Agressividade: impactos, razões e limites

by Colégio Rio Branco 28. abril 2016 11:05

Quais os impactos da agressividade? Qual a origem do comportamento agressivo? Como diferenciar um distúrbio de um comportamento da natureza humana? Como atuar com crianças, jovens e nós mesmos, os adultos, para lidar com comportamentos agressivos?

Falar sobre agressividade é um grande desafio, pois precisamos refletir sobre formas de lidar com a questão junto aos nossos filhos, nossa família e dentro de cada um. Assim, tratamos esse tema no Encontro com a Direção de abril, realizado nos dias 27 e 28.

Para apoiar nossa reflexão, assistimos ao vídeo da Psicóloga Infantil Daniella Freixo de Faria, sobre crianças agressivas.

Segundo ela, as crianças, em seu processo de desenvolvimento, aprendem a lidar com seus desejos e seus sentimentos, e necessitam lidar com a existência do outro e do papel do ‘não’. A raiva pode aparecer quando algum desejo não é atendido e a agressão é uma maneira de comunicar esse sentimento, não de maneira consciente ou intencional, mas como uma resposta natural a um desconforto.

Esse processo faz parte do desenvolvimento, mas os adultos, às vezes, ficam assustados, pensando que é algo daquela criança, ou um problema, ou uma característica. Ao olharmos dessa maneira, podemos tornar essa agressividade, de fato, uma característica, criando um rótulo.

Para Daniella Freixo, quando os adultos sentem dificuldade de impor limites, as crianças se acostumam com os desejos sempre atendidos e quando se frustram sentem muita raiva. Por isso, a aprendizagem do ‘não’ é tão essencial, juntamente com a frustração. Adultos precisam ser tranquilos e firmes, pois quando nossos filhos nos veem assustados, sentem medo também. Quando a criança está em descontrole, ela precisa de contenção.

Agressividade como expressão de sentimento

A raiva e a agressividade são inerentes ao ser humano, são como uma energia vital de enfrentamento de perigos naturais da vida. Uma criança que seja totalmente passiva e calma também precisa ser estimulada.

O desafio está em ensinar a controlar a agressividade, assim como os outros impulsos. A tomada de consciência em relação aos próprios sentimentos deve ser estimulada desde cedo, tendo em vista que sentir raiva não é errado, por si só, e o importante é saber lidar com o sentimento.

Em alguns momentos, projetamos expectativas irreais em relação aos filhos. Sentir raiva faz parte da natureza humana e não devemos agir como se ela não devesse existir. A grande pergunta que devemos fazer aos nossos filhos, crianças e jovens, em momentos de agressividade é: “Está com raiva? Por que se sente assim? O que você vai fazer com esse sentimento?”. E impor limites conforme os valores da família: “Nesta casa não se bate porta, nesta casa não se joga no chão...”. Essa postura leva à aprendizagem, à compreensão sobre o sentimento e à contenção da agressividade.

Vale destacar que existem níveis de agressividade e a sua manifestação pode ocorrer por uma carência afetiva, ciúmes, mudança de humor, mudança de fase de desenvolvimento, alterações hormonais e até timidez.

No ambiente escolar, no grande coletivo, não permitimos a expressão da agressividade sem limites, seja em contato físico ou em agressão verbal. Nesse sentido, regras claras e consequências são necessárias para orientar o comportamento de nossas crianças e jovens.

Evitando rótulos

O importante é substituir a afirmação “a pessoa é agressiva” por “a pessoa está agressiva”.

A reação dos adultos à agressividade dos filhos contribui para incentivar ou desestimular o comportamento em questão. Assim, a criança percebe e descobre que isso pode funcionar para obter suas vontades. Nessa área, há muitos jogos emocionais entre os pais e filhos.

Existe um fantasma que é o medo da frustração e isto é uma armadilha! A frustração é necessária para a sobrevivência. Se queremos preparar pessoas competentes, temos que fazer nossos filhos e alunos enfrentarem suas dificuldades e desafios.

Mundo dos adultos

Sabemos que toda relação humana é permeada de conflitos. Pai e mãe são exemplos e os filhos observam as nossas ações no dia a dia. Por isso, é preciso saber colocar limites na agressividade.

Compreender a raiva não significa aceita-la. Assim, é essencial usar o “não”, sabendo que, mesmo com limites, crianças e jovens irão exercitar a transgressão.

Saber viver os conflitos, regulando a raiva, a frustração e o comportamento agressivo, é uma postura que deve partir dos adultos.

Saiba mais

My philosophy for a happy life - Sam Berns

Confira a história de Sam Bernes, um jovem que tem muito mais do que projetos de vida. Muito além de sua rara doença, é um jovem que tem uma atitude positiva diante da vida e de seus desafios.

Criança vê, criança faz

Somos modelos para nossas crianças e jovens. Por isso, precisamos ser a referência. Assista.

Agressivo, passivo ou assertivo?

Conheça as formas como as pessoas se comunicam e seus estilos.

Para desenvolver a determinação em nossas crianças e jovens

by Colégio Rio Branco 31. março 2016 18:15

Como desenvolver a determinação em nossas crianças e jovens para que possam buscar seus objetivos? Para buscar respostas a essa importante questão, estivemos reunidos no Encontro com a Direção, nos dias 30 e 31 de março.

Nossa conversa foi inspirada por uma TED Talk com Angela Lee Duckworth, que fala sobre a determinação ou “Grit”, em inglês, e seu impacto no sucesso das pessoas. Em português, "Grit" estaria mais próximo do significado de garra.

Segundo ela, paixão e perseverança são fundamentais para a determinação, além do trabalho contínuo para transformar sonhos em realidade. É essencial reunir as melhores ideias e as mais fortes intuições e colocá-las em teste, tendo sempre em mente que falhar não é uma condição permanente, enfrentando o fato de que, se falharmos, podemos começar outra vez, aprendendo com as diversas circunstâncias. Confira.

Valorização da determinação

O que faz as pessoas buscarem com toda a energia seus objetivos? O que faz as pessoas terem sucesso? A partir dessas reflexões, apresentamos nossas visões pessoais sobre o que é ter sucesso, tendo em vista que ser bem sucedido depende da meta de cada um. O que deve ser algo comum é a energia que dedicamos para atingir os objetivos.

Para nossas crianças e jovens somos referência sobre valores, metas e sucesso. Sem dúvida, valorizar e estimular os talentos múltiplos é importante, mas é preciso saber que muitas vezes o talento é desperdiçado, pois não há um projeto concreto ou a definição de um caminho a ser percorrido.

Outro desafio é a questão do tempo, pois vivemos em um mundo em que todos querem que as conquistas e a realização dos desejos sejam rápidas e instantâneas. Assim, a palavra ‘esforço’ é muito importante no dia a dia, apoiando os planos a curto, médio e longo prazo.

Na escola

Desde o Ensino Fundamental II, trabalhamos com as crianças com a ideia de projeto de vida, ensinando os alunos a elaborarem metas e traçarem objetivos. Outro trabalho é a Mentoria, que oferece um apoio especial às crianças e jovens no desenvolvimento de seus planos.

No Colégio Rio Branco, acreditamos na diversidade, pois vivemos e viveremos, em todos os âmbitos de nossas vidas, na diversidade. Essa vivência é a condição que damos para que nossos alunos sejam competentes em qualquer lugar.

A escola quer formar pessoas plenas, solidárias, éticas e preocupadas com a sociedade. Por isso, o estímulo ao desenvolvimento das competências não cognitivas, como disciplina, criatividade, colaboração, trabalho em equipe, é tão importante quanto a busca por resultados acadêmicos.

O poder do "Ainda"

Sofrimentos, decepções e frustrações fazem parte do processo de desenvolvimento das pessoas e precisamos lidar com essas questões quando elas ocorrem com nossas crianças e jovens. É importante acreditar que os filhos são mais fortes do que imaginamos e colocá-los sempre na zona de conforto pode não ser a melhor forma de estimular a determinação.

Em mais uma referência para nossas discussões, a pesquisadora Carol Dweck fala sobre a Mentalidade do Crescimento, ou “Grouth Mindset”, que coloca o foco na perspectiva do “ainda”, como uma valorização do trajeto percorrido com esforço e dedicação. Quando falamos para nossas crianças e jovens algo como “você AINDA não chegou lá” ou “você AINDA não atingiu suas metas”, conseguimos contribuir para o fortalecimento do processo de formação da determinação.

Assim, a pesquisadora fala da importância do elogio com sabedoria e significado. Para formar crianças mais corajosas e resilientes, é necessário elogiar o esforço, a estratégia, o foco, a perseverança e o aperfeiçoamento. Veja.

Construção no dia a dia

Hoje, quando recebemos uma criança de um ano e meio para o Minimaternal, sabemos que ela terminará o Ensino Médio em 2032. Como estará o mundo? Como será o mercado de trabalho? Não sabemos responder ao certo. Por isso, temos o dever de, juntos, família e escola, formar e preparar os cidadãos para esse futuro.

A construção da determinação é algo que ocorre no dia a dia. As experiências cotidianas, a rotina e as referências que oferecemos são essenciais nesse processo.

 

Confira o depoimento da mãe riobranquina Juliana Kaufmann

Como sempre o momento do Encontro com a Direção é muito gostoso, mas infelizmente um tanto curto para chegarmos à uma conclusão sobre o tema. Mesmo assim, eu sempre tiro proveito do que recebo de informação e troca de experiências!

Me desculpem por ocupar vosso tempo! Eu passei o dia filosofando sobre o assunto e gostaria de expor ou compartilhar um pouco dos meus pensamentos com vocês. Hoje, nós falamos sobre: Determinação ou Garra e de Mentalidade do Crescimento.

Um colega citou que: a personalidade do indivíduo é um ponto chave para a determinação, ou seja, pessoas nascem com essa qualidade ou não. Mas, também podemos obter condições externas para sermos determinados! Nossa família, nossa condição econômica, a sociedade em que vivemos... a escola que nos forma e educa.

Há uma série de fatores que levam uma pessoa ser ou ter mais Garra que outra. Também, existem momentos na vida que nos levam a tal situação, motivação ou desmotivação!

Falamos que: as pessoas que têm menores condições socioeconômicas, de um modo geral têm mais Força para conquistar seus objetivos, do que as pessoas que têm tudo. Desculpe, mas eu discordo um pouco: acho que depende muito do valor que se dá às coisas da vida!! O que traz felicidade!! Tem muita gente pobre que continua na pobreza e tem muita gente rica que valoriza o que tem e possui bastante motivação para a vida, para realizar sonhos e conquistar ideais!!

O que nos faz ir em frente sempre? Acho que a emoção. Mais do que a razão, nossa Emoção está acima de tudo. Quem tem uma boa autoestima tem mais firmeza e confiança em si, para ir além, para conquistar!!

Agora, como estimular ou fazer desabrochar tudo isso em quem não nasceu assim, ou naquele que não tem ou não teve estímulos e condições para ser Determinado ou ter Garra?

A história de vida de cada um, os acertos e erros, as conquistas e derrotas, tudo conta para a Mentalidade do Crescimento. Penso, também, que Garra ou Determinação não definem a Felicidade, pois há pessoas felizes que são pacatas, tranquilas, serenas ou simples... e são felizes assim.

Outros que são Determinados e que tem Garra, pelo fato de estarem sempre buscando mais, e quando não conseguem conquistar seus objetivos, podem tornar-se depressivos...

Enfim, é um assunto que não se fecha, ou não se conclui, pois tem os mistérios que o ser humano carrega... não somos exatos como a matemática...!!!

Um beijo e um abraço,

Juliana

Falando sobre Bullying

by Colégio Rio Branco 29. fevereiro 2016 09:55

O que é Bullying?

São situações em que um estudante, ou mais, intencionalmente, adota comportamentos agressivos e repetitivos contra outro, em desvantagem de força ou poder, colocando-o sobre tensão e dominação, resultando em danos e sofrimentos, sem motivos evidentes. (Fonte: Cléo Fante)

O que caracteriza o Bullying e o diferencia dos conflitos cotidianos?

Persistência e continuidade das agressões ao mesmo alvo,

Ausência de motivos,

Intenção de causar danos,

Desequilíbrio de poder,

Prejuízos às vitimas.

(Fonte: Cléo Fante)

O tema Bullying é, sem dúvida, complexo e desafiador, sendo necessária uma ampla atenção pela escola e pela família. Assim, em nosso primeiro Encontro com a Direção de 2016, realizado em 24 e 25 de fevereiro, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, tivemos a oportunidade de fazer uma ampla reflexão conjunta.

O assunto foi tratado sob a perspectiva do que é e do que não é Bullying, uma vez que a escola é um espaço coletivo, permeado por conflitos que precisam ser trabalhados a partir das emoções, da empatia, do respeito e da alteridade.

É importante destacar que em 9 de novembro de 2015, foi publicada a Lei nº 13.185, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), entrando em vigor em fevereiro.

Prevenir e atuar

A escola tem atenção constante para os conflitos cotidianos, para poder identificar possíveis ações de bullying e atuar rapidamente. Quando identificado, o bullying é tratado a partir de três perspectivas: a de quem sofre, a de quem pratica e a de quem, de alguma forma, assiste ou incentiva.

No âmbito escolar, acreditamos em um trabalho constante, com foco na conscientização de crianças e jovens:

quanto às consequências do bullying e às responsabilidades de quem pratica;

no fortalecimento de quem sofre o bullying para que saiba enfrentar e lidar com a situação e com as futuras adversidades que a vida lhe apresentará;

com as pessoas que assistem e que acabam sendo coniventes com a situação e precisam saber impedir e não concordar.

Outro aspecto importante é desenvolver a empatia. Ter empatia é saber olhar para o outro, colocando-se no lugar de outra pessoa, na tentativa de entender seus sentimentos e ações, sempre com o cuidado para não fazer julgamentos. Nesse sentido, é essencial saber conviver e respeitar as diferenças. A diversidade está em nossa matriz pedagógica e nossos alunos têm a oportunidade de conviver com o diferente desde pequenos. Exemplo disso é o trabalho desenvolvido entre alunos surdos e ouvintes.

Vale destacar que temos em nossa escola conflitos, naturais das relações entre as pessoas, porém há poucos casos de bullying. Não somos tolerantes com qualquer forma de preconceito e subjugação. No Rio Branco, temos uma experiência cotidiana que não abre espaço para o bullying: na firmeza das consequências, no trabalho pedagógico, na parceria com as famílias.

A forma como as famílias lidam com a questão faz toda a diferença na prevenção de casos de bullying. É preciso que os adultos reflitam sobre suas posturas com os filhos: somos tolerantes demais? estimulamos a resiliência? temos coerência entre nosso discurso e nossas ações?

O tema Bullying é trabalhado com os alunos em todos os segmentos, por meio de livros, filmes, palestras, discussões, entre outras oportunidades no cotidiano. Como um exemplo da amplitude dessa ação, apresentamos o projeto “Stop Motion…Ops!…Stop Bullying!”, que foi destaque no jornal O Estado de São Paulo.

Saiba mais sobre sobre o projeto.

Encontro com a Direção abordará o tema Bullying

by Colégio Rio Branco 12. fevereiro 2016 11:53

Queridos Pais,

Sejam bem-vindos ao nosso já tradicional Encontro com a Direção! Esse é um momento que nasceu da necessidade de pais se reunirem e refletirem sobre educação. Juntos, escola e família se debruçam sobre temas complexos e desafiadores, sem pretensão de esgotá-los.  Dessa forma, todos crescem como pessoas e como educadores. Assim, toda última quarta-feira do mês, na Unidade Granja Vianna, e toda última quinta-feira do mês, na Unidade Higienópolis, ocorrem as reuniões, no início da manhã.

Sabendo das agendas atribuladas de todos, oferecemos o blog do Encontro com a Direção, onde registramos nossas ideias, postamos materiais sobre o assunto, enfim, continuamos nossa conversa.

Para o primeiro encontro deste ano, gostaríamos de retomar um tema já trabalhado: a questão do Bullying.

Em 9 de novembro de 2015, foi publicada a Lei nº 13.185 que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), que entrou em vigor em fevereiro. Temos, portanto, uma ótima oportunidade para refletir sobre o assunto, aprofundar como escola e família podem prevenir e atuar nos casos de Bullying, e tratar o assunto sob a perspectiva do que é e do que não é Bullying, uma vez que a escola é um espaço coletivo, permeado por conflitos que precisam ser trabalhados sob a perspectiva das emoções, da empatia, do respeito e da alteridade.

Sugerimos, como preparo para nossa conversa, a leitura da postagem do Blog Encontro com a Direção sobre o assunto: Bullying: O que é? Como acontece? Como atuar nessa situação?. Nesse espaço, há, também, a indicação de alguns materiais.

Também os convidamos a postar no Blog suas ideias sobre o assunto, procurando trazer como, no dia-a-dia, família e escola podem ter atitudes que previnem ou que reforçam o Bullying.

Será um prazer contar com suas reflexões e com sua presença para essa e para as demais reuniões, conforme calendário anual.

Esperamos por vocês!

Clique aqui para confirmar sua presença.

24/02 – Unidade Granja Vianna (das 7h30 às 9h15) – Prédio das Faculdades Integradas Rio Branco

25/02 – Unidade Higienópolis (das 7h30 às 9h15)  – Sala 101 – 1º andar

 

Grande abraço e até lá!

 

Esther Carvalho

Diretora-Geral 

Área temática: Bullying

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Rio Branco: presente e futuro

by Colégio Rio Branco 5. dezembro 2015 13:45

No último Encontro com a Direção, realizado nos dias 25 e 26 de novembro, pudemos, juntos, refletir sobre o aprimoramento da escola. Assim, valorizamos o que há de mais importante em nossas reuniões: o respeito, o compartilhamento e a sintonia entre os pais e a escola.

Atuamos, sempre, em parceria com as famílias e o retorno dos pais sobre o trabalho escolar é fundamental, indicando caminhos e oferecendo olhares diferenciados.

Tivemos a oportunidade de avaliar as diversas esferas de nosso trabalho. Os pais, divididos em grupos, apresentaram visões sobre a proposta pedagógica, trabalho curricular, atividades extracurriculares, período integral, infraestrutura, entre outros temas.

Sugestões e apontamentos foram levantados e serão avaliados com todo o cuidado. A construção de uma escola cada vez melhor se faz no dia a dia, envolvendo alunos, famílias e professores.

As atividades extracurriculares são essenciais para a formação das crianças e jovens, despertando talentos e habilidades múltiplas. Todas as atividades são pensadas dentro de um projeto de desenvolvimento pedagógico e a escola verifica a demanda de cada uma delas. Sugestões muito importantes foram colocadas, como a promoção de campeonatos esportivos internos e externos, estimulando a competição saudável e a integração entre alunos; o aproveitamento dos alunos com foco em cada modalidade esportiva; reavaliação da demanda, para oferecer mais vagas nas atividades mais procuradas e estimular a participação nas ações menos procuradas. Os pais destacaram a divulgação de detalhes de cada atividade para que a escolha possa ser mais assertiva.

O Colégio Rio Branco valoriza a diversidade e, ao mesmo tempo, atua para a conquista e manutenção dos resultados acadêmicos. Os pais reforçaram a importância de assuntos da atualidade sempre serem abordados de maneira interdisciplinar. A criação de mais espaços de debates em sala de aula e o papel do professor no envolvimento dos alunos também foram aspectos destacados. Outra sugestão foi a divulgação para pais e alunos do plano de aula de maneira antecipada, favorecendo o planejamento e a atuação dos pais junto aos filhos.

A partir de um cuidado contínuo, o Colégio Rio Branco está sempre atento aos ambientes de aprendizagem. Todas as sugestões sobre o melhor aproveitamento dos espaços da escola serão avaliadas.

Dessa forma, pudemos encerrar o ano de 2015 de uma maneira especial, compartilhando ideias e avaliando a nossa escola do presente e do futuro. O aprimoramento de nosso trabalho fica ainda mais valioso a partir de um olhar compartilhado!

Agradecemos a todas as famílias pela honra de dividir o sonho de educar seus filhos, nossos alunos.

A formação de valores e a construção da autonomia moral de nossos filhos e alunos

by Colégio Rio Branco 16. novembro 2015 13:38

Em nosso Encontro com a Direção do mês de outubro, realizado nos dias 28 e 29, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, discutimos o tema “A formação de valores e a construção da autonomia moral de nossos filhos e alunos”.

Nossa conversa foi inspirada no vídeo Formação de Valores e no artigo “A construção da autonomia: uma conquista para toda a vida”, de Telma Vinha, pedagoga, doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.

As pessoas enfrentam, a todo o tempo, dilemas morais e éticos e tomam atitudes diferentes diante das mesmas situações. Por que isso ocorre?

Para a educadora, é preciso ter conhecimento sobre as regras, o que deve e o que não deve ser feito diante das situações. Muitas vezes esse conhecimento não gera a ação. O que faz com que uma regra seja efetiva é a afetividade nela envolvida. O afeto faz com que as pessoas tenham valores.

A construção da autonomia moral se dá na interação, pois o ser humano é social. Jean Piaget, estudioso da psicologia infantil, diz que a criança nasce em estado de anomia, que é a ausência total de regras. Na idade até os 3 anos, a criança é voltada para suas necessidades básicas individuais. Dos 3 aos 8 anos de idade, a criança vive em estado de heteronomia, ou seja as regras e sanções veem de fora para dentro. Na autonomia, as regras e os valores estão incorporados ao indivíduo, não sendo, em situação ideal, necessárias sanções. A autonomia é adquirida quando as normas foram compreendidas e absorvidas. Existem diferentes níveis de hetoronomia e autonomia, inclusive no mundo adulto.

Coerência nas ações do dia a dia

Para dar significado às regras e princípios, fazendo com que se tornem valores, nós adultos precisamos criar mecanismos para que crianças ganhem, aos poucos, consciência de seus atos. Vale lembrar que quanto mais a pessoa entende que faz parte de um conjunto, de uma comunidade, de uma sociedade, mais se expressa a autonomia.

Essa trajetória não se estabelece apenas com o discurso. Não apenas falamos de ética e respeito, mas devemos viver situações que sirvam como exemplo para nossas crianças e jovens.

Educar é um exercício sem receita, vivido no dia a dia em família e na escola. Muito mais do que ser uma pessoa educada, é preciso formar pessoas que reconheçam a importância do outro.

Dar autonomia aos nossos filhos é permitir que eles assumam as consequências de seus atos. Ter autonomia é saber escolher e ter responsabilidade.

Coerência e constância nas ações e nas palavras. Essa é a grande resposta aos pais que querem dar bons exemplos aos filhos na construção da autonomia moral.

Como a escola trabalha a construção da autonomia

No Colégio Rio Branco, estimulamos em nossos alunos a ideia de projeto de vida. Nosso objetivo é fazer com que as crianças e jovens atuem para desenvolver projetos, criando metas de curto prazo, tendo em vista que pequenas metas se transformam em grandes realizações.

Entendemos que os alunos podem exercitar suas escolhas no espaço das atividades extracurriculares e dos módulos eletivos, que exploram o protagonismo, a criatividade, a inovação e as habilidades artísticas e corporais.

A afetividade é colocada em todas as ações do cotidiano, estimulando a reflexão e a compreensão das atitudes, dos sentimentos e das relações com o grupo.

Escolhas e consequências são vividas o tempo todo como elementos formadores de nossas crianças e jovens. Procuramos ensiná-los a fazer escolhas certas e a assumir as consequências de seus atos. Sanções eventualmente impostas vêm no sentido de fazê-los perceber, num universo coletivo, o quanto os atos individuais impactam no coletivo. É um grande aprendizado entre todos.

Como instituição ligada ao PEA - Programa de Escola Associadas da Unesco, o Colégio Rio Branco segue uma agenda que tem por princípio que a guerra está, principalmente, na cabeça das pessoas e, por meio da Educação, é que se pode desenvolver uma cultura de paz. Ações cotidianas, projetos e reflexões no ambiente escolar vão, gradualmente, contribuindo para a construção da autonomia moral e para a consolidação de valores sintonizados com a vida humana, com a preservação do meio ambiente e com a solidariedade.