Já que a educação é a base para o progresso da sociedade, é fundamental que os estudantes reconheçam o papel dos professores e considerem seguir essa carreira
No Brasil, o Dia do Professor é comemorado anualmente em 15 de outubro. A data foi estabelecida em 1963, com o intuito de homenagear esses profissionais, indispensáveis para o desenvolvimento humano.
Foi escolhido, especificamente, o dia 15 de outubro para a homenagem, porque D. Pedro I emitiu uma importante lei sobre o Ensino Elementar nessa mesma data, em 1827. Com esse marco legislativo, definiu-se que todas as cidades brasileiras deveriam ter o Ensino Fundamental e foi definido um salário-base para os professores.
Para celebrar a data, conversamos com Luísa Lessa, ex-aluna do Colégio Rio Branco, formada em 2016, e atualmente professora de inglês e português, com graduação pela USP. Ela relembrou os tempos como estudante e comentou o que pode incentivar a nova geração a seguir essa carreira. Confira:
A importância dos professores
Embora sejam essenciais para o avanço da sociedade como um todo, os professores ainda constituem um grupo desvalorizado. De fato, eles são uma parte indispensável do cotidiano das crianças e adolescentes, que passam bastante tempo no ambiente escolar. Apesar disso, os estudantes nem sempre reconhecem o papel desses profissionais e é comum que passem a valorizá-los mais quando já estão formados.
“Foi só quando eu me tornei professora que fui entender realmente a importância dos professores na nossa vida. Eu acabei usando e lembrando de muitos dos ensinamentos que os professores passavam, não necessariamente de matéria, mas também de vida”, conta Luísa Lessa.
Luísa falou que, depois de sair do Colégio Rio Branco, manteve contato com alguns professores e, em seu cotidiano, sempre lembrava de conversas e apontamentos dos profissionais que a acompanharam na escola. “Até o Ensino Médio, que é a nossa formação básica, acho que são os professores que mais marcam a nossa história”, completa.
Uma profissão capaz de mudar o futuro
“Eu acredito que o mais importante para essa nova leva de estudantes é mostrar que ser professor não é um trabalho menor, ou não é ‘porque eu não consegui fazer outra coisa’. Ser professor é uma escolha, por amor, e é uma coisa muito gratificante”, destaca a ex-aluna do Colégio Rio Branco.
Assim como os estudantes podem mudar o futuro do mundo, Luísa Lessa afirma que os professores estão ativamente envolvidos nessa tarefa. É essencial, portanto, que continuem havendo novos profissionais no mercado e que a nova geração reconheça essa carreira como uma boa opção.
Como incentivar os atuais estudantes a se tornarem professores?
Para despertar a paixão pela licenciatura, um ótimo caminho é dar aulas experimentais, estando ainda na escola. “Eu sei de muitos colegas meus que descobriram que queriam ser professores porque ajudavam os amigos, ou faziam um plantão de dúvidas para as provas. Então, acho que isso faz toda a diferença, porque nós precisamos de novos profissionais”, conta Luísa.
Na prática, existem diversas maneiras de incentivar um estudante a se tornar professor. Para Luísa Lessa, o fator definitivo foi o contato mais íntimo com os profissionais que a cercavam. “O professor não ser aquele agente distante, apenas passando matéria, ele realmente se envolver com a nossa vida, conversar – eu acho que essa é uma maneira excelente de incentivar”, relata.
Além disso, a jovem aponta que os profissionais precisam contar a sua trajetória acadêmica às turmas, mostrando que a carreira não é feita apenas de estudos teóricos e que há muita ação prática. Um professor tem bastante contato com os estudantes e, inclusive, os vê crescer.
“Eu tive professores excelentes, que mudaram a minha vida, e, até hoje, eu sou muito grata a eles. Tenho contato e escrevo pedindo conselhos, às vezes sobre a sala de aula, porque foram eles que me formaram, me fizeram quem eu sou e me ajudaram quando eu estava chorando porque briguei com uma amiga, na prova de matemática e no vestibular”, compartilha Luísa.
Por fim, a profissional afirma que é importante estudantes do Rio Branco escutarem relatos como o dela, de quem já não está mais na escola, lembrando com tanto carinho dos professores. “Depois de formada, eu fui realmente entender que parte dos meus professores ficou em mim”, finaliza.