Saúde mental de nossas crianças e jovens: desafios e caminhos

by Colégio Rio Branco 23. outubro 2018 14:22

Saúde mental na adolescência é um tema complexo que desafia as famílias e as escolas. Nesse contexto, o Colégio Rio Branco convidou o Dr. Rodrigo Bressan, médico psiquiatra e especialista na área para conversar com pais e educadores, nos dia 02 e 04 de outubro, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis.

O Dr. Rodrigo Bressan tem PhD pelo King’s College London, é professor livre docente da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) e do King’s College London. Atualmente, é o presidente do Y-MIND – Instituto de Prevenção de Transtornos Mentais, onde coordena o programa ‘Cuca Legal’ em escolas; coordenador de pesquisa do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento e coordenador do Projeto Conexão – mentes do futuro, com mais de 300 publicações científicas internacionais na área.

Para entender a saúde mental

Fazem parte da saúde mental os momentos de estresse, tensão, medo e sofrimento, quando ocorrem de forma leve e com duração reduzida. Essas situações sessam quando o estímulo é interrompido, ou seja, com o fim do fator de sofrimento, a sensação de tristeza também se encerra.

Insônia, irritabilidade, tensão e medo, com sensação de sofrimento moderado, duração média e impacto moderado na vida, já se configuram como problemas de saúde mental.

Sintomas repetitivos e com incapacidade de superação, causando grande sofrimento, com duração prolongada e impacto significativo, são indicações de transtornos mentais.

Impactos das doenças na população

Antigamente, utilizava-se o índice de mortalidade para se mensurar as estatísticas sobre saúde mental. Atualmente, um importante indicador para mensurar a saúde da população é a perda de dias de produtividade, entendendo que os transtornos mentais podem afetar a capacidade de lidar com as rotinas do cotidiano.

Nesse sentido, depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade têm impactos na sociedade, por diminuírem a produtividade.

Destaque sobre os transtornos mentais:

 

  • São comuns: atingem uma em cada cinco pessoas;
  • São incapacitantes: incapacitam uma em cada 20 pessoas;
  • Têm início precoce: 50% dos transtornos começam antes dos 14 anos e 75% antes dos 24 anos;
  • Impactam nos índices de mortalidade: suicídios, homicídios e acidentes;
  • A depressão é a maior causa de incapacitação no mundo, na faixa etária entre 10 e 50 anos, sobretudo na idade escolar.

 

A importância do diagnóstico e do encaminhamento

Assim como o coração, o cérebro também é impactado com as experiências que cada pessoa vive ao longo de sua vida: complicação obstétrica, questões genéticas, traumas, entre outras situações. A grande diferença é que, na imensa maioria dos casos, o médico psiquiatra passa a atuar somente quando ocorre o primeiro episódio de crise.

Segundo o Dr. Rodrigo Bressan, as complicações podem ser mapeadas antes do episódio. O desafio está na complexidade do cérebro: 80 bilhões de neurônios, 100 trilhões de sinapses. Um transtorno psiquiátrico causa desregulamento funcional no padrão das redes de neurônios, e não em um local específico do cérebro.

Vale destacar que os educadores têm um olhar privilegiado na identificação dessas questões em crianças e jovens. Pelo convívio intenso com os alunos, os educadores têm condições de fazer uma comparação normativa entre crianças de mesma idade, ajudando a identificar possíveis transtornos. Além disso, a partir de um diagnóstico, os professores têm elementos para acolher essas questões, buscando criar condições adequadas e específicas para a sala de aula.

Desenhando um cenário, o Dr. Rodrigo Bressan, a partir de estudos, destacou que em uma sala de aula de 30 alunos, considerando crianças de 7 a 14 anos, pelo menos um aluno tem depressão, um ou dois alunos têm transtorno de ansiedade, um ou dois alunos têm transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

O tratamento dos problemas de saúde mental passa pela identificação e encaminhamento para as diversas possibilidades de ação - psicoeducação, mudança de hábitos, psicoterapia e medicação.

Saúde mental de nossos adolescentes

Os problemas de saúde mental têm grande impacto na vida dos adolescentes: queda no desempenho escolar e na assiduidade, aumento da evasão escolar, da violência, do abuso e dependência de drogas. Além disso, se configuram como fatores de risco para a perda de tempo de vida produtiva e para o suicídio.

É de extrema importância não banalizar os sintomas. Tristeza, irritabilidade e perda de prazer nas atividades são fatores necessários, associados à fatores como pensamentos negativos recorrentes, dificuldade de raciocínio, pensamentos sobre morte e catastrofismo.

Para lidar com essas questões, o Dr. Rodrigo Bressan destacou condutas diante de cada situação:

 

  • Pensamentos negativos sobre si: é preciso valorizar as capacidades e estimular o acolhimento pelo grupo;
  • Dificuldade de raciocínio, concentração, indecisão: avaliar possíveis adaptações se houver um diagnóstico;
  • Pensamentos sobre morte: estabelecer uma hierarquia de contatos para possíveis situações de crise;
  • Ruminação de pensamentos ruins: oferecer questionamentos realistas, observando aspectos positivos.

 

Em relação ao suicídio, segundo dados apresentados pelo Dr. Rodrigo Bressan, houve um aumente dos casos, mas esse cenário não se configura em uma epidemia. Para refletirmos sobre o tema, o especialista levantou alguns pontos importantes: falar sobre o tema não dará a ideia ao adolescente; é possível impedir o ato mesmo quando a pessoa está decidida; a pessoa que fala sobre se matar ou que tenta se matar com meios menos agressivos está pedindo ajuda; a maneira como a mídia aborda o tema pode influenciar a população.

Para refletir

As questões de saúde mental devem ser tratadas para desmistificar o tema e diminuir o estigma, que atrapalha a procura por ajuda. A intervenção precoce é essencial para o encaminhamento adequado. É importante destacar que os problemas de saúde mental são as doenças crônicas dos jovens, com impactos na produtividade e qualidade de vida, podendo ser identificados e tratados.

Na escola

A palestra com o Dr. Rodrigo Bressan foi mais uma ação do Colégio Rio Branco para promover reflexões qualificadas sobre um tema tão importante como a saúde de nossas crianças e jovens.

No dia a dia da escola, toda a equipe de educadores e profissionais está envolvida no cuidado com os alunos e isso também passa pela atenção individual e a eventuais sinais de intervenções específicas.

Os educadores participam de encontros com especialistas – psicólogos e psiquiatras, que formam mesas de debate sobre o tema, com a condução de nossas orientadoras de apoio à aprendizagem, além das reuniões de formação que integram a rotina da escola.

As crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I participam do programa Com Vivência, que busca desenvolver desde cedo as competências socioemocionais e as habilidades para falarem de seus sentimentos nas diversas situações do dia a dia.

Os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental participam, de forma integrada ao currículo, do módulo interdisciplinar Jovem em Perspectiva, que aborda temas como cultura da vaidade e do consumo, autoimagem, bullying, redes sociais, drogas, sexualidade, projetos de vida e muitos outros, unindo as áreas de Redação, Artes e Espanhol.

A parceria com as famílias completa e qualifica esse trabalho, pois educadores e responsáveis podem, juntos, fortalecer a saúde mental de das crianças e jovens.

Confira o vídeo do Encontro com a Direção com o Dr. Rodrigo Bressan.

Como proteger a família e os filhos na Internet

by Colégio Rio Branco 17. maio 2018 14:04

Estar na Internet é estar na maior rua do planeta, com cinco bilhões de pessoas! Essa reflexão é de Patrícia Peck, advogada e uma das principais referências quando o assunto é direito digital e proteção na internet. Ela esteve no Colégio Rio Branco nos dias 15 e 17 de maio para apresentar a palestra “Como proteger a família e os filhos na Internet”, complementando as discussões realizadas nos Encontros com a Direção dos dias 10 e 11 de maio.

 

 

O tema é inquietante e desafiador para as famílias e escolas. Assim, o espaço do Encontro com a Direção já trouxe essa discussão com os pais em diversas oportunidades para o aprendizado e a troca de vivências.

Dessa forma, antes da palestra com a Patrícia Peck, levantamos aspectos importantes, como:

  • A forma como nos colocamos no ambiente digital;
  • As personas na Internet;
  • Como surgem os fenômenos digitais;
  • Noções de privacidade no ambiente digital;
  • Segurança na Internet.

Em sua palestra, Patrícia Peck destacou a importância do uso ético e seguro da Internet. “Precisamos, como família e responsáveis legais, saber onde estão os problemas e agir de forma preventiva, além de saber atuar caso haja necessidade”, destacou.

Os pais e educadores enfrentam uma sociedade com novas regras, diferentes das que existiam quando os adultos de hoje eram crianças. Dando exemplos dessas mudanças, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, e a lei anti-bullying, de 2015. Nesse complexo contexto, está a internet e seus desafios, podendo ser vista como um recurso ou como uma arma, segundo a palestrante.

Assim, Patrícia Peck alerta para a necessidade de desenvolver a Cultura do Cuidado, em relação aos riscos digitais de nosso comportamento e de nossos filhos. Orientações básicas do mundo presencial, como não falar com estranhos e não abrir as portas sem saber quem é, deveriam ser aplicadas também no ambiente digital, atualizando o repertório de proteção para crianças e adolescentes.

Criança na internet é criança na rua

Na Internet, as crianças também estão expostas a perigos e os responsáveis têm o dever legal, pelo artigo 932 do Código Civil, a protegê-las e atuar com vigilância ostensiva. Segundo a lei, são consideradas crianças pessoas de até 12 anos de idade.

Os riscos mais comuns na internet são:

  • 0 a 6 anos: acessar conteúdo inadequado;
  • 6 a 9 anos: assédio moral ou sexual pela abordagem de adultos desconhecidos;
  • 9 a 12 anos: exposição da intimidade e problemas de bullying e cyberbullying.

Patrícia Peck lembrou aos pais que celular não é brinquedo, não é algo de propriedade do filho e, por ter um chip ligado a um CPF, os pais são os responsáveis pela utilização.

Assim, nos dias de hoje, os pais precisam decidir se controlam ou não controlam a utilização da internet pelos filhos, lembrando sempre seu dever legal, e destacando algumas informações importantes:

  • Idade mínima para Facebook, Instagram, Twitter, Google e Snapchat: 13 anos;
  • Idade mínima para Youtube (criação de canal), Vimeo e WhatsApp: 13 anos com consentimento dos pais;
  • Idade mínima para Youtube (curadoria) e Tinder: 18 anos.

Por isso, é de extrema importância ler os termos de privacidade e de utilização de redes sociais, aplicativos e programas. Quando a criança é mais nova do que as idades permitidas, o caminho deve ser a criação de um perfil com os dados dos pais compartilhando com os filhos. Este pode ser um caminho para a segurança digital, pois as regras precisam ser ensinadas e aprendidas, lembrando que pais que fazem perfis falsos para seus filhos, mentindo a idade, estão ensinando os filhos a mentir.

Além do controle pela idade mínima para a utilização das plataformas e da compreensão dos termos de uso, os responsáveis devem avaliar como as crianças e adolescentes lidam com os recursos e seus impactos, como queda de rendimento escolar, isolamento, entre outros.

Riscos dos jogos online

O ambiente dos jogos online representa a maior população conectada, após as redes sociais, e é o de maior risco de assédio moral e sexual. Não é um espaço de ampla vigilância e permite a criação de muitos perfis falsos.

Vício tecnológico

Patrícia Peck apresentou dados importantes sobre os hábitos de utilização de celular entre os brasileiros, podendo indicar a necessidade de avaliação e controle para crianças e jovens:

  • A média mundial de idade para ter o primeiro celular é 12 anos, mas no Brasil é de 8 anos;
  • Na média, nossos adolescentes recebem 1600 mensagens por dia.

Dicas para segurança dos filhos na Internet

  • Após nosso Encontro com a Direção e da palestra da advogada Patrícia Peck, deixamos aqui algumas orientações aos pais e responsáveis:
  • Ler termos de uso de todos os aplicativos e sites;
  • Adotar um processo participativo ao criar perfis em redes sociais para os filhos acima de 13 anos;
  • Caso entenda ser necessário, buscar um sistema de monitoramento do celular dos filhos, por meio de aplicativos (OurPact, Norton family Parental Control, Secure Teen Parental Control, My Mobile Watchdog Free Trial, Kid Safe Mode & Child Lock, Family Safety, McAfee Family Protection);
  • Conversar com os pais dos amigos dos filhos para saber como é o controle de uso da internet e redes sociais na casa deles em caso de visitas.

 

Fortalecimento de nossos filhos e alunos para lidar com a questão do uso de drogas lícitas e ilícitas

by Colégio Rio Branco 14. setembro 2017 15:24

Frente aos desafios da prevenção ao uso de drogas, o Colégio Rio Branco promove um ciclo de reflexões sobre o tema, envolvendo toda a comunidade escolar. A ação teve início no Encontro com a Direção realizado nos dias 12 e 14 de setembro, em uma conversa com os pais sobre as ações da escola e o papel dos educadores e das famílias diante do uso de drogas lícitas e ilícitas.

Confira o vídeo sobre o Encontro com a Direção.

Para dar continuidade às reflexões, o Colégio Rio Branco convidou uma referência na área de prevenção ao uso de drogas, o Dr. Anthony Wong, médico pediatra, professor de Toxicologia Clínica e de Farmacovigilância e Chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Saiba mais sobre as palestras com o Dr. Anthony Wong.

Falando sobre Bullying

by Colégio Rio Branco 29. fevereiro 2016 09:55

O que é Bullying?

São situações em que um estudante, ou mais, intencionalmente, adota comportamentos agressivos e repetitivos contra outro, em desvantagem de força ou poder, colocando-o sobre tensão e dominação, resultando em danos e sofrimentos, sem motivos evidentes. (Fonte: Cléo Fante)

O que caracteriza o Bullying e o diferencia dos conflitos cotidianos?

Persistência e continuidade das agressões ao mesmo alvo,

Ausência de motivos,

Intenção de causar danos,

Desequilíbrio de poder,

Prejuízos às vitimas.

(Fonte: Cléo Fante)

O tema Bullying é, sem dúvida, complexo e desafiador, sendo necessária uma ampla atenção pela escola e pela família. Assim, em nosso primeiro Encontro com a Direção de 2016, realizado em 24 e 25 de fevereiro, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, tivemos a oportunidade de fazer uma ampla reflexão conjunta.

O assunto foi tratado sob a perspectiva do que é e do que não é Bullying, uma vez que a escola é um espaço coletivo, permeado por conflitos que precisam ser trabalhados a partir das emoções, da empatia, do respeito e da alteridade.

É importante destacar que em 9 de novembro de 2015, foi publicada a Lei nº 13.185, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), entrando em vigor em fevereiro.

Prevenir e atuar

A escola tem atenção constante para os conflitos cotidianos, para poder identificar possíveis ações de bullying e atuar rapidamente. Quando identificado, o bullying é tratado a partir de três perspectivas: a de quem sofre, a de quem pratica e a de quem, de alguma forma, assiste ou incentiva.

No âmbito escolar, acreditamos em um trabalho constante, com foco na conscientização de crianças e jovens:

quanto às consequências do bullying e às responsabilidades de quem pratica;

no fortalecimento de quem sofre o bullying para que saiba enfrentar e lidar com a situação e com as futuras adversidades que a vida lhe apresentará;

com as pessoas que assistem e que acabam sendo coniventes com a situação e precisam saber impedir e não concordar.

Outro aspecto importante é desenvolver a empatia. Ter empatia é saber olhar para o outro, colocando-se no lugar de outra pessoa, na tentativa de entender seus sentimentos e ações, sempre com o cuidado para não fazer julgamentos. Nesse sentido, é essencial saber conviver e respeitar as diferenças. A diversidade está em nossa matriz pedagógica e nossos alunos têm a oportunidade de conviver com o diferente desde pequenos. Exemplo disso é o trabalho desenvolvido entre alunos surdos e ouvintes.

Vale destacar que temos em nossa escola conflitos, naturais das relações entre as pessoas, porém há poucos casos de bullying. Não somos tolerantes com qualquer forma de preconceito e subjugação. No Rio Branco, temos uma experiência cotidiana que não abre espaço para o bullying: na firmeza das consequências, no trabalho pedagógico, na parceria com as famílias.

A forma como as famílias lidam com a questão faz toda a diferença na prevenção de casos de bullying. É preciso que os adultos reflitam sobre suas posturas com os filhos: somos tolerantes demais? estimulamos a resiliência? temos coerência entre nosso discurso e nossas ações?

O tema Bullying é trabalhado com os alunos em todos os segmentos, por meio de livros, filmes, palestras, discussões, entre outras oportunidades no cotidiano. Como um exemplo da amplitude dessa ação, apresentamos o projeto “Stop Motion…Ops!…Stop Bullying!”, que foi destaque no jornal O Estado de São Paulo.

Saiba mais sobre sobre o projeto.

Encontro com a Direção abordará o tema Bullying

by Colégio Rio Branco 12. fevereiro 2016 11:53

Queridos Pais,

Sejam bem-vindos ao nosso já tradicional Encontro com a Direção! Esse é um momento que nasceu da necessidade de pais se reunirem e refletirem sobre educação. Juntos, escola e família se debruçam sobre temas complexos e desafiadores, sem pretensão de esgotá-los.  Dessa forma, todos crescem como pessoas e como educadores. Assim, toda última quarta-feira do mês, na Unidade Granja Vianna, e toda última quinta-feira do mês, na Unidade Higienópolis, ocorrem as reuniões, no início da manhã.

Sabendo das agendas atribuladas de todos, oferecemos o blog do Encontro com a Direção, onde registramos nossas ideias, postamos materiais sobre o assunto, enfim, continuamos nossa conversa.

Para o primeiro encontro deste ano, gostaríamos de retomar um tema já trabalhado: a questão do Bullying.

Em 9 de novembro de 2015, foi publicada a Lei nº 13.185 que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), que entrou em vigor em fevereiro. Temos, portanto, uma ótima oportunidade para refletir sobre o assunto, aprofundar como escola e família podem prevenir e atuar nos casos de Bullying, e tratar o assunto sob a perspectiva do que é e do que não é Bullying, uma vez que a escola é um espaço coletivo, permeado por conflitos que precisam ser trabalhados sob a perspectiva das emoções, da empatia, do respeito e da alteridade.

Sugerimos, como preparo para nossa conversa, a leitura da postagem do Blog Encontro com a Direção sobre o assunto: Bullying: O que é? Como acontece? Como atuar nessa situação?. Nesse espaço, há, também, a indicação de alguns materiais.

Também os convidamos a postar no Blog suas ideias sobre o assunto, procurando trazer como, no dia-a-dia, família e escola podem ter atitudes que previnem ou que reforçam o Bullying.

Será um prazer contar com suas reflexões e com sua presença para essa e para as demais reuniões, conforme calendário anual.

Esperamos por vocês!

Clique aqui para confirmar sua presença.

24/02 – Unidade Granja Vianna (das 7h30 às 9h15) – Prédio das Faculdades Integradas Rio Branco

25/02 – Unidade Higienópolis (das 7h30 às 9h15)  – Sala 101 – 1º andar

 

Grande abraço e até lá!

 

Esther Carvalho

Diretora-Geral 

Área temática: Bullying

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Bullying: O que é? Como acontece? Como atuar nessa situação?

by blogAdmin 1. julho 2014 18:19

Compreender melhor o que é e o que não é o chamado Bullying e pensar como família e escola podem atuar para desenvolver a cultura da paz. Essas foram as propostas do Encontro com a Direção do mês de junho, realizado nos dias 25 e 26.

Para apoiar as reflexões sobre o tema, foi utilizado o vídeo “Bullying e cyberbullying: conhecer para prevenir”  da Dra. Cleo Fante, autora do programa antibullying "Educar para a paz", vice-presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar e pesquisadora pioneira no Brasil sobre o Bullying Escolar. Embora o vídeo tenha sido produzido para profissionais da educação, traz elementos bastante interessantes para os pais.

O que é bullying?

Segundo a pesquisadora, o bullying é uma forma de violência tão antiga como a escola, mas seu estudo é recente. Pode se manifestar de forma verbal, física, moral, psicológica, sexual, material, social ou virtual.

Cleo Fante define bullying da seguinte forma: "um estudante ou vários adotam, intencionalmente, comportamentos agressivos e repetitivos contra outro em desvantagem de força ou poder, colocando sob tensão e dominação, resultando em danos e sofrimentos sem motivos evidentes".

Identificar o bullying não é tão simples e é preciso diferenciá-lo de outros tipos de conflitos. Para que algo seja entendido como bullying, é preciso que tenha as seguintes características:

•         persistência e continuidade das agressões contra o mesmo alvo;

•         ausência de motivos que justifiquem os danos ou agressões;

•         intenção do autor em causar danos;

•         desequilíbrio de poder entre as partes; prejuízo causado às vítimas.

Refletindo sobre bullying

Juntos, pensamos, no âmbito da escola e dos lares, como trabalhar e conduzir essa discussão.

Como o bullying pressupõe uma relação de força, com alguém ou um grupo subjugando uma pessoa com intencionalidade e frequência, é preciso atuar em, pelo menos, três perspectivas: com quem pratica o bullying, que revela uma agressividade contida que pode ser gerada do sentimento de segurança ou autoafirmação; com quem o sofre, que precisa criar mecanismo para se fortalecer; e com quem assiste e, de alguma forma, incentiva ou não inibe esse tipo de ação.

Muitas vezes, as agressões são sutis e a criança ou adolescente não consegue procurar ajuda ou se defender. Além disso, cada pessoa recebe as brincadeiras, os apelidos, os olhares de uma forma muito particular.

Existe, ainda, o grupo, que, de alguma forma, é tolerante com isso. Se o grupo se manifestasse, se incomodasse ou reagisse não haveria essa situação. No ambiente virtual, essa dinâmica complexa fica ainda mais ampliada.

Família e escola contra o bullying

Para enfrentar este tema e tantos outros do dia a dia escolar, é muito importante que família e escola trabalhem juntas. Nós, adultos, temos o papel de dar limite, sempre que necessário, oferecendo orientação e apoio nas mais diversas situações.

Quando nos focamos na atuação contra a prática do bullying, precisamos ter clareza em relação a alguns aspectos:

partimos do princípio de que crianças e jovens transgridem, pois é o exercício de crescer; e na escola, as crianças e jovens aprendem a se relacionar;

educamos e transmitimos valores importantes, em casa, para nossos filhos, mas não estamos livres da chance de o nosso filho estar exercitando bullying;

quando tratamos de um acontecimento que envolve bullying, não podemos partimos do princípio de que tudo está errado e somente o nosso filho está certo;

assim, quando estamos em contato com as diversas situações de conflito, é importante refletirmos sobre a seguinte frase: “o FILHO não fez nada, mas o ALUNO fez”;

muitas vezes, enxergamos nossos filhos como cristais que podem quebrar, mas eles são diamantes, fortes, que conseguem lidar com as dificuldades. Temos que desenvolver a capacidade de resiliência desde pequenos, para que nossas crianças e jovens possam viver todos os conflitos que vão surgir ao longo de suas vidas;

quando escola e família são parceiras e estão alinhadas, conseguimos fortalecer valores para os jovens, deixando claro que bullying é intolerável, a todo e qualquer momento.

É importante, também, que todos saibam como a escola atua nas diversas situações. Trabalhamos juntamente com o grupo de alunos, com conversas e entrosamento, para todas as idades, mediando os conflitos, no dia a dia do ambiente escolar, avaliando a gravidade e aplicando as ações específicas adequadas. Caso a situação demande, a família é envolvida.

Existe, ainda, o Conselho Disciplinar para alguns alunos, com a Orientação Educacional, a advertência, a permanência condicionada e, por fim, a transferência compulsória. Estes são pontos de referência para o aluno e é como a escola trabalha, formalmente, a disciplina.

O que não é bullying

Vale destacar que é muito importante diferenciar o que é brincadeira, o que é ofensa e o que é pejorativo.

Existem conflitos que não são bullying e muitas vezes nos colocamos na frente de problemas que são próprios da idade e vão passar. Assim, acabamos por colocar uma carga despropositada nesses acontecimentos.

Nosso papel, como adultos, é ajudar para que crianças resolvam os conflitos entre si, tendo cuidado para não rotular conflitos corriqueiros e que fazem parte da dinâmica das crianças e do seu crescimento.

Mais indicações

Durante o encontro em Higienópolis, foi sugerido o livro Ponte para Terabitia, de Katherine Paterson, Editora Salamandra, que conta a história de uma grande amizade entre dois jovens e os conflitos na escola, com algumas situações de bullying. Existe, também, o filme, com o mesmo nome.

Outro portal que oferece diversas informações sobre o tema é o “Bullying não é brincadeira”.

Uma boa indicação é o Blog Educa Tube, que apresenta alguns textos sobre o tema.

Área temática: Bullying