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25/04/2022

Alunos criam performance em homenagem à Semana da Arte Moderna de 1922

Os alunos dos 9° anos do Ensino Fundamental da Unidade Granja Vianna, durante as aulas de Artes da professora Denise Ayres, estudaram a Semana da Arte Moderna de 1922 e tiveram o desafio de criar uma performance para homenagear esse importante acontecimento.

Os alunos conheceram os principais artistas e suas obras e, a partir disso, tiveram que se caracterizar como os personagens desse período, em uma performance coletiva no colégio. Durante toda a encenação, os alunos falavam “Somos modernistas, somos modernistas!” e citavam o nome do artista que estavam interpretando: Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswaldo Goeldi, Zina Aita, Villa Lobos e Victor Brecheret.


As alunas durante atividade para homenagear a "Semana de Arte Moderna"

Na sequência, outros alunos declamaram o poema “Os sapos”, cujos versos fazem uma sátira ao movimento Parnasiano, que precedeu o Modernismo, e foi declamado por Ronald de Carvalho, durante a Semana de Arte Moderna de 1922.

“Os sapos”

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...