Meu filho vai trocar de escola. E agora?

Educadora aponta aspectos importantes que envolvem as famílias durante esse processo.

São inúmeras as razões pelo qual uma criança ou um adolescente podem ou precisam mudar de colégio. No atual cenário nacional, fatores socioeconômicos como desemprego e perda de renda podem interferir muito na decisão das famílias, assim como mudança de estado, país ou mesmo questões de adaptação, perfil pedagógico da instituição ou ingresso em um novo ciclo escolar, como a ida para o Ensino Fundamental I, II e Médio.

Seja lá qual for o motivo, essa mudança pode causar ansiedade nos pais, responsáveis e principalmente nas próprias crianças. Mesmo com a perspectiva de uma nova jornada, com amigos e educadores diferentes, muitas dúvidas surgem a respeito dessa decisão.

O segundo semestre é um período que as famílias geralmente começam a procurar e visitar instituições para a matrícula dos estudantes no ano que vem e para falar um pouco mais sobre esse tema, Valquíria Rodrigues, psicopedagoga e diretora assistente da Unidade Higienópolis do Colégio Rio Branco, elucida alguns pontos e dá dicas importantes, a seguir: 

Dificuldades que as crianças podem enfrentar

“Os problemas mais comuns que as crianças podem enfrentar com a mudança de escola, são: medo de perder os amigos, medo do desconhecido, medo de não ser aceito ao novo grupo, ansiedade e insegurança. O primeiro dia de aula em uma nova escola é um dos maiores desafios para crianças e adolescentes, pois precisam conhecer o ambiente e o espaço físico, os novos colegas e professores, se apropriar das regras e cultura daquela comunidade.  

Sabemos que mudar de escola está um pouco mais complexo em virtude da pandemia, que vem ocasionando diversos impactos, em especial, nas relações pessoais e interpessoais dentro e fora da escola por conta do isolamento social. Cada criança e adolescente possui sua singularidade, que precisa ser considerada no momento da transição escolar. Quais são seus gostos, como aprende, se relaciona, enfrenta desafios, como lida com medo e frustrações, ou seja, quanto mais os pais conhecerem seus filhos mais assertiva será a escolha da escola.

A “escola ideal” é uma das decisões mais difíceis para os pais durante a trajetória acadêmica de seus filhos, pois precisa estar atrelada aos valores e as crenças da família.  A melhor escola é aquela que atende às necessidades da sua criança ou adolescente, bem como a que tem em seu projeto pedagógico, princípios comuns pelos quais a família acredita serem fundamentais para a formação de seu filho. Quando a família opta por uma escola que não esteja alinhada a essas premissas, pode ser uma das causas da dificuldade dos filhos”. 

Como agir nesse período

“Ao perceber que a criança está enfrentando problemas, aproxime-se da escola para compreender como é o processo de adaptação e como seu filho está passando por ele. Converse com ele ou ela a fim de perceber quais são as angústias, o que está incomodando ou até mesmo o que está faltando. Peça orientações aos profissionais da escola. Incentive a criança ou o adolescente a enfrentar desafios, valorize as conquistas por menor que sejam. Diminua as críticas. Não chore ou demonstre fragilidade diante de seu filho. Não o deixe sozinho nesse momento, lembre-se que você é o porto seguro dele. Nesse sentido, você deve mostrar segurança e confiança na nova escola. Estar ao lado do seu filho fará toda a diferença para superar essa fase”. 

Apoio especializado

“Geralmente, ao chegar em uma nova escola a criança é submetida a sondagens nos aspectos cognitivos e não cognitivos que embasam um olhar mais refinado para as necessidades de cada criança. Uma vez que os problemas continuam, ou melhor, se intensificam após todas as estratégias apresentadas pela escola e dedicação da família, provavelmente a escola sinalizará que está na hora de procurar ajuda externa, de profissionais especializados para dar suporte psicológico ou psicopedagógico ao seu filho e sua família”. 

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