Não há um caminho único na hora de tratar sobre o assunto, mas sinceridade, clareza, disponibilidade e acolhimento podem tornar o processo mais leve
A morte é um assunto delicado, mas que faz parte da vida. Por isso, abordar o luto com as crianças é essencial para o seu desenvolvimento e amadurecimento. Elas devem se sentir acolhidas para que possam expressar suas emoções, fazer perguntas, construir resiliência e ter uma compreensão saudável sobre a vida e a morte.
“Se para muitos falar sobre morte ainda é um tabu, sabemos que esta é a única certeza da vida. A perda de familiares, pessoas conhecidas, queridas ou próximas é sentida por todos, inclusive pelas crianças”, diz a psicóloga e psicopedagoga Juliana Gois, orientadora educacional de apoio à aprendizagem do Colégio Rio Branco.
“Ouvir e estar atento, acolher e amparar, acompanhar e orientar, bem como transmitir segurança sem negar a existência dos riscos e perigos, são princípios básicos para todos que lidam com crianças no dia a dia”, complementa.
Como abordar o tema
Segundo Juliana, que também é especialista em Neuropsicologia e mestre em Neurociência, assim como não é preciso propor esse assunto, também não há motivos para fugir dele. “O tema pode surgir pela perda de alguém próximo, mas também pode vir à tona por outros percursos: uma notícia que chegou até a criança, um colega da turma que está passando por uma fase de luto ou mesmo pela perda de um animal de estimação.”
Ela explica que não há um caminho único na hora de tratar do assunto. A forma encontrada por cada família costuma estar associada a aspectos culturais, valores pessoais ou experiências prévias. “O ideal é tentar lidar com a temática de maneira serena e natural”, aponta.
Apesar da dificuldade em iniciar e conduzir conversas como essa, sinceridade, clareza, disponibilidade, carinho e acolhimento podem tornar o processo mais leve. Ela compartilha outras orientações:
- não é preciso e nem recomendado oferecer detalhes, mas responder de forma simples aos questionamentos da criança;
- caso você não tenha o que dizer, é pertinente dividir com a criança que você também não tem uma resposta para aquela pergunta;
- compartilhar as memórias como elas pode ajudar na ressignificação do luto.
Elaborando o luto
Como recurso para elaborar o luto, a orientadora indica mostrar o ciclo de vida de uma planta, conversar, contar histórias e sugerir que a criança escreva ou desenhe o que está sentindo. “E, principalmente, reforçar que, apesar das perdas, quem fica pode seguir em frente carregando consigo algo especial, as lembranças deixadas por quem partiu.”
Para Juliana, lidar com tristeza, dor, frustração e luto são vivências inevitáveis em todas as fases da vida. “Se, por um lado, sabemos que morrer envolve muitas dúvidas, por outro, temos conosco a certeza de que alguns momentos ficarão sempre guardados dentro de nós”, ressalta.
Leia também:
#BlogDoRioBranco - Como e quando falar sobre luto com as crianças.
Não há um caminho único na hora de tratar sobre o assunto, mas sinceridade, clareza, disponibilidade e acolhimento podem tornar o processo mais leve.
Acesse o conteúdo completo em:
#ColégioRioBranco #SomosFeitosDeReflexão #BlogDoRioBranco