Qual é a importância das amizades na infância?

Os vínculos na infância fortalecem o desenvolvimento socioemocional e consolidam uma base sólida de amparo para momentos difíceis

Os laços de amizade formados ainda na infância fortalecem a autoestima, a criatividade e a segurança do indivíduo, com impactos que serão sentidos durante toda a vida. É por meio dessas relações que as crianças aprendem a conviver, ceder, dividir, usar o diálogo, expressar seus sentimentos e, não menos importante, colocar-se no lugar do outro.

“Um amigo oferecerá ao outro o que tem de melhor. Na convivência, aos poucos as preferências e identidades vão se fortalecendo e os alunos querem retornar logo à escola no outro dia para encontrar os amigos, experimentar e vivenciar esta cumplicidade”, afirma Rose Sertório, Orientadora Educacional da Educação Infantil na Unidade Granja Vianna do Colégio Rio Branco.

Por esse processo de socialização com outras crianças ter início, na maioria das vezes, na escola, os pais podem ficar preocupados por não poderem supervisionar tudo. No entanto, esse senso de autonomia infantil é muito importante para os filhos e, mesmo que não seja a todo momento, a escola e a família estarão a postos para ajudar sempre que for necessário.

No Colégio Rio Branco, Rose afirma que os educadores observam vínculos de amizades que continuam após o fim dos anos escolares - justamente por terem sido cuidadas e fortalecidas desde a infância.

O papel da escola nas amizades das crianças

“É muito importante a escola ter um projeto de acolhimento, que envolve o cuidado com os espaços infantis – facilitadores para o estabelecimento da boa convivência, que inspira a criança nas descobertas, proporciona a troca mútua entre os pares, incentiva o trabalho em grupo e a troca de conhecimentos”, diz Rose Sertório. 

Esse projeto de convívio, baseado em relações respeitosas e cooperativas, desenvolve a convivência ética dos estudantes. Nesse contexto, também devem ser promovidas atividades que enfatizam essa competência, como rodas de conversa e assembleias.

Além disso, o envolvimento da criança nas atividades curriculares e extracurriculares é extremamente relevante, pois permite a ampliação do círculo de amizades. Para conhecer mais pessoas e compreender os próprios talentos, vale a pena explorar os esportes, as aulas culturais (música, teatro e artes) e os projetos sociais do colégio.

O papel dos pais nas amizades infantis

“O melhor presente para os pais é ver o filho socializado, falando dos amigos, querendo encontrá-los. Se o filho briga com um amigo e chega em casa dizendo: “meus amigos não querem mais brincar comigo”, os pais ficam angustiados, pois querem ver a criança sendo aceita e acolhida”, explica Rose Sertório.

Considerando que os amigos são fundamentais para qualquer indivíduo, por fornecerem apoio e segurança, os pais podem se envolver e ajudar com a socialização. Para isso, Rose indica algumas ações práticas que facilitam o processo:

  • prestar atenção na rotina da criança;
  • dar oportunidades para o filho conhecer outras crianças;
  • marcar encontros com outros pais e filhos;
  • proporcionar momentos fora da escola, como em casa, passeios e viagens;
  • estimular brincadeiras entre vizinhos;
  • visitar parquinhos infantis. 

Ao acompanhar de perto as amizades, os pais também conhecem as famílias desses colegas e podem se sentir mais tranquilos sobre os ambientes que o filho frequenta. Quando a socialização já está acontecendo, existe mais um cuidado essencial: deixar as crianças resolverem os conflitos entre si, apenas fornecendo amparo e conselhos, mas sem grandes intromissões.

Assim, as crianças se sentem capazes de resolver as situações por conta própria, estimuladas a criar diálogos inteligentes. A longo prazo, isso trará mais autoconfiança e vínculos fortes de amizade, facilitando o desenvolvimento socioemocional de uma pessoa ética, cooperativa e solidária.

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