Dia Nacional das Nações Unidas (24/10): entenda a importância do CRBMUN – simulação de modelo ONU do Colégio Rio Branco

A professora mediadora do CRBMUN, Gisele Nogueira, comenta sobre a participação dos estudantes nos debates, que proporcionam um olhar crítico sobre o mundo

O Dia Nacional das Nações Unidas, ou Dia da ONU, é celebrado anualmente em 24 de outubro. Instituída após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, visando evitar conflitos intensos e defender os Direitos Humanos, a ONU segue com uma atuação fundamental até hoje.

Dentre os principais temas abordados pelos organismos da instituição, há o acesso à educação de qualidade, a saúde pública, a segurança alimentar e a proteção aos mais vulneráveis, como crianças e mulheres. Logo, é essencial que as crianças e adolescentes conheçam detalhadamente a atuação da ONU.

Pensando nisso, as simulações que seguem o modelo da ONU são um excelente meio para os estudantes debaterem, de forma ativa, questões da agenda global. No Colégio Rio Branco, esse exercício é feito no CRBMUN.

O nascimento do CRBMUN

Os estudantes do Colégio Rio Branco vivenciaram o modelo de simulação ONU pela primeira vez há 20 anos, quando participaram do MiniOnu da PUC-MG (primeira instituição brasileira a trazer um projeto desse tipo para o Ensino Médio). Essa experiência incentivou os jovens, com apoio da diretora-geral Esther Carvalho, a organizar um modelo de simulação interna, mediada por professores da Área de Ciências Humanas, tanto da Unidade Higienópolis quanto da Granja Vianna.

Desde então, o CRBMUN – como foi batizada a simulação riobranquina – já evoluiu muito. É o que conta a professora e mestre em História, Gisele Nogueira: “Minha história no CRBMMUN começou há 10 anos e, até então, a participação dos alunos era tímida. Eu mesma, que já trabalhava na Escola há 4 anos, sabia pouco sobre o funcionamento deste trabalho”.

“Há 10 anos, contamos com a participação de cerca de 90 alunos das duas unidades. Antes da pandemia, tivemos mais de 150 inscritos. Mantivemos esse número nas duas edições on-line em função da pandemia. Este ano, com a retomada das atividades presenciais, tivemos quase 200 alunos envolvidos no CRBMUN”, completa.

As simulações da ONU

Uma curiosidade é que as simulações de Modelo ONU antecedem a própria instituição, já que começaram nos anos 1920, em universidades como Oxford e Harvard. Na época, a inspiração era a antiga Liga das Nações (criada para discutir os acordos feitos ao final da Primeira Guerra Mundial) e, assim como hoje, os estudantes debatiam pautas globais e buscavam uma proposta de resolução.

Com o nascimento da ONU, as simulações se expandiram pelo mundo acadêmico, como forma de exercitar competências das Ciências Humanas e gerar reflexões sobre o passado e o presente.

Como funciona a dinâmica do CRBMUN?

“A dinâmica das simulações consiste em reproduzir o ambiente diplomático. As agências da ONU, como UNESCO, UNICEF, Conselho de Segurança, OIT, são considerados comitês. Nesses comitês, são propostas problemáticas que afligem a humanidade, como a questão Israel-Palestina, a necropolítica envolvendo a pandemia da Covid-19 ou o acesso à educação para crianças com deficiência. Os comitês e temas variam a cada ano, a depender de pautas da atualidade, bem como das expectativas e experiências dos alunos envolvidos na organização”, explica Gisele.

Depois que os comitês e temas são definidos, algumas funções são distribuídas. Entenda:

Comissão Organizadora do CRBMUN: composta pelos Secretários Gerais (estudantes indicados para o papel) e pelas professoras mediadoras - Gisele Nogueira na Unidade Granja Vianna e Mirtes Timpanaro em Higienópolis. A comissão é responsável por articular e organizar a simulação.

Secretários Gerais: dois estudantes de cada unidade do colégio desempenham essa função. Para isso, eles devem estar no 3º ano do Ensino Médio e já ter participado do CRBMUN como delegados e diretores de comitê. As indicações são feitas pelas professoras mediadoras e, em comum acordo, os terceiro anistas definem quais alunos serão os Secretários. Além de participar da comissão organizadora, os Secretários Gerais convidam os pares de estudantes que assumirão os papéis de Diretores de Comitê.

Diretores de Comitê: representados pelas duas unidades, organizam os materiais de estudo, a dinâmica dos debates e a interlocução com os delegados diplomáticos.

Delegados: exercem a diplomacia e defendem a política externa dos países que representam no comitê, sobre a problemática em pauta. Durante os debates, os delegados definem a agenda de discussão.

Imprensa: os estudantes atuam em paralelo à simulação, desempenhando as funções de repórteres, fotógrafos e redatores, noticiando os acontecimentos do evento. Esse departamento é orientado pela professora de português Alana Grimaldi, da Unidade Higienópolis.

Em cada comitê, o propósito é que os delegados elaborem coletivamente um documento com resoluções para a problemática em pauta. Durante os debates, caso a dinâmica esteja estagnada, os Diretores e Secretários podem anunciar uma “crise” - urgência a ser solucionada pelos diplomatas.

O que os estudantes aprendem ao participar do CRBMUN?

Sobre as habilidades que os participantes do CRBMUN trabalham, a professora destaca:

  • oratória e falar em público;
  • pesquisar e reunir argumentos para defender o posicionamento de um país sobre diferentes questões;
  • exercitar a empatia, pois a ideia é resolver crises e problemas sofridos em realidades e com sujeitos distantes;
  • protagonismo e autonomia ao engajar-se no processo de organização como Secretário ou Diretor de Comitê;
  • entrar em contato com ferramentas de gestão de projetos.

Além disso, um grande destaque do evento é o entusiasmo despertado nos estudantes, visto desde o 9º ano do Fundamental. Muitos, depois de conhecer o CRBMUN, procuram se inscrever em mais simulações e, com isso, jovens do Colégio Rio Branco já participaram de eventos internacionais, inclusive na sede da ONU em Nova Iorque. Com isso, muitos descobrem a paixão por carreiras como Relações Internacionais ou Direito.

Por que é importante que os estudantes conheçam a ONU?

Sobre a importância de, de fato, conhecer a ONU e o seu funcionamento, a professora explica: “As pautas debatidas na ONU são vitais nas relações humanas e de sobrevivência. É na OIT que se debate as futuras profissões. É na UNESCO que se debate sobre a herança e a identidade cultural. É na FAO que se debate a produção e distribuição de alimentos. É no PNUMA que se debate as questões de meio-ambiente”.

Dessa forma, nas simulações da ONU, os estudantes podem se aprofundar em alguns dos assuntos mais relevantes para o planeta, estando criticamente conectados com as atualidades – uma das preocupações do Colégio Rio Branco. “Quando pensamos na educação integral e entendemos que o estudante é um sujeito ativo nas relações humanas para além dos muros da escola, precisamos engajá-los nas discussões de ordem mundial. Não há nenhuma outra instituição idônea que faça isso com a credibilidade da ONU e das suas agências”, finaliza Gisele.

 

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