Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08): por que os alunos devem estudar sobre esses grupos?

Os 370 milhões de indígenas que habitam o planeta ainda são discriminados por suas culturas e vivenciam uma exclusão sistemática

O Brasil é um território extremamente diverso, marcado por sua pluralidade de etnias, costumes e, até mesmo, sotaques. Os primeiros habitantes do país são os indígenas, que já viviam no local muito antes da colonização portuguesa acontecer no século XVI. Como já se sabe, na época, os europeus oprimiram de maneira extrema esses povos, com forte intolerância perante suas tradições e vidas.

Mesmo que hoje os indígenas já tenham suas vidas protegidas por lei, o preconceito ainda é frequente, tanto em escala nacional, como internacional. Apenas no Brasil, existem mais de 300 etnias distintas de indígenas e mais de 250 línguas são faladas, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. 

Dessa forma, as escolas devem trazer, de modo eficiente e livre de estereótipos, estudos sobre os indígenas. Para aumentar a conscientização da população, o dia 9 de agosto celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas.

O Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08)

Em dezembro de 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 9 de agosto como o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A intenção por trás da definição consiste em alertar as pessoas sobre a necessidade de respeitar e preservar esses grupos étnicos, suas linguagens e tradições. Há, também, uma grande preocupação de garantir que os indígenas tenham acesso a todos os seus direitos, assim como qualquer outro ser humano.

Sobre a importância de datas especiais no calendário, Vanessa Lenzini, professora de História do Colégio Rio Branco, explica: “As datas comemorativas, quando instituídas pelo consenso de uma coletividade, tornam-se formas de mobilizar a sociedade a favor de uma causa comum. São momentos de chamar atenção para conhecer a diversidade dos povos indígenas, ouvir o que eles têm a nos dizer e reconhecer as suas reais necessidades”.

Os povos indígenas no currículo estudantil

“É de fundamental importância que o olhar sobre os povos indígenas seja constante no cotidiano dos estudos escolares”, afirma a professora. No Colégio Rio Branco, o olhar parte da atualidade. “Em História, em que o presente é ponto de partida, os povos indígenas devem ser abordados quando se pensa em América e em Brasil. Afinal, são povos originários que lutam por seus territórios e por direitos humanos, preservando uma enorme riqueza de conhecimentos, de saberes e de diversidade”.

As vantagens de estudar sobre os povos indígenas

“Ao estudar os povos indígenas, os alunos podem valorizar a diversidade cultural, estar em contato com a diferença, além de reconhecer modos de respeito e preservação do meio ambiente”, explica Vanessa. Esses grupos, amplos e diversos, possuem costumes milenares preservados em suas comunidades, além de uma relação de grande respeito diante da natureza, válida como exemplo para sociedades do mundo inteiro.

Existe, ainda, uma necessidade social e política de estudar sobre os indígenas. “É uma ótima oportunidade também para quebrar estereótipos e entender que os indígenas são parte da sociedade e devem estar presentes em todos os setores, sejam nas florestas, nas faculdades, nas escolas, nas redes sociais e, principalmente, no Congresso”, completa. 

O estudo dos povos indígenas e a construção da própria identidade

Ao contrário do que muitos podem pensar, estudar os povos indígenas não consiste apenas em observá-los. É uma aprendizagem ativa, capaz de levantar questões e reflexões, até mesmo sobre quem somos. Principalmente na infância e na juventude, fases em que as personalidades e identidades estão em nítida construção, essa atividade é extremamente importante.

“As identidades são como caleidoscópio, formadas por fragmentos culturais e históricos de diferentes origens. O estudo das trajetórias e das estratégias de sobrevivência dos povos originários possibilita refletir sobre nossas próprias identidades. Assim, podemos ser críticos ao que temos feito e encontrar novos caminhos diante de problemáticas que envolvem o âmbito planetário”, finaliza a professora. 

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