O que dizer sobre EDUCAÇÃO sem cair no “lugar comum”, estereótipos ou até em “frases de efeito” ou falas demagógicas? E, principalmente, na atualidade com o conjunto de fatores que enfrentamos?
Vivo a experiência de EDUCAR desde 1979. Por quantas vidas eu me acrescentei como profissional e ser humano! A partir de março, me senti envolvida num grande turbilhão de emoções, desafios e ações para dar prosseguimento ao dia a dia.
Naquele momento, não há como negar certa angústia frente à uma situação que exigia uma reinvenção na relação com crianças e jovens e pensando que, por ser adulto, tinha a responsabilidade de passar certo equilíbrio para que o impacto da nova contingência fosse amortecido no cotidiano das vidas acadêmicas de tantas crianças.
Perceber e sentir algumas mais angustiadas, lidar com esse sentimento o qual também compartilhava, mas que não deveria somá-lo ao delas, lidando com um conteúdo didático a ser trabalhado de forma eficaz me fez refletir muito - como nunca - sobre meu papel de professora, cidadã.
Primeiro, constatar definitivamente que a EDUCAÇÃO não é algo estático, como também as pessoas e suas vidas não o são. Perceber que as mudanças, apesar de gerarem inicialmente certo desconforto, trazem também algo novo, que nos surpreende, nos tira de um “comodismo”, desafiando nossas mentes e, assim, nos dão a possibilidade de enxergar, com um olhar amistoso e confiante, o futuro - momento que não deve ser projetado com muita distância, mas como um momento “depois do hoje”.
Não, não é fácil de se fazer! Mas, considero um momento único de experiência, de vivência para nós, adultos e, principalmente, para essas crianças e jovens da atualidade, que reparam em nossas ações e comportamentos. Quanta responsabilidade temos para contribuir com esses futuros cidadãos e profissionais que, no futuro, melhor que nós, poderão enfrentar outros desafios em suas vidas.
Essa é a minha maneira de enxergar, ver e sentir a educação nestes tempos em que vivemos!
Fátima Martins, professora de História.