11/11/2016
Humana Mente amplia debate sobre Intolerância
O Coletivo Humana Mente discutiu o tema Intolerância em seus diversos aspectos, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, em encontros semanais. O projeto, que teve início em 2013, propõe debates e reflexões pautadas na colaboração e na interdisciplinaridade.
Além da relevância das notícias relacionadas ao tema, presentes cotidianamente na mídia, as ações da Unesco para o "Ano Internacional para o Entendimento Global" também direcionaram o coletivo a escolher esta problemática, conforme destacaram os professores e profissionais responsáveis pelo Humana Mente, Caio Mendes, professor de história, Camila Vilar, professora de Inglês, e Lívia Vilas Boas, intérprete de Língua Brasileira de Sinais.
Os encontros são sempre marcados pelo compartilhamento de ideias e pela multidisciplinaridade, reunindo diversos professores colaboradores, como Fabiane Mendes e Silvia Império, de Língua Portuguesa e especialistas em História da Arte e Artes Plásticas, respectivamente.
Alunos debatem sobre Intolerância durante encontro do Humana Mente
Em cada reunião, foi discutido um aspecto específico relacionado ao tema central. Confira como foram as discussões:
Intolerância de Gênero
Discutiu-se sobre os aspectos biológicos, sociais, históricos e culturais que são fundamentais para o entendimento das questões relacionadas a gênero, sexualidade e identidade. A professora Camila Vilar, que recentemente fez um curso de Filosofia Feminista, com a Prof. Dra. Márcia Tiburi, trouxe aspectos sobre a história do feminismo filosófico e do pensamento feito por mulheres. Atualmente, a professora participa de um curso de "Introdução aos estudos de gêneros", na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Intolerância Religiosa
O encontro aprofundou o conhecimento sobre teologia e estrutura do pensamento religioso, dando destaque às religiões de matrizes não ocidentais (judaico-cristãs), como as asiáticas, africanas e afro-brasileiras. Os alunos puderam refletir sobre a diversidade de práticas e rituais, as implicações dos discursos de fé nos espaços público e privado e o papel dos estereótipos na estruturação dos preconceitos, como na chamada islamofobia. O encontrou contou com a participação do professor Everton Pereira, especialista em Teologia e Filosofia. As reflexões desse encontro voltaram à tona no ambiente escolar após a divulgação do tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): “Caminhos para Combater a Intolerância Religiosa no Brasil”;
Intolerância e diversidade
Partindo da análise do legado dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 e de algumas polêmicas noticiadas como, por exemplo, a peça publicitária estrelada pela atriz Cleo Pires intitulada #somostodosparalímpicos, refletiu-se sobre as nomenclaturas relacionadas às pessoas com deficiência e as ideias de estereótipo, representatividade, direitos, acessibilidade e inclusão. A intérprete de Libras, Lívia Vilas Boas, especialista em acessibilidade cultural para surdos, apoiou a discussão.
Intolerância ideológica
A partir da reflexão sobre as diferenças entre a promoção de discursos de ódio e o direito à liberdade de expressão, refletiu-se sobre as ideias de pluralidade de posicionamentos políticos, polarização ideológica e do diálogo como elemento fundamental para uma convivência democrática, além do papel contemporâneo das manifestações de rua e do uso da internet.