Como proteger a família e os filhos na Internet

by Colégio Rio Branco 17. maio 2018 14:04

Estar na Internet é estar na maior rua do planeta, com cinco bilhões de pessoas! Essa reflexão é de Patrícia Peck, advogada e uma das principais referências quando o assunto é direito digital e proteção na internet. Ela esteve no Colégio Rio Branco nos dias 15 e 17 de maio para apresentar a palestra “Como proteger a família e os filhos na Internet”, complementando as discussões realizadas nos Encontros com a Direção dos dias 10 e 11 de maio.

 

 

O tema é inquietante e desafiador para as famílias e escolas. Assim, o espaço do Encontro com a Direção já trouxe essa discussão com os pais em diversas oportunidades para o aprendizado e a troca de vivências.

Dessa forma, antes da palestra com a Patrícia Peck, levantamos aspectos importantes, como:

  • A forma como nos colocamos no ambiente digital;
  • As personas na Internet;
  • Como surgem os fenômenos digitais;
  • Noções de privacidade no ambiente digital;
  • Segurança na Internet.

Em sua palestra, Patrícia Peck destacou a importância do uso ético e seguro da Internet. “Precisamos, como família e responsáveis legais, saber onde estão os problemas e agir de forma preventiva, além de saber atuar caso haja necessidade”, destacou.

Os pais e educadores enfrentam uma sociedade com novas regras, diferentes das que existiam quando os adultos de hoje eram crianças. Dando exemplos dessas mudanças, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, e a lei anti-bullying, de 2015. Nesse complexo contexto, está a internet e seus desafios, podendo ser vista como um recurso ou como uma arma, segundo a palestrante.

Assim, Patrícia Peck alerta para a necessidade de desenvolver a Cultura do Cuidado, em relação aos riscos digitais de nosso comportamento e de nossos filhos. Orientações básicas do mundo presencial, como não falar com estranhos e não abrir as portas sem saber quem é, deveriam ser aplicadas também no ambiente digital, atualizando o repertório de proteção para crianças e adolescentes.

Criança na internet é criança na rua

Na Internet, as crianças também estão expostas a perigos e os responsáveis têm o dever legal, pelo artigo 932 do Código Civil, a protegê-las e atuar com vigilância ostensiva. Segundo a lei, são consideradas crianças pessoas de até 12 anos de idade.

Os riscos mais comuns na internet são:

  • 0 a 6 anos: acessar conteúdo inadequado;
  • 6 a 9 anos: assédio moral ou sexual pela abordagem de adultos desconhecidos;
  • 9 a 12 anos: exposição da intimidade e problemas de bullying e cyberbullying.

Patrícia Peck lembrou aos pais que celular não é brinquedo, não é algo de propriedade do filho e, por ter um chip ligado a um CPF, os pais são os responsáveis pela utilização.

Assim, nos dias de hoje, os pais precisam decidir se controlam ou não controlam a utilização da internet pelos filhos, lembrando sempre seu dever legal, e destacando algumas informações importantes:

  • Idade mínima para Facebook, Instagram, Twitter, Google e Snapchat: 13 anos;
  • Idade mínima para Youtube (criação de canal), Vimeo e WhatsApp: 13 anos com consentimento dos pais;
  • Idade mínima para Youtube (curadoria) e Tinder: 18 anos.

Por isso, é de extrema importância ler os termos de privacidade e de utilização de redes sociais, aplicativos e programas. Quando a criança é mais nova do que as idades permitidas, o caminho deve ser a criação de um perfil com os dados dos pais compartilhando com os filhos. Este pode ser um caminho para a segurança digital, pois as regras precisam ser ensinadas e aprendidas, lembrando que pais que fazem perfis falsos para seus filhos, mentindo a idade, estão ensinando os filhos a mentir.

Além do controle pela idade mínima para a utilização das plataformas e da compreensão dos termos de uso, os responsáveis devem avaliar como as crianças e adolescentes lidam com os recursos e seus impactos, como queda de rendimento escolar, isolamento, entre outros.

Riscos dos jogos online

O ambiente dos jogos online representa a maior população conectada, após as redes sociais, e é o de maior risco de assédio moral e sexual. Não é um espaço de ampla vigilância e permite a criação de muitos perfis falsos.

Vício tecnológico

Patrícia Peck apresentou dados importantes sobre os hábitos de utilização de celular entre os brasileiros, podendo indicar a necessidade de avaliação e controle para crianças e jovens:

  • A média mundial de idade para ter o primeiro celular é 12 anos, mas no Brasil é de 8 anos;
  • Na média, nossos adolescentes recebem 1600 mensagens por dia.

Dicas para segurança dos filhos na Internet

  • Após nosso Encontro com a Direção e da palestra da advogada Patrícia Peck, deixamos aqui algumas orientações aos pais e responsáveis:
  • Ler termos de uso de todos os aplicativos e sites;
  • Adotar um processo participativo ao criar perfis em redes sociais para os filhos acima de 13 anos;
  • Caso entenda ser necessário, buscar um sistema de monitoramento do celular dos filhos, por meio de aplicativos (OurPact, Norton family Parental Control, Secure Teen Parental Control, My Mobile Watchdog Free Trial, Kid Safe Mode & Child Lock, Family Safety, McAfee Family Protection);
  • Conversar com os pais dos amigos dos filhos para saber como é o controle de uso da internet e redes sociais na casa deles em caso de visitas.

 

Crianças e jovens no WhatsApp e no Snapchat

by Colégio Rio Branco 22. junho 2016 14:35

Nossa conversa sobre o uso de WhatsApp por grupos de pais foi muito rica! Dessas reflexões, surgiu a necessidade de abordarmos o seguinte tema: O uso do WhatsApp e do Snapshat por crianças e jovens. Assim, nos dias 22 e 23 de junho, conversamos sobre os diversos desafios que enfrentamos no dia a dia com nossos filhos e alunos.

Hoje, o aplicativo Snapchat tem sido muito usado pelos jovens e até crianças, por isso, precisamos entender, um pouco, como funciona. Para termos uma ideia da dimensão, ele já ultrapassou o Twitter em números de usuários diários. Confira.

Como outros diversos aplicativos, o Snapchat é utilizado para a troca de texto, fotos e vídeos, mas seu grande diferencial é que o conteúdo só pode ser visto uma vez, pois, após algumas horas, ele é deletado. Mas, atenção! Vale destacar que o conteúdo compartilhado pode ser copiado e armazenado por outras pessoas.

Para entender um pouco sobre a opinião dos jovens sobre o Snapchat, assistimos ao vídeo de uma Youtuber, conhecida como Marina Inspira, que tem muitos seguidores nas redes sociais: Youtube, Facebook, Instagram e Snapchat. Ela fala, de uma maneira muito divertida e com a linguagem dos jovens, sobre “Os tipos de pessoas no Snapchat”: a que só posta imagens de comida, a que só posta imagens de viagem, a que só posta imagens de malhação. E por ai vai!

Mas algo muito esclarecedor que ela fala, é que hoje o Snapchat é uma das poucas redes sociais em que, ainda, os pais e familiares, não dominam e isso faz com que os jovens fiquem mais a vontade para postar. Assista.      

Uma das grandes lições desse vídeo é que precisamos entender a tecnologia à luz do olhar dos jovens, para que possamos refletir sobre suas possibilidades e saber orientar da melhor forma, garantindo a segurança e aproveitando todos os benefícios.

Construção da imagem virtual

Devemos avaliar de uma maneira muito crítica e consciente o papel da tecnologia em nosso dia a dia na escola e na família e como nossos filhos e alunos estão se colocando nas redes sociais.

Sem dúvida, há um estilo próprio de comunicação e de linguagem e há a necessidade de aprovação por meio de curtidas e números de visualização dos conteúdos compartilhados, na construção de uma imagem virtual.

Virtual ou real?

Ainda precisamos reforçar a noção de que tudo o que é feito no ambiente digital tem impactos e não fica restrito ao mundo virtual: o que é escrito no WhatsApp vale como prova jurídica; o que é compartilhado no Snapchat se apaga, mas pode ser salvo por outras pessoas; o que é postado no Facebook, no Twitter, no e-mail pode ser visto e rastreado para sempre.

Precisamos retomar, continuamente, com nossos filhos e alunos, questões, como privacidade, autonomia, consequências da exposição, entre outras, pois a Internet é pública e seu alcance é imenso.

Tivemos a oportunidade de assistir a um vídeo em que o sociólogo Zygmunt Bauman apresenta uma breve reflexão sobre as diferenças entre as relações presenciais e virtuais e a diferença entre comunidades e networking. Segundo ele, amigos de Facebook e amigos na vida real não são a mesma coisa, pois existem laços humanos. No mundo virtual é muito fácil nós conectarmos, mas o grande atrativo é a mesma facilidade para se desconectar, sendo que quebrar relações baseadas no olho a olho, no face a face, é sempre muito traumático e mais complexo. Assista.

Cidadania Digital

Ao mesmo tempo em que a tecnologia permite o contato com conteúdos maravilhosos, o mesmo vale para conteúdos não adequados a cada idade. Por isso, é tão importante que nós, adultos, tenhamos conhecimento e saibamos acompanhar continuamente a ação de nossos filhos na rede.

Sabemos que o tema é complexo, mas como adultos, devemos fazer escolhas: até onde devo controlar? O que devo monitorar? Quais redes sociais vou permitir? Com qual idade darei um celular?

É um grande desafio, mas é algo necessário se queremos criar a Cidadania Digital, contribuindo com a formação de pessoas éticas, inclusive digitalmente.

Educação e Tecnologia no Rio Branco

A construção da Cidadania Digital é uma necessidade. Na escola, criamos propostas construtivas de produção colaborativa, por meio de atividades que utilizam a tecnologia em prol do aprendizado.

Confira alguns trabalhos recentes desenvolvidos pela escola:

Snapchat e o aprendizado do Gênero Poesia

Game Factory: atividade ensina linguagem de programação

CRB participa de evento do Google for Education

Alunos compartilham vivências com crianças da Austrália

Aula especial de História no Laboratório de Tecnologia Aplicada

Tecnologia e Colaboração: o ensino da Matemática como você nunca viu!

Família, escola e WhatsApp

by Colégio Rio Branco 31. maio 2016 10:31

Em nosso Encontro com a Direção de maio, conversamos novamente sobre o desafio de educar na era digital. Mas, agora, sob outra perspectiva, mais específica: o WhatsApp.

O uso de tecnologias tem permitido rapidez e eficiência na comunicação com a utilização de várias mídias entre pares ou grupos. Aplicativos como o WhatsApp passam a fazer parte do dia a dia das pessoas, gerando novas possibilidades e, também, diversos desafios.

No âmbito escolar, tem sido prática, por parte de alguns pais de alunos de uma mesma série, o uso de WhatsApp como forma de interação que, embora agilize alguns aspectos da rotina escolar ou social das crianças, traz novas dinâmicas que nem sempre são construtivas, seja para os filhos, seja para a maioria dos pais envolvidos ou até mesmo para a escola.

Como toda oportunidade de interação entre pessoas, esse recurso deve proporcionar um ambiente respeitoso, gratificante e proveitoso, na direção da melhor formação de nossas crianças e jovens.

Para refletirmos sobre esse tema, assistimos ao vídeo da advogada e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro, sobre pais e mães em grupos no WhatsApp. É preciso ter alguns cuidados ao trocar mensagens sobre o dia a dia escolar dos filhos:

  • Tudo que é escrito no WhatsApp está documentado, podendo ser considerado uma prova jurídica;
  • O que está no WhatsApp é público;
  • Não se deve expor, jamais, um menor.

A especialista nos leva a refletir sobre nossas próprias posturas. Quando tratamos algo a respeito de nosso filho com a escola, não fazemos isso em público. Isso se aplica a todas as crianças. E isso deve ser estendido ao mundo digital, sempre. Grupos de pais e mães no WhatsApp podem ser muito úteis, mas não devemos esquecer que existem os canais oficiais da escola para tratar determinados assuntos.

Embora os grupos de WhatsApp surjam com um objetivo específico, na maioria das vezes, acabam se transformando num espaço de múltiplos interesses, perdendo sua proposta original.

A escola e seus profissionais não fazem parte de grupos de pais no WhatsApp. Em algumas oportunidades alguns conteúdos chegam até nós por meio de pais que ficam incomodados ou angustiados com o teor e a forma como certos assuntos estão sendo tratados. Assuntos que se fossem tratados de outra forma, talvez tivessem melhores resultados.

Assim, precisamos ter sempre em mente qual o objetivo do grupo, por que fazemos parte e qual o nosso papel. É importante nos posicionar sempre quando não concordarmos com algum conteúdo, como exposição de crianças e até comentários que podem não ser verdadeiros. Na vida, no dia a dia, cobramos de nossas crianças e jovens o posicionamento e, nesse mesmo sentido, devemos adotar essa postura.

No mundo digital tudo ficou mais rápido, sem dúvida, e até mesmo mais fácil em alguns aspectos. Mas será que estamos deixando de lado o contato direto, por meio de uma ligação ou um encontro?

Temos pressa para resolver as questões, queremos tudo rápido, e abrimos mão do contato humano. Hoje, as crianças já sofrem esse efeito e têm muita dificuldade de avaliar ambientes e entender os sentimentos pessoais e das outras pessoas.

Não há tecnologia que substitua o lugar dos pais e da escola! Nós somos os responsáveis por levar aos nossos filhos os valores e a ética.

Na prática

Vale destacar alguns exemplos práticos de como assuntos devem ser tratados no mundo digital, incluindo o WhatsApp:

  • Compartilhamento de assuntos pessoais referentes ao próprio filho: manter a privacidade dos assuntos, dos alunos e seus familiares continua sendo o melhor caminho para tratar dos desafios que surgem na educação de nossas crianças e jovens;
  • Compartilhamento de assuntos referentes a outras crianças e/ou seus familiares: cada família tem sua dinâmica, seus valores, sua rotina, suas expectativas com relação à escola. São relacionamentos únicos que se estabelecem e que precisam ser respeitados e preservados;
  • Compartilhamento de informações sobre acontecimentos na escola: questões às vezes simples, que deveriam ser resolvidas no âmbito da escola, têm se tornado mais complexas, em função de ruídos de comunicação que muitas vezes surgem nesses grupos. Informações desencontradas ou equivocadas, recortadas de um contexto, circulam com rapidez e despendem uma imensa energia, traduzindo-se em pouco ou nenhum benefício aos envolvidos;
  • Compartilhamento de percepções sobre decisões da escola: A escola é um lugar em que há gente formando gente! Sua rotina complexa e multifacetada necessita ser analisada de maneira cuidadosa para orientar decisões e procedimentos. É fundamental que dúvidas, inquietações e possíveis divergências retornem diretamente para a escola para que possam ser trabalhadas de forma assertiva;
  • Compartilhamento sobre lições e atividades de responsabilidade dos filhos: faz parte da construção da autonomia das crianças e jovens, que eles registrem e tenham responsabilidade sobre seus compromissos. É preciso que pais tenham cuidado para não acabar assumindo papéis que são de seus filhos como estudantes;
  • Uso de palavras inadequadas entre adultos: divergências de opiniões, múltiplas ideias são saudáveis e fazem parte de qualquer grupo. Em alguns momentos surgem conflitos entre pais e percebe-se o desrespeito às regras de civilidade. Formas de tratamento inadequadas acabam ocupando o espaço virtual sendo que, provavelmente, não ocorreriam se as pessoas estivessem conversando frente à frente.

Ideia

Pensando em como poderiam colaborar para que os grupos de WhatsApp pudessem ser melhor aproveitados, várias sugestões de procedimentos foram feitas e surgiu a ideia de pais fazerem um comunicado para os demais pais de nossa escola para sugerir regras de conduta para esses grupos. Pretendemos desenvolver essa ideia!

Ao integrar grupos, devemos sempre pensar sobre qual o benefício que pode trazer para o aluno e a família. Devemos viver, plenamente, a cidadania digital, colocando a tecnologia a serviço da Educação. Afinal, somos nós, os adultos, as grandes referências de nossos filhos e alunos!