Fortalecimento de nossos filhos e alunos para lidar com a questão do uso de drogas lícitas e ilícitas

by Colégio Rio Branco 14. setembro 2017 15:24

Frente aos desafios da prevenção ao uso de drogas, o Colégio Rio Branco promove um ciclo de reflexões sobre o tema, envolvendo toda a comunidade escolar. A ação teve início no Encontro com a Direção realizado nos dias 12 e 14 de setembro, em uma conversa com os pais sobre as ações da escola e o papel dos educadores e das famílias diante do uso de drogas lícitas e ilícitas.

Confira o vídeo sobre o Encontro com a Direção.

Para dar continuidade às reflexões, o Colégio Rio Branco convidou uma referência na área de prevenção ao uso de drogas, o Dr. Anthony Wong, médico pediatra, professor de Toxicologia Clínica e de Farmacovigilância e Chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Saiba mais sobre as palestras com o Dr. Anthony Wong.

Como desenvolver, desde cedo, bons hábitos de estudo?

by Colégio Rio Branco 30. junho 2017 13:21

Como desenvolver, desde cedo, bons hábitos de estudo? Esse é um desafio muito importante para pais e educadores e foi abordado no Encontro com a Direção de junho, conduzido pelas orientadoras de Apoio à Aprendizagem, Juliana Gois, em Higienópolis, e Carla Marquat, na Granja Vianna.

As educadoras apresentaram aos pais diversos aspectos e estudos com base nas neurociências. Do ponto de vista neurobiológico, aprendizagem é a aquisição de novos comportamentos, que resultam em atividade cerebral. O cérebro, portanto, é o órgão da aprendizagem, apesar de não ser o único responsável por ela.

É importante destacar que diferentes habilidades cognitivas, como percepção, atenção, memória, e linguagem estão envolvidas no processo ensino-aprendizagem.

Com vistas ao melhor o desenvolvimento da aprendizagem destacou-se as chamadas "Funções Executivas", base do comportamento intencional. Trata-se de um conjunto de habilidades que, de forma integrada, permitem ao indivíduo direcionar comportamentos a metas, avaliar a eficiência e a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficientes em prol de outras mais eficientes e, desse modo, resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo. Essas habilidades surgem no primeiro ano de vida e se desenvolvem até o final da adolescência.

Vale ressaltar que a motivação é essencial e cabe aos pais e educadores buscarem estratégias que despertem o interesse das crianças e jovens para o aprender. Seguem algumas sugestões:

  • Estimular habilidades como resiliência, curiosidade e perseverança - elas são fundamentais para ser bem sucedido tanto na escola e quanto na vida;
  • Colocar a educação escolar no dia a dia - conversar sobre o que aprendeu naquele dia, sobre os amigos, sobre as atividades. Com os mais velhos, podemos falar sobre as perspectivas para o futuro, como o ingresso no ensino superior;
  • Valorizar o conhecimento, os professores e a aprendizagem - o aluno aprende o valor da educação também quando percebe o quanto isso é importante para a família;
  • Apoiar o protagonismo do aluno - valorizar e acreditar que eles são capazes de realizar o que querem;
  • Ampliar o universo cultural e esportivo – atividades culturais estimulam a curiosidade e o senso crítico.

Aprender mais e melhor também é algo relacionado a outros aspectos importantes, como o acompanhamento do desempenho escolar, o respeito aos diferentes perfis cognitivos, a valorização de desafios e a atenção ao bem-estar, saúde, alimentação e sono.

Assista ao vídeo com as dicas da orientadora Juliana Gois.

Intervenções nos conflitos e construção de valores

by Colégio Rio Branco 29. maio 2017 10:06

Os conflitos são grandes oportunidades para validarmos valores. A afirmação é da doutora na área de Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação, Telma Vinha, que conversou com os pais, professores e convidados durante a edição especial do Encontro com a Direção, realizada nos dias 24 e 25 de maio.

A palestra “Intervenções nos conflitos e construção de valores” apresentou, além de importantes conceitos sobre o desenvolvimento da autonomia moral, dados e exemplos obtidos em diversas pesquisas desenvolvidas pela palestrante.

Telma iniciou a discussão apresentando um importante aspecto da moral: ela se restringe aos atos e não aos sentimentos. Por exemplo, uma pessoa pode sentir raiva ou inveja, mas a moral pode evitar que ela expresse esse sentimento por meio de uma ação de violência, como um tapa.

Em geral, entende-se paz como ausência de conflitos. Esses são parte integrante do desenvolvimento da autonomia moral. Assim como as consequências naturais dos conflitos devem ser experimentadas para favorecer esse processo de desenvolvimento. Conflitos naturais geram consequências próprias dos atos e ambos não devem ser evitados.

No que se refere à gestão de conflitos, há inúmeras possibilidades de crescimento: 

  • são excelentes oportunidades para que pais e educadores trabalhem valores e regras;
  • dão pistas sobre o que as crianças e jovens precisam aprender;
  • preparam crianças e jovens para o futuro: lidar com as amizades, com a mentira, com o medo e muito mais;
  • permitem a regulação dos sentimentos envolvidos e a oportunidade de encontrar soluções.

Aspectos sociais, afetivos e cognitivos

É um desafio para pais e educadores aprenderem a intervir nos conflitos, para favorecer o desenvolvimento da autonomia. Telma Vinha explicou que uma pessoa leva 16 anos, no mínimo, para aprender a regular suas emoções, e apresentou aspectos sociais, afetivos e cognitivos do desenvolvimento das crianças e suas estratégias a partir dos 3 anos de idade até a adolescência.

As crianças de 3 a 6 anos lidam com os conflitos a partir de estratégias momentâneas, impulsivas e irrefletidas, sem considerar os efeitos psicológicos gerados. Esses efeitos somente são identificados por dados observáveis, como um rosto triste ou algo assim. Por isso, as crianças tentam nos fazer rir quando estamos bravos, pois isso significaria o fim do conflito. Além disso, o conflito acaba rápido e não costuma retornar. A criança não tem noção de tempo, por isso, não é interessante que o adulto fique bravo por um longo período.

Com o desenvolvimento, há algumas mudanças. Os efeitos psicológicos passam a ser tão importantes quanto os físicos. As crianças param de brigar pela posse das coisas e passam a brigar pelo controle social. Outra mudança é que começam a aparecer estratégias de resolução de conflitos, embora elas não sejam coerentes com as ações.

Por volta dos 9 anos de idade, os efeitos dos conflitos começam a ser preservados por mais tempo e, na adolescência, iniciam-se as discussões de relacionamento e a ideia de que alguns conflitos podem fortalecer as relações e não enfraquecê-las.

A partir da adolescência, a maior causa de conflitos é a provocação, que une o humor com a agressão, sendo uma expressão muito ambígua, uma forma de controle social e de aproximação. A provocação gera prazer, por isso é tão difícil impedir essa postura.

A pessoa que provoca, geralmente, minimiza o efeito de sua ação, enquanto que o provocado minimiza a dor. O papel dos pais e educadores é apoiar a construção de estratégias de enfrentamento dos conflitos. Dentre elas, ignorar é menos eficaz do que reagir com humor. Vale destacar que o provocador precisa saber que suas ações podem gerar um ambiente tenso, sendo necessária a intervenção quando a provocação se torna excessiva ou até quando é antissocial, causando sentimentos ruins.

A provocação entre irmãos, por exemplo, deve ser tratada pelos pais com a expressão sincera do quanto essas situações deixam o ambiente tenso.

Como uma importante dica, Telma destacou a imensa contribuição das amizades para o desenvolvimento da criança e do jovem, como um fator de proteção e de regulação. Os pais devem estimular essas relações levando os amigos de seus filhos para sua casa, ao cinema e criando oportunidades de interação.

No dia a dia - estratégias

A orientação é não falar pela criança ou pelo jovem para resolver seus conflitos. O papel do adulto é ensiná-los a enfrentar a situação. Telma indicou que, para crianças pequenas, pais e educadores podem falar em seu ouvido frases curtas e com orientações de como elas devem falar ao outro para resolver o conflito, substituindo ações por palavras. Por exemplo, falar ao ouvido da criança: Diga ao seu amigo ‘Você me deixou triste’.

Vale destacar que não se deve tomar partido ou comparar as crianças umas com as outras.

Outra ação é usar a linguagem descritiva. Falar de fatos e sentimentos e não de aspectos de personalidade, focando o problema, pode transformar os conflitos, sem julgamento de valor. Por exemplo:

  • falar “Quando você age dessa forma, você me deixa chateada” é muito melhor do que falar “Você é chato”;
  • falar “Vocês estão saindo e deixando canetas e coisas no chão” gera mais resultado do que falar “Peguem os papeis do chão”.

Para fazer a gestão do conflito é preciso caminhar em direção ao sentimento, reconhecendo e entendendo:

  • “Entendo que os pais de seus amigos permitem que eles cheguem mais tarde e entendo que você também quer chegar mais tarde. Mas, aqui em casa é diferente, pois...”;
  • “Entendo que você não quer ir para a escola nova, sei que não é fácil, sei que pode dar medo, mas estarei com você, estarei te esperando na saída...”.

Perguntas importantes podem apoiar esse processo de gestão de conflitos:

  • Como você se sente a respeito dessa situação?
  • O que você pode fazer da próxima vez?
  • Como podemos resolver esse problema?
  • Você teria alguma ideia para essa situação?

Falta ou excesso de limite

Todos já ouvimos a justificativa de que determinado comportamento de uma criança ou jovem é em razão da falta de limites dados pelos pais. Telma Vinha destacou uma outra forma de avaliar a situação. Segundo ela, o excesso de limites ou até a concentração de regras em coisas que não são essencialmente formadoras podem acabar sendo encaradas pelas crianças e jovens como implicância. Ou seja, a mesma reação para questões de pesos diferentes podem gerar confusão. Por exemplo: ter a mesma reação para uma bagunça no quarto e para uma briga na escola.

Existem as regras convencionais, que são as estabelecidas socialmente, e existem as regras morais, pelas quais vale a pena se posicionar com mais intensidade. Quando a infração do filho ferir a moral, é preciso reagir, é preciso trazer a tona a reflexão para o filho: “O que você deveria ter feito diante disso?”. Embora ele não tenha feito a coisa certa, ele precisa saber o que teria sido correto.

Existem, ainda, as regras inegociáveis: questões relacionadas à saúde e segurança, ao bom estudo e aos princípios. Mesmo sendo inegociáveis, os pais podem dar opções aos filhos, estimulando a autonomia: “prefere passar protetor solar e brincar no sol ou não passar e brincar na sombra?”.

Com o desenvolvimento, é importante passar a envolver os filhos nas negociações para a gestão dos conflitos.

O caminho é o afeto

Telma Vinha destacou que o melhor caminho para a resolução dos conflitos é o afeto. Boas relações são fundamentais para que crianças e jovens tenham a confiança. Assim, é importante criar momentos especiais e exclusivos com os filhos. Às vezes momentos individuais com cada um deles. Relações de qualidade geram vínculo e sentido para se crescer com conflitos.

Saiba mais

Acesse a apresentação de Telma Vinha.

Confira o vídeo com Telma Vinha sobre o Encontro com a Direção Especial.

Família, escola e WhatsApp

by Colégio Rio Branco 31. maio 2016 10:31

Em nosso Encontro com a Direção de maio, conversamos novamente sobre o desafio de educar na era digital. Mas, agora, sob outra perspectiva, mais específica: o WhatsApp.

O uso de tecnologias tem permitido rapidez e eficiência na comunicação com a utilização de várias mídias entre pares ou grupos. Aplicativos como o WhatsApp passam a fazer parte do dia a dia das pessoas, gerando novas possibilidades e, também, diversos desafios.

No âmbito escolar, tem sido prática, por parte de alguns pais de alunos de uma mesma série, o uso de WhatsApp como forma de interação que, embora agilize alguns aspectos da rotina escolar ou social das crianças, traz novas dinâmicas que nem sempre são construtivas, seja para os filhos, seja para a maioria dos pais envolvidos ou até mesmo para a escola.

Como toda oportunidade de interação entre pessoas, esse recurso deve proporcionar um ambiente respeitoso, gratificante e proveitoso, na direção da melhor formação de nossas crianças e jovens.

Para refletirmos sobre esse tema, assistimos ao vídeo da advogada e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro, sobre pais e mães em grupos no WhatsApp. É preciso ter alguns cuidados ao trocar mensagens sobre o dia a dia escolar dos filhos:

  • Tudo que é escrito no WhatsApp está documentado, podendo ser considerado uma prova jurídica;
  • O que está no WhatsApp é público;
  • Não se deve expor, jamais, um menor.

A especialista nos leva a refletir sobre nossas próprias posturas. Quando tratamos algo a respeito de nosso filho com a escola, não fazemos isso em público. Isso se aplica a todas as crianças. E isso deve ser estendido ao mundo digital, sempre. Grupos de pais e mães no WhatsApp podem ser muito úteis, mas não devemos esquecer que existem os canais oficiais da escola para tratar determinados assuntos.

Embora os grupos de WhatsApp surjam com um objetivo específico, na maioria das vezes, acabam se transformando num espaço de múltiplos interesses, perdendo sua proposta original.

A escola e seus profissionais não fazem parte de grupos de pais no WhatsApp. Em algumas oportunidades alguns conteúdos chegam até nós por meio de pais que ficam incomodados ou angustiados com o teor e a forma como certos assuntos estão sendo tratados. Assuntos que se fossem tratados de outra forma, talvez tivessem melhores resultados.

Assim, precisamos ter sempre em mente qual o objetivo do grupo, por que fazemos parte e qual o nosso papel. É importante nos posicionar sempre quando não concordarmos com algum conteúdo, como exposição de crianças e até comentários que podem não ser verdadeiros. Na vida, no dia a dia, cobramos de nossas crianças e jovens o posicionamento e, nesse mesmo sentido, devemos adotar essa postura.

No mundo digital tudo ficou mais rápido, sem dúvida, e até mesmo mais fácil em alguns aspectos. Mas será que estamos deixando de lado o contato direto, por meio de uma ligação ou um encontro?

Temos pressa para resolver as questões, queremos tudo rápido, e abrimos mão do contato humano. Hoje, as crianças já sofrem esse efeito e têm muita dificuldade de avaliar ambientes e entender os sentimentos pessoais e das outras pessoas.

Não há tecnologia que substitua o lugar dos pais e da escola! Nós somos os responsáveis por levar aos nossos filhos os valores e a ética.

Na prática

Vale destacar alguns exemplos práticos de como assuntos devem ser tratados no mundo digital, incluindo o WhatsApp:

  • Compartilhamento de assuntos pessoais referentes ao próprio filho: manter a privacidade dos assuntos, dos alunos e seus familiares continua sendo o melhor caminho para tratar dos desafios que surgem na educação de nossas crianças e jovens;
  • Compartilhamento de assuntos referentes a outras crianças e/ou seus familiares: cada família tem sua dinâmica, seus valores, sua rotina, suas expectativas com relação à escola. São relacionamentos únicos que se estabelecem e que precisam ser respeitados e preservados;
  • Compartilhamento de informações sobre acontecimentos na escola: questões às vezes simples, que deveriam ser resolvidas no âmbito da escola, têm se tornado mais complexas, em função de ruídos de comunicação que muitas vezes surgem nesses grupos. Informações desencontradas ou equivocadas, recortadas de um contexto, circulam com rapidez e despendem uma imensa energia, traduzindo-se em pouco ou nenhum benefício aos envolvidos;
  • Compartilhamento de percepções sobre decisões da escola: A escola é um lugar em que há gente formando gente! Sua rotina complexa e multifacetada necessita ser analisada de maneira cuidadosa para orientar decisões e procedimentos. É fundamental que dúvidas, inquietações e possíveis divergências retornem diretamente para a escola para que possam ser trabalhadas de forma assertiva;
  • Compartilhamento sobre lições e atividades de responsabilidade dos filhos: faz parte da construção da autonomia das crianças e jovens, que eles registrem e tenham responsabilidade sobre seus compromissos. É preciso que pais tenham cuidado para não acabar assumindo papéis que são de seus filhos como estudantes;
  • Uso de palavras inadequadas entre adultos: divergências de opiniões, múltiplas ideias são saudáveis e fazem parte de qualquer grupo. Em alguns momentos surgem conflitos entre pais e percebe-se o desrespeito às regras de civilidade. Formas de tratamento inadequadas acabam ocupando o espaço virtual sendo que, provavelmente, não ocorreriam se as pessoas estivessem conversando frente à frente.

Ideia

Pensando em como poderiam colaborar para que os grupos de WhatsApp pudessem ser melhor aproveitados, várias sugestões de procedimentos foram feitas e surgiu a ideia de pais fazerem um comunicado para os demais pais de nossa escola para sugerir regras de conduta para esses grupos. Pretendemos desenvolver essa ideia!

Ao integrar grupos, devemos sempre pensar sobre qual o benefício que pode trazer para o aluno e a família. Devemos viver, plenamente, a cidadania digital, colocando a tecnologia a serviço da Educação. Afinal, somos nós, os adultos, as grandes referências de nossos filhos e alunos!

Agressividade: impactos, razões e limites

by Colégio Rio Branco 28. abril 2016 11:05

Quais os impactos da agressividade? Qual a origem do comportamento agressivo? Como diferenciar um distúrbio de um comportamento da natureza humana? Como atuar com crianças, jovens e nós mesmos, os adultos, para lidar com comportamentos agressivos?

Falar sobre agressividade é um grande desafio, pois precisamos refletir sobre formas de lidar com a questão junto aos nossos filhos, nossa família e dentro de cada um. Assim, tratamos esse tema no Encontro com a Direção de abril, realizado nos dias 27 e 28.

Para apoiar nossa reflexão, assistimos ao vídeo da Psicóloga Infantil Daniella Freixo de Faria, sobre crianças agressivas.

Segundo ela, as crianças, em seu processo de desenvolvimento, aprendem a lidar com seus desejos e seus sentimentos, e necessitam lidar com a existência do outro e do papel do ‘não’. A raiva pode aparecer quando algum desejo não é atendido e a agressão é uma maneira de comunicar esse sentimento, não de maneira consciente ou intencional, mas como uma resposta natural a um desconforto.

Esse processo faz parte do desenvolvimento, mas os adultos, às vezes, ficam assustados, pensando que é algo daquela criança, ou um problema, ou uma característica. Ao olharmos dessa maneira, podemos tornar essa agressividade, de fato, uma característica, criando um rótulo.

Para Daniella Freixo, quando os adultos sentem dificuldade de impor limites, as crianças se acostumam com os desejos sempre atendidos e quando se frustram sentem muita raiva. Por isso, a aprendizagem do ‘não’ é tão essencial, juntamente com a frustração. Adultos precisam ser tranquilos e firmes, pois quando nossos filhos nos veem assustados, sentem medo também. Quando a criança está em descontrole, ela precisa de contenção.

Agressividade como expressão de sentimento

A raiva e a agressividade são inerentes ao ser humano, são como uma energia vital de enfrentamento de perigos naturais da vida. Uma criança que seja totalmente passiva e calma também precisa ser estimulada.

O desafio está em ensinar a controlar a agressividade, assim como os outros impulsos. A tomada de consciência em relação aos próprios sentimentos deve ser estimulada desde cedo, tendo em vista que sentir raiva não é errado, por si só, e o importante é saber lidar com o sentimento.

Em alguns momentos, projetamos expectativas irreais em relação aos filhos. Sentir raiva faz parte da natureza humana e não devemos agir como se ela não devesse existir. A grande pergunta que devemos fazer aos nossos filhos, crianças e jovens, em momentos de agressividade é: “Está com raiva? Por que se sente assim? O que você vai fazer com esse sentimento?”. E impor limites conforme os valores da família: “Nesta casa não se bate porta, nesta casa não se joga no chão...”. Essa postura leva à aprendizagem, à compreensão sobre o sentimento e à contenção da agressividade.

Vale destacar que existem níveis de agressividade e a sua manifestação pode ocorrer por uma carência afetiva, ciúmes, mudança de humor, mudança de fase de desenvolvimento, alterações hormonais e até timidez.

No ambiente escolar, no grande coletivo, não permitimos a expressão da agressividade sem limites, seja em contato físico ou em agressão verbal. Nesse sentido, regras claras e consequências são necessárias para orientar o comportamento de nossas crianças e jovens.

Evitando rótulos

O importante é substituir a afirmação “a pessoa é agressiva” por “a pessoa está agressiva”.

A reação dos adultos à agressividade dos filhos contribui para incentivar ou desestimular o comportamento em questão. Assim, a criança percebe e descobre que isso pode funcionar para obter suas vontades. Nessa área, há muitos jogos emocionais entre os pais e filhos.

Existe um fantasma que é o medo da frustração e isto é uma armadilha! A frustração é necessária para a sobrevivência. Se queremos preparar pessoas competentes, temos que fazer nossos filhos e alunos enfrentarem suas dificuldades e desafios.

Mundo dos adultos

Sabemos que toda relação humana é permeada de conflitos. Pai e mãe são exemplos e os filhos observam as nossas ações no dia a dia. Por isso, é preciso saber colocar limites na agressividade.

Compreender a raiva não significa aceita-la. Assim, é essencial usar o “não”, sabendo que, mesmo com limites, crianças e jovens irão exercitar a transgressão.

Saber viver os conflitos, regulando a raiva, a frustração e o comportamento agressivo, é uma postura que deve partir dos adultos.

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Falando sobre Bullying

by Colégio Rio Branco 29. fevereiro 2016 09:55

O que é Bullying?

São situações em que um estudante, ou mais, intencionalmente, adota comportamentos agressivos e repetitivos contra outro, em desvantagem de força ou poder, colocando-o sobre tensão e dominação, resultando em danos e sofrimentos, sem motivos evidentes. (Fonte: Cléo Fante)

O que caracteriza o Bullying e o diferencia dos conflitos cotidianos?

Persistência e continuidade das agressões ao mesmo alvo,

Ausência de motivos,

Intenção de causar danos,

Desequilíbrio de poder,

Prejuízos às vitimas.

(Fonte: Cléo Fante)

O tema Bullying é, sem dúvida, complexo e desafiador, sendo necessária uma ampla atenção pela escola e pela família. Assim, em nosso primeiro Encontro com a Direção de 2016, realizado em 24 e 25 de fevereiro, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, tivemos a oportunidade de fazer uma ampla reflexão conjunta.

O assunto foi tratado sob a perspectiva do que é e do que não é Bullying, uma vez que a escola é um espaço coletivo, permeado por conflitos que precisam ser trabalhados a partir das emoções, da empatia, do respeito e da alteridade.

É importante destacar que em 9 de novembro de 2015, foi publicada a Lei nº 13.185, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), entrando em vigor em fevereiro.

Prevenir e atuar

A escola tem atenção constante para os conflitos cotidianos, para poder identificar possíveis ações de bullying e atuar rapidamente. Quando identificado, o bullying é tratado a partir de três perspectivas: a de quem sofre, a de quem pratica e a de quem, de alguma forma, assiste ou incentiva.

No âmbito escolar, acreditamos em um trabalho constante, com foco na conscientização de crianças e jovens:

quanto às consequências do bullying e às responsabilidades de quem pratica;

no fortalecimento de quem sofre o bullying para que saiba enfrentar e lidar com a situação e com as futuras adversidades que a vida lhe apresentará;

com as pessoas que assistem e que acabam sendo coniventes com a situação e precisam saber impedir e não concordar.

Outro aspecto importante é desenvolver a empatia. Ter empatia é saber olhar para o outro, colocando-se no lugar de outra pessoa, na tentativa de entender seus sentimentos e ações, sempre com o cuidado para não fazer julgamentos. Nesse sentido, é essencial saber conviver e respeitar as diferenças. A diversidade está em nossa matriz pedagógica e nossos alunos têm a oportunidade de conviver com o diferente desde pequenos. Exemplo disso é o trabalho desenvolvido entre alunos surdos e ouvintes.

Vale destacar que temos em nossa escola conflitos, naturais das relações entre as pessoas, porém há poucos casos de bullying. Não somos tolerantes com qualquer forma de preconceito e subjugação. No Rio Branco, temos uma experiência cotidiana que não abre espaço para o bullying: na firmeza das consequências, no trabalho pedagógico, na parceria com as famílias.

A forma como as famílias lidam com a questão faz toda a diferença na prevenção de casos de bullying. É preciso que os adultos reflitam sobre suas posturas com os filhos: somos tolerantes demais? estimulamos a resiliência? temos coerência entre nosso discurso e nossas ações?

O tema Bullying é trabalhado com os alunos em todos os segmentos, por meio de livros, filmes, palestras, discussões, entre outras oportunidades no cotidiano. Como um exemplo da amplitude dessa ação, apresentamos o projeto “Stop Motion…Ops!…Stop Bullying!”, que foi destaque no jornal O Estado de São Paulo.

Saiba mais sobre sobre o projeto.