A influência do exemplo na criação dos filhos

Veja como as atitudes dos pais impactam muito mais na educação do que as palavras 

As crianças observam e imitam o comportamento dos adultos desde cedo. Se, por exemplo, os pais demonstram comportamentos positivos, como empatia, respeito e responsabilidade, seus filhos têm maior probabilidade de internalizar esses valores do que aqueles que crescem em lares com valores opostos. O ambiente emocional de uma casa é criado pelas atitudes dos adultos, que afetam diretamente o bem-estar emocional das crianças e  jovens crescendo ali dentro. 

Mariana Abbate, Orientadora Educacional de Apoio a Aprendizagem do Colégio Rio Branco, Unidade Granja Vianna, explica que a coerência entre o que é dito pelos pais e como eles realmente agem contribui para uma educação mais eficaz e saudável, especialmente quando unida a comportamentos positivos. “Nesse contexto e espaço, a criança vivencia uma série de experiências e age sobre o meio cultural em que está inserida, construindo conhecimentos incorporados ao ambiente e ao mundo que está a sua volta. Nesse sentido, é crucial entender que as atitudes das crianças, resultantes de suas interações com outras pessoas, são moldadas pelos ambientes familiar, escolar e social”.

Ela também explica que as atitudes dos pais têm um impacto significativo no processo de educação dos filhos e, muitas vezes, podem ter mais influência do que as palavras, justamente porque eles aprendem mais por meio da observação e da experiência prática do que apenas por meio de instruções verbais. Por isso, é importante se atentar a como está agindo dentro de casa e como seu exemplo está sendo passado e interpretado.

Como dar um bom exemplo?

Dar um bom exemplo para as crianças envolve demonstrar comportamentos e atitudes que promovam valores positivos e habilidades sociais. Ao incorporar algumas práticas no dia a dia, os pais podem contribuir para esse desenvolvimento. Mariana exemplifica essas práticas e demonstra como fornecer modelos afirmativos de comportamento:

 

  • Demonstrar paciência e calma mesmo em situações desafiadoras, para ensinar as crianças a lidarem com o estresse de maneira construtiva.

 

  • Estabelecer rotinas consistentes, criando um ambiente previsível por meio de limites claros para o comportamento e explicando as expectativas de maneira calma e firme.

 

  • Mostrar empatia e compreensão especialmente em relação aos sentimentos das crianças. Isso ajuda a construir uma conexão emocional e a ensinar a importância de considerar os sentimentos dos outros.

 

  • Envolver as crianças em decisões familiares. Essa atitude promove um senso de responsabilidade e trabalho em equipe, assim como a inclusão delas em atividades dentro de casa. 

 

  • Elogiar comportamentos positivos,  para incentivar as crianças a repetirem essas ações, estimulando um ambiente em que elas se sintam à vontade para se expressar e comunicar o que sentem abertamente.

Como lidar com a pressão de ser um “bom exemplo” o tempo todo

Claro que, mesmo com todas essas dicas, é impossível ocultar por completo todas as características consideradas “negativas” o tempo todo, uma vez que seres humanos são dotados de uma ampla gama de emoções e comportamentos. Essa pressão para não demonstrar certos sentimentos e atitudes pode causar estresse, ansiedade e insegurança, além de ter um impacto significativo nas escolhas e decisões relacionadas à educação das crianças. 

“Muitas vezes, as famílias se sentem obrigadas a seguir padrões estabelecidos, mesmo que não se alinhem com suas próprias preferências, princípios, valores e a sua realidade. Ceder a pressão e agir de acordo com as expectativas externas pode gerar um descontentamento e uma informação confusa às crianças, interferindo no seu desenvolvimento. Educar exige paciência, persistência e consistência” afirma Mariana. Ela também explica que é fundamental assumir os erros e os comportamentos inadequados , responsabilizando-se por eles. “Uma boa conversa é uma maneira de mostrar que algumas formas de agir não são adequadas a determinados ambientes ou situações, reconhecendo a importância de fazer diferente para não sofrer as consequências de uma determinada atitude negativa.”

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