Como e quando falar sobre consumismo com os filhos?

Com o bombardeio de ofertas e anúncios cada vez mais presentes nas redes, quando é o momento certo de abordar o assunto com as crianças?

Com o avanço da tecnologia e o acesso das crianças às redes sociais, é crucial abordar de maneira proativa o impacto das publicidades e influenciadores em suas escolhas de consumo. As famílias precisam estar preparadas para lidar com diferentes situações e realidades, entre anúncios durante os vídeos e posts de redes sociais e blogueiros(as) que mostram suas coleções de maquiagens, videogames, roupas e sapatos e incentivam o consumismo exacerbado, sem revelar que boa parte destes itens foram enviados por marcas, muitas vezes junto a uma comissão, para serem mencionados e revisados. 

Mariana Abbate, Orientadora Educacional do Colégio Rio Branco - Unidade da Granja Vianna, explica como abordar esse assunto com crianças e com adolescentes, promovendo debates saudáveis e os alertando sobre como a internet e as redes sociais podem desencadear um consumismo que não é saudável.

Como (e quando) conversar com os filhos

Refletir sobre o consumo em casa e na escola é uma excelente oportunidade para que as crianças e adolescentes desenvolvam uma compreensão crítica e consciente sobre o que é que compram e o que lhes é comprado. Para educar visando o consumo consciente, é preciso promover valores como responsabilidade financeira e social, sustentabilidade e empatia. 

A introdução gradual aos conceitos de consumismo e responsabilidade financeira pode ser feita desde idades mais jovens, de maneira adaptada à capacidade de compreensão de cada faixa etária. A profundidade e a complexidade da discussão devem ser ajustadas conforme a maturidade cognitiva e emocional das crianças, sem desconsiderar o contexto familiar de cada jovem. 

Para conversar com crianças pequenas, Mariana aconselha que sejam utilizados contos e histórias que abordem temas relacionados ao consumo excessivo, valorizando e enaltecendo as relações de amizade, a criatividade e o compartilhamento. A moral da história deve ser que quem somos como pessoas é mais valioso do que aquilo que temos. Esse assunto também pode ser trabalhado por meio de jogos educativos sobre educação financeira e  tomada de decisões frente a situações reais do cotidiano. Além disso, é interessante levar os pequenos para realizar trabalhos voluntários voltados à ações de responsabilidade social, mostrando a importância de auxiliar os outros. 

Já quando se conversa com jovens, é possível promover debates e discussões em sala de aula e em grupos sobre a influência do consumismo na sociedade, com ênfase em como as escolhas dos indivíduos impactam o ambiente e a sociedade. É interessante estimular habilidades críticas em relação à publicidade, discutindo como ela influencia as decisões de compra e cria padrões de consumo e envolvendo os alunos em projetos práticos que visem conscientizar sobre consumo responsável. Vale também introduzir os conceitos de educação financeira, ensinando sobre orçamento, poupança, investimentos, dívidas e juros para compreenderem o valor do dinheiro e tomarem decisões financeiras acertadas ao longo da vida.

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