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05/06/2023

Alunos, famílias e educadores participaram de palestras sobre relações étnico-raciais

No Brasil, o racismo costuma ser associado a condutas individuais, expresso por meio de xingamentos e outras ofensas dirigidas a pessoas negras. No entanto, o racismo se manifesta em diferentes dimensões, indo muito além das interações cotidianas entre sujeitos.

A partir dessa reflexão, o Colégio Rio Branco promoveu encontros para as famílias, alunos e educadores com Luciana Alves, pedagoga e mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Pró-reitora Adjunta de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas na Unifesp e consultora de Educação e Relações Raciais.

Luciana destacou as origens e as consequências do racismo, explicando o conceito de racismo estrutural, que é a existência de padrões culturais que associam a percepção da cor a habilidades, comportamentos e atitudes; e destacando a necessidade de reparação histórica, pois, seja qual for o indicador socioeconômico considerado, negros (aqueles autoclassificados como pretos ou pardos) ocupam posição de desvantagem no acesso a bens e serviços sociais.

Escola é lugar de mudança
Segundo Luciana, a escola é um lugar de mudança, pois permite a construção de novas referências sobre a diversidade humana e a amplificação de discussões sobre igualdade e equidade.

Para uma educação antirracista, a educadora destacou três eixos: relação com as pessoas, relação com os conteúdos e relação com os objetos de conhecimento. Conforme Luciana, é preciso investir na convivência com a diferença, oferecer uma aprendizagem para além da visão eurocêntrica.

Desconstruindo opiniões
Na conversa sobre as relações étnico-raciais com os alunos de 6º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio, Luciana refletiu sobre como são construídas as relações com as pessoas que são diferentes: homem ou mulher; negro, branco ou indígena; a partir da classe social; a partir da região de origem; ou a partir da sexualidade).

Para os alunos de 6º a 8º ano do Ensino Fundamental a discussão partiu de uma reflexão sobre estereótipos e preconceito. Para os alunos do 9º ano à 3ª série do Ensino Médio, a discussão partiu das cotas raciais, passando pela explicação do conceito de raça, discutindo o privilégio branco, a construção de relações étnico-raciais com a garantia de direitos para todos e como ser um cidadão antirracista.