Obras abordam diferentes aspectos dos direitos humanos, temática fundamental para a redação, e enriquecem o repertório sociocultural dos estudantes
Assistir a determinados filmes pode ser uma boa estratégia para se preparar para o Enem e vestibulares, especialmente para a prova de redação. Isso porque eles ampliam o repertório sociocultural e ajudam no desenvolvimento de habilidades como análise crítica e capacidade de interpretação.
Viviane Carrijo, professora de Língua Portuguesa do Colégio Rio Branco, explica que a proposta de redação do Enem exige do participante a capacidade de articular conceitos e informações de diferentes áreas do conhecimento na sustentação do seu ponto de vista. “O repertório sociocultural é avaliado na competência 2, que destaca a importância de compreender a proposta e desenvolver o tema com argumentação consistente e domínio do texto dissertativo-argumentativo. Para isso, é crucial que o estudante possua um repertório sociocultural legitimado e produtivo”, afirma.
Ampliando o repertório sociocultural
Segundo ela, esse repertório enriquece a argumentação e mostra que o participante soube fazer associações reflexivas e críticas entre o tema proposto e os conhecimentos adquiridos ao longo de sua trajetória. Ela cita como exemplos de repertório informações, fatos, citações, conceitos, experiências pessoais e referências a autores, obras e notícias.
A presença de um repertório sólido e diversificado também demonstra que o estudante está atento aos acontecimentos ao seu redor e permite que ele vá além dos textos motivadores da prova. Esse diferencial é valorizado na avaliação e evita a penalização por recorrer excessivamente a cópias dos textos fornecidos. “Ao desenvolver um repertório sociocultural, o estudante amplia sua visão de mundo, se prepara para construir argumentos originais e bem fundamentados e demonstra que possui um conhecimento abrangente e atualizado, o que é essencial para alcançar um excelente desempenho na redação do Enem”, destaca.
Pensamento crítico
Além de contribuir para a formação do repertório sociocultural, o consumo de filmes pode favorecer o desenvolvimento de outras habilidades. Isso porque o cinema, mais do que uma forma de entretenimento, é um meio poderoso para transmitir ideias, abordar questões sociais e promover reflexões sobre a realidade.
Viviane observa que muitas produções cinematográficas apresentam narrativas que facilitam debates sobre diversos assuntos, enquanto outras permitem que o espectador construa suas próprias conclusões, o que estimula o pensamento crítico. Ela dá um exemplo: quando um filme aborda questões complexas e dilemas morais, os estudantes são incentivados a refletir sobre diferentes perspectivas, compreender as ações dos personagens e considerar as consequências de suas escolhas. “Esse processo ajuda a desenvolver a análise crítica, pois exige que sejam avaliados diferentes pontos de vista, de modo que argumentos sejam selecionados e bem fundamentados”.
Empatia e capacidade de expressão
Ela lembra ainda que o cinema promove a exposição a diferentes culturas, histórias e experiências de vida, o que estimula a empatia e a tolerância. “Ao se depararem com realidades distintas, os estudantes aprimoram sua capacidade de interpretar e analisar contextos culturais, históricos e sociais.”
A análise de filmes, portanto, impulsiona a criatividade e a capacidade de expressão dos estudantes. “Eles são inspirados a criar suas próprias narrativas e a desenvolver redações reflexivas, o que fortalece a capacidade de síntese ao organizar e expressar ideias de forma clara e coerente”, finaliza.
5 filmes que vale a pena assistir
Viviane sugere cinco obras que abordam diferentes aspectos dos direitos humanos, temática fundamental para a redação. Elas trazem exemplos de questões sociais, históricas e humanas que frequentemente aparecem nas propostas de redação do Enem. Confira:
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A Onda (2008)
O filme mostra como um experimento em sala de aula pode rapidamente se transformar em um regime totalitário. Ele explora o perigo do autoritarismo e a facilidade com que as liberdades podem ser suprimidas, ajudando a entender os riscos do extremismo e a importância da democracia e do respeito aos direitos individuais.
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Os Miseráveis (2012)
Baseado na obra clássica de Victor Hugo, o filme segue a vida de Jean Valjean e sua luta contra a injustiça e a opressão social. É uma excelente referência para discutir temas como desigualdade, pobreza e a busca por justiça, questões muito presentes nas provas do Enem.
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Harriet (2019)
Esta cinebiografia retrata a vida da ativista abolicionista Harriet Tubman e sua luta pela liberdade e pelos direitos civis nos Estados Unidos. O filme é uma ótima forma de compreender o impacto do racismo e da escravidão, além de mostrar a importância da resistência e da busca por igualdade de direitos.
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Cafarnaum (2018)
O longa dirigido por Nadine Labaki conta a história de um menino de 12 anos que luta para sobreviver em meio a um cenário de violência e crise humanitária em Beirute. O filme aborda a questão dos direitos básicos das crianças e a necessidade de garantir condições mínimas de sobrevivência para todos, pontos relevantes para discutir desigualdade social e direitos humanos.
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Marighella (2019)
A cinebiografia de Carlos Marighella, dirigida por Wagner Moura, trata da luta contra a ditadura militar no Brasil, racismo e direitos humanos. É um filme importante para compreender a história do Brasil e os desafios enfrentados por quem luta pela liberdade e pelos direitos civis.
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