padrões de fotos já estabelecidos e aceitos no meio, postagens para gerar ‘curtidas’, entre outras formas próprias desta comunicação dos jovens no ambiente virtual.

Outro cuidado importante que nós, educadores e pais, precisamos ter, é que o universo virtual não está restrito às nossas crianças e jovens. Também fazemos parte deste ambiente e precisamos avaliar quais são as referências que estamos dando aos nossos filhos em nossa rotina. É nosso papel fazer com que o jovem saiba maneiras seguras de comunicar-se por meio da internet e das redes sociais, porque os conteúdos online jamais serão apagados efetivamente, nunca desaparecerão. Precisamos dar a correta dimensão de que os conteúdos da internet ficarão eternamente disponíveis, como um registro de tudo que postamos. É necessário levantarmos algumas questões para nossos filhos e alunos sobre o que é adequado ou não: “Você faria isso na frente de alguém? Você contaria isso para os seus pais?” Muitos jovens ainda acreditam que seus conteúdos ainda estão restritos a um grupo de pessoas. 

O caminho mais adequado está no trabalho entre família e escola, que, juntas, podem promover e fortalecer o que chamamos de Cidadania Digital, que nada mais é que  estender nossos ensinamentos dos bons valores, que já transmitimos no dia a dia, também para o ambiente virtual.


Dicas de sites e novidades

O Movimento Criança mais Segura na Internet, idealizado pela advogada Patrícia Peck Pinheiro, referência na área do Direito Digital, é uma ação de responsabilidade social digital, que forma usuários, pais, filhos e escolas, para que tenham posturas digitalmente corretas. Vale a pena conferir e compartilhar com nossos filhos os vídeos e cartilhas! 

A Common Sense Media é uma organização que se dedica a oferecer informações seguras sobre o mundo da tecnologia para pais, filhos e educadores, tendo em vista que, atualmente, passamos grande parte de nossos dias conectados, o que gera impacto no desenvolvimento social, emocional e físico.

Durante as discussões, falamos sobre o "I-doser". Segundo o site de pesquisa Wikipedia, é um programa de computador que produz “doses” de ondas sonoras, que procuram interferir nas ondas cerebrais do usuário, simulando o efeito de várias drogas reais em seres humanos.