Crianças de castigo: uma reflexão sobre o tema

Compreender como estabelecer limites de forma saudável é importante para evitar práticas punitivas que não favorecem o desenvolvimento infantil

A definição de limites é um pilar fundamental para a formação das crianças, já que eles influenciam no desenvolvimento emocional e na habilidade de conviver em sociedade. Nesse processo, pais, mães e responsáveis têm papel essencial como mediadores de conversas e como exemplos a serem seguidos pelos mais novos.

Káthia Kobal, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental da unidade Granja Vianna do Colégio Rio Branco, diz que há um comportamento social que a família ensina seus filhos, por meio do diálogo, da compreensão e de modelos de boa educação e referência diante das situações cotidianas. Para elas, os limites devem ser construídos com base no diálogo e na reflexão mútua.

No entanto, a maneira como esses limites são aplicados pode ter impactos profundos na formação do caráter e na saúde mental dos pequenos. Muitas famílias ainda recorrem ao castigo como ferramenta de disciplina. Mas será que essa prática realmente ajuda a construir uma relação saudável e compreensiva entre pais e filhos? 

Impactos do castigo para as crianças

A especialista considera que o castigo pode não ser a forma mais adequada para trabalhar limites com as crianças. “O castigo não leva à reflexão, à compreensão do que é ou não adequado. Ele é uma forma de ‘punição’ que muitas vezes propõe a ‘troca’ de um bom comportamento por algo que a criança gosta e vai ficar sem ou um espaço que a exclui”. Ou seja, não há conexão entre um procedimento que deveria ser de diálogo com o outro que é punitivo. “Não há sentido no castigo como trabalho de limites.”

São vários os impactos que o castigo pode provocar na saúde mental e emocional das crianças, como:

Além disso, as ameaças de castigo não cumpridas são ainda mais prejudiciais. “Nossos exemplos dizem mais do que nossas palavras”, afirma a coordenadora. “E o combinado não realizado é pior ainda, pois cai em descrédito”. O responsável que faz promessas nunca cumpridas também deixa de ser referência, não sendo validado em suas futuras ações.

Como colocar limites de forma saudável 

De acordo com Káthia, a primeira ação dos pais deve ser deixar claro os combinados e as regras, em linguagem simples. Se a criança descumprir a regra ou o combinado, o responsável deve conversar com ela de maneira respeitosa. “Com a voz no tom baixo, calma”, explica a coordenadora. "O adulto deve ficar na altura da criança, olho no olho, e retomar imediatamente o que aconteceu de forma objetiva e serena.”

Quanto mais velha a criança e, futuramente, o adolescente, as conversas devem ser cada vez mais contínuas, dialogando e refletindo sobre as ações. “As relações, quando crianças, são impostas pela autoridade, mas são conservadas e prosseguidas com amor e companheirismo com as conquistas diárias de diálogo. Os pais são a melhor e a maior referência na vida do filho, e a relação saudável deve ser o maior investimento.”

Para ela, o essencial é o respeito, a escuta ativa, o amor e a transparência dos atos. “É mostrar que todos estamos sujeitos a errar, seja criança ou adulto. É reconhecer e ter a oportunidade de fazer novamente, sem julgamento, críticas severas ou desconfortos maiores”, continua. “Isso traz leveza para a vida e para as relações.”


#BlogDoRioBranco - Crianças de castigo: uma reflexão sobre o tema

Compreender como estabelecer limites de forma saudável é importante para evitar práticas punitivas que não favorecem o desenvolvimento infantil.

Leia mais sobre o assunto:
#ColégioRioBranco #SomosFeitosDeReflexão #BlogDoRioBranco

Comentar