Como praticar a paternidade ativa com seu filho no cotidiano?

Profissionais do Colégio Rio Branco enfatizam a importância da presença afetiva do pai na vida da criança

Até pouco tempo atrás, o papel de um homem na família, de acordo com os parâmetros da sociedade, consistia em prover recursos e estabilidade financeira. Poucos eram os que, de fato, participavam da criação dos filhos e dos cuidados necessários para eles, como educar, construir uma relação e demonstrar carinho e afeto.

Mas, aos poucos, essa realidade está se transformando. O termo paternidade ativa, que vem ganhando popularidade no século XXI, refere-se a uma maior presença dos pais na vida dos filhos. Isso, portanto, vai muito além de prover suporte financeiro, e inclui todos os aspectos sociais e emocionais da educação. 

Segundo Juliana Góis, Orientadora Educacional de Apoio à Aprendizagem do Colégio Rio Branco, essa nova postura é excelente. “A divisão de tarefas entre os pais diminui possíveis sobrecargas relacionadas aos cuidados que tanto as crianças quanto os adolescentes requerem. A conexão entre todos os membros da família torna-se mais forte e coesa e, especificamente na relação com os filhos, essa presença paterna estreita o vínculo.”

A paternidade ativa e o desempenho escolar

Além do lar, o ambiente que a criança mais frequenta é a escola. Por isso, a participação ativa do pai no cotidiano do filho também pode trazer benefícios acadêmicos, favorecendo a autoestima do pequeno e transmitindo segurança e amparo para o seu desenvolvimento. 

“De todos os grandes projetos que fazemos na vida, sabemos que será necessário muito esforço e estudo para alcançá-los. Não poderia ser diferente com o maior projeto que existe: ser pai e formar um ser humano verdadeiramente livre e responsável”, afirma Isaque Braga, professor do Colégio Rio Branco.

A prática da paternidade ativa

A participação ativa do pai tem início ainda no período gestacional, em que ele pode — e deve — comparecer às consultas e exames do pré-natal, acompanhando as atualizações médicas e se preparando emocionalmente para a chegada do bebê. Na infância e na adolescência, o essencial é estar sempre por perto e conversar sobre as atividades diárias. 

Na adolescência, é importante conhecer os amigos dele, assistir a filmes juntos, ligar o despertador e acordar de madrugada para buscá-lo após uma festa. “Converse com ele sobre o dia, sobre o tempo, sobre a vida e sobre o que mais for possível. Aqui tão pouco importa o tema, o valor está na possibilidade de troca entre vocês”, explica Juliana.

A formação de uma criança é altamente influenciada pelas virtudes, vícios e presença de seu pai, que é uma figura tida como referência. Portanto, Isaque Braga enfatiza que o adulto também deverá realizar uma autocorreção das suas atitudes, como nervosismo, ansiedade e falta de paciência, buscando transmitir o seu melhor para o filho.

Além disso, carinho, amor e atenção são os ingredientes essenciais para formar conexões, que devem ser a base do desenvolvimento infantil.

Isaque Braga e Juliana Góis destacam formas para que pais  participem ativamente da vida escolar do filho:

  • Estabelecer boa comunicação com a escola, atuando em parceria de forma respeitosa e colaborativa;
  • Participar das reuniões de pais para saber as forças e fraquezas do filho, além de discutir as melhores formas de ajudá-lo a enfrentar possíveis desafios;
  • Compartilhar com a escola informações sobre o seu filho para que a instituição possa compreendê-lo e acolhê-lo da melhor forma possível;
  • Em vez de buscar culpados diante de quaisquer problemas no ambiente escolar, buscar junto à escola as melhores formas de apoio e resolução;
  • Valorizar o esforço e empenho do seu filho durante o processo, sem focar apenas nos resultados de avaliações;
  • Estar presente e acompanhar o dia a dia escolar;
  • Colocar-se à disposição do seu filho para auxiliá-lo diante das dificuldades: buscar resoluções em conjunto;
  • Participar dos eventos/atividades extras promovidos pela escola. Essa é uma forma de demonstrar a importância da escola para além da transmissão de conteúdos, mas também como um espaço de desenvolvimento social e de formação do indivíduo como um todo;
  • Saber elogiar seu filho, mas também não ser omisso diante do erro;
  • Deixá-los fazer suas atividades por conta própria e ajudar somente naquilo que for essencial;
  • Não corrigir os seus filhos na frente dos outros, evitando que percam sua confiança;
  • Não confundir as suas preocupações com as deles;
  • Procurar saber mais sobre algo do interesse escolar do seu filho, criando ocasiões de conversa;
  • Dar atenção também aos pequenos problemas do dia a dia do seu filho;
  • Não realizar todos os desejos do seu filho. 

Praticando essas ações, dois mundos se unem: o do pai e o do filho. Esse tipo de postura, atenciosa e carinhosa, também deve estar no dia a dia em casa, proporcionando momentos de colaboração e amor na família.

 

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